Muito bom o texto!!!
Mas penso que os inimigos não são aqueles que estejam no poder apenas, mas o próprio povo que se acomodou perante a as atitudes políticas, para render-se ao consumismo. Por vezes, tenho a impressão de que o fim da "Guerra Fria", foi um dos maiores causadores deste comodismo.
De fato, falta-nos líderes revolucionários que impulsionem uma mudança de paradigma bruca!
..."assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade...". E vamos que vamos...

O que há por trás disto tudo, é uma crença generalizada, dos que governam, que a massa é sempre amorfa. Crê-se que jamais haverá um mínimo concensual para que leve a maioria de uma dada população ao confronto com uma situação X.

Quando há uma greve de médicos e professores, os meio de comunicação colocam sempre que a população está prejudicada, levando a massa amorfa a crer que é culpa dos desocupados profissionais.

Outra coisa é que, as pessoas de um modo geral, são postas de tal maneira, sobretudo os trabalhadores no modelo americano, que lhes quedam pouco tempo para si e para outras atividades, além de dormir e sair a comprar, que é para isto que a sociedade é moldada.

O fatalismo é, já há muito, a maior corrente de uso político. Todos fazem uso disto: Políticos de todas as cores, ambientalistas, defensores dos animais e até assobiadores.

O fatalismo deixa a impressão de que, por mais que se faça, nada mudará e que, de tanta desfeita, melhor nada fazer. Ainda, se o fizer, que seja por um momento de catarse.

Há uma baixa preocupação com as pessoas e seu viver, e uma exagerada preocupação com coisas outras, que por uma razão um tanto sem razão, dá mais sentido de vida e pertinência que o relevar o que é relacionado ao gênero humano.

Se as pessoas não andam à ruas, elas, as ruas, ficam lá, paradas, fitando o indivíduo frio e imperceptível, como um paralelepípedo.

Faltava uma perestroika, contra a troika. Não uma de bares e cafés, mas de confluência de todos os setores da sociedade, cobrando tudo aquilo que lhes foi tirado, enquanto dormitavam e sonhavam um sonho proposto e de validade mui curta.

Abraços, Artur!