O Ouriço © 2012 - 2015 | Powered by SAPO Blogs | Design by Teresa Alves
Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Blogosfera que Pica
Faust Von Goethe 4 Fev 12
Numa altura em que se discute a implementação do acordo ortográfico, muito às custas da recente despacho de Vasco Graça Moura que decidiu acabar com o acordo ortográfico no CCB, circula na internet uma petição entitulada "Save Portuguese at Utrecht University" (a divulgar) onde se pode ler o seguinte:
"
Portuguese is a major language, with over two hundred million speakers worldwide, notably in Brazil, one of the fastest growing economies in the world. Portugal and the Netherlands have innumerous points of contact in their history. In today’s Europe, the ability to know more than one of the languages of the European Union and to have access to global affairs is crucial. Shutting down the BA in Portuguese language and culture is a shortsighted measure with little effect on the Faculty’s need to reduce its budget, that ignores the importance of Portuguese in academic, cultural, and global terms.
"
Qualquer pessoa que leia este trecho de texto percebe que quando nos referimos a língua portuguesa, referimos-nos a uma Babel composta com dialectos desencontrados onde se pode incluir o mirandês, o crioulo, o português do brasil, ou até mesmo o tétum-português. O dialecto por si é parte íntegra da nossa comunicação oral mas não da nossa comunicação escrita. Basta percebermos que, por exemplo, um Mirandês e um Algarvio têm dialectos diferentes mas não deixam de usar o mesmo léxico quando comunicam de forma escrita. O mesmo é válido para linguagem cibernética, quando pessoas com diferentes dialectos e línguas, usam siglas como LOL,OMG, ROFLMAO, ASAP (As Soon As Possible) ou até mesmo o KISS (Keep It Simple Stupid).
Em pleno século XXI, onde as aldeias dos nossos avós se transformaram em aldeias globais, e línguas como o francês e o alemão encontram-se em declínio, a ideia de abraçarmos um acordo ortográfico é sem dúvida um milagre da inteligência e de bom senso, pois vai contribuir para a globalização da língua portuguesa, permitindo-nos estar ao mesmo tempo dentro e fora da europa.
Se olharmos para exemplos vindos da religião, não foi por acaso que o protestantismo se expandiu a quando do declínio do catolicismo em pleno século XVI. O responsável por esta expansão foi Martinho Lutero que após ter visitado várias cidades por forma a ouvir as pessoas falar nos seus diferentes dialectos, escreveu uma tradução da bíblia para alemão, tradução essa que também serviu de acordo ortográfico para o alemão que conhecemos nos nossos dias. Por seu turno, a expansão do protestantismo serviu também para enriquecer a diáspora línguistica de países como bélgica (que fala para além do francês e do alemão, o dutch van Vlaanderen) e países baixos (dutch van Nederland).
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
O português do Brasil não é um dialecto, mas uma variante e tem numerosos dialectos.
O mesmo acontece com o francês e com o inglês, países sem reformas nem «acordos ortográficos».