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O Ouriço

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Novas funções do estado

Joao Jardine 30 Jan 12

 

No espaço de menos de um mês foram encontrados 12 idosos mortos em suas casas. Na maioria dos casos tinham falecido há mais de uma semana sem, infelizmente, tenham sido assistidos. A época de frio que atravessamos veio, mais uma vez, colocar a descoberto aquelas mazelas da nossa sociedade que, quase sempre, pretendemos esconder: o envelhecimento da população, a destruição da família alargada nas grandes cidades e a consequente falta de assistência aos idosos solitários.

Os episódios desta semana deviam ter colocado na ordem do dia a discussão quais as novas funções do estado; sempre lestos em perorar a reforma deste, somos cautos em discutir no concreto essa reforma.

Senão vejamos: não nos passa pela cabeça que o estado não providencie para que o nascimento seja realizado com toda a segurança, isto é, que existam maternidades com os equipamentos e o pessoal necessário para um parto seguro; concomitantemente, o seguimento pré natal é outra das prestações que não nos passa pela cabeça que não seja asseguradas. Por esse motivo, somos hoje um dos países do mundo com melhor taxa de sobrevivência infantil da OCDE.

Não posso, portanto compreender como é que ainda não solucionámos o problema dos idosos solitários e sem família seja, em termos de legislação que confira a uma qualquer autoridade poderes para a monitorizção do estado de saúde dos idosos, incluindo poderes para entrar, pela força se necessário, nas suas habitações. Um estado que, não tem qualquer pejo ou vergonha em se intrometer em detalhes das relações de trabalho (feriados e pontes) ou é tão lesto em pretender proibir de fumar a população, em nome de um qualquer conceito de saúde pública, deveria ter já criado as soluções necessárias para que este problema (que não vai desaparecer) fosse solucionado de uma forma condigna.

Por outro lado, é completamente incompreensível que, num governo se encontra um partido que fez dos idosos e dos reformados a sua, legítima bandeira, não se tenha já, proposto legislação que solucione este problema e evite a indignidade que assistimos nestes últimos dias. O facto, aparente, de nem sequer existir uma verba que permita financiar as entidades mais vocacionadas para tratarem deste assunto é, a ser verdade, inaudito.

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