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O Ouriço

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Verdades de La Palisse

Faust Von Goethe 10 Abr 12

Hoje de manhã, Pedro Reis, presidente da AICEP admitiu que "a política de austeridade deverá ser ainda mais reforçada", e que "sem as reformas em curso estaríamos a hipotecar o futuro de Portugal e a condenar o presente das nossas empresas”.

 

Pedro Reis, assim como a grande parte dos dromedários que deambulam pelos corredores do poder, acreditam que serão as exportações o caminho para Portugal sair da insolvência. Esquece-se porém que:

 

i) O aumento vertiginoso do preço dos combustíveis está a levar empresas de exportação a fechar portas, e provavelmente, irá condicionar o desempenho destas a partir de meados de Maio (Oh boy!). 

ii) Que um dos sectores fortes da economia Portuguesa, que em tempos gerou empregos em Portugal-a construção civil- está praticamente falida (A Mota-Engil e a Teixeira Duarte são das poucas que ainda se erguem).

 

Resumindo, Pedro Reis espera que as reformas estruturais em curso venham resolver o verdadeiros problemas do país, que são, entre outros [TCHAM TCHAM TCHAM]:

 

i) A falta de liquidez das PME's.

ii) Número de famílias em insolvência é superior, em percentagem do PIB, ao número de empresas em insolvência.

 

É uma pena que um tipo inteligente como Pedro Reis, enverede pelo caminho da demagogia ao ponto de dizer tais dislaites. Nos tempos que correm ecoam a ofensa grave aos Portugueses, tentando-nos inclusivé fazer passar por idiotas. 

 

Até António Saraiva-presidente da CIP-que muitas das vezes alinha o seu discurso com o do governo, costuma ser bem mais comedido neste tipo de afirmações [públicas].

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Meias verdades

Jack Soifer 3 Abr 12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Impressiona-me como meias verdades ou dados fora do contexto são divulgados por parte dos “media”, sem que os senhores doutores, que a eles têm acesso, os corrijam.

 

Já em 11/11/04 eu alertara para a crise, advinda de 5 fatores: o endividamento público, o privado, a falta de atualização tecnológica, o desequilíbrio das importações e a burocratização. Em 2005 receitei o já usado noutros países para reduzir o consumismo, que aumentava o défice comercial: limitar o teto de cada transação e do total dos cartões de crédito. A abertura de instituições para-bancárias, sem controlo e que a juros exorbitantes estimulavam o consumismo, deveria ser imediatamente suspensa. Mas o ex-governador do BdP, amigo dos especuladores, com a ânsia de subir para o BCE, não o faria. E, apesar dos avisos, o resultado aí está.

 

É habitual entre os políticos dizer o que pensam ser o que outros querem ouvir. Mas é obrigação dos gestores públicos prevenir, ao trabalhar com dados prováveis e não os sonhados. Vejamos:

 

1. Quem estudou contabilidade sabe que há dados que podem ser postergados e outros que refletem apenas parte da realidade, na contabilidade pública. Assim, ao lançar tardiamente uma fatura recebida, uma Direção-Geral atenua a dívida pública daquele trimestre. Ao não corrigir na contabilidade a devolução de um cheque num valor abaixo do correto, emitido para uma fatura que tinha cláusula de coima por atraso, a DG dá como paga uma fatura que ainda não foi totalmente fechada.

 

2. Quem faz comércio internacional sabe que há alguns setores que vendem mais em alguns meses do ano. Até o total das exportações, consoante a estrutura do país, varia mês a mês e a cada ano do ciclo económico. Assim, quando há ano e meio alertei que o valor das exportações do Brasil iria cair em 2012 e ruir em 2013, e o das importações aumentar, baseei-me em cálculos simples, que se aprende não só em Estocolmo, mas em qualquer boa Escola do Norte da Europa. O mesmo ocorrerá  por cá, com exportações que cresceram, como sempre, em alguns meses, mas que baixarão entre Abril e Setembro.

 

3. O real Orçamento do Estado já mostra discrepâncias que aumentarão muitíssimo. Há várias razões, como:

 

a) A forte queda no rendimento líquido das famílias leva a menor consumo dos bens produzidos no país e assim a menor receita do IVA, IRS e IRC;

 

b) Impostos considerados injustos levam ao aumento da economia paralela, o que reduz a receita fiscal;

 

c) Se os juros da dívida em papéis de curto prazo caem é devido à segurança dos tranches vindouros da troika; mas quando se tenta vendê-los ao prazo de 2 ou mais anos, os juros sobem e resultam em maior despesa;

 

d) A demora no encerramento de instituições que muito custam e só atrapalham tende a aumentar, já que os 100 dias em que um novo governo pode impor quase tudo o que quer, já passaram, os 200 dias também e daqui para frente terá enormes dificuldades, devido a contestação nas ruas e ao descrédito nas instituições.

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Uma vergonha, esta república

Artur de Oliveira 23 Mar 12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Entre a Troika e o Povo, parece que o Regime já escolheu quem prefere servir, esquecendo-se de quem provocou esta crise foram o anterior governo, a oposição e o Presidente da Casa de Belém, e que o povo não tem que pagar pelos erros dos outros (mesmo que os  outros governos o tivessem habituado mal). 

 

Não se pode pôr o povo a comer, calar e a ser agredido pela autoridade só porque há precários que protestam por lhes faltar pão na mesa. A jornalista da AFP que foi agredida talvez venha a ser um exemplo para muitos da sua classe que comem e calam de outra maneira mais conveniente. 

 

 

 

 

 

 

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Escutas a Vara e Sócrates

Faust Von Goethe 22 Mar 12

Leiam, reflictam e tirem as vossas conclusões.

A caixa de comentários está aberta a insultos [gratuitos] a Sócrates, Vara, [Manuela Moura Guedes e Cavaco]. 

 

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Cavaco e Sócrates ou Gog e Magog

Artur de Oliveira 10 Mar 12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O actual conflito Cavaco vs Sócrates é uma luta de Gog e Magog, fruto das clivagens da III República entre agências  (partidos) e clientes (famílias milionárias históricas falidas,  famílias sobreviventes prestamistas que se viram para o lado que dêr o catavento e  last but not least: as  famílias provincianas mercenárias que surgem em recompensa por serviços prestados ás tais clientelas)  Esperemos que os actuais protagonistas dos principais partidos  pensem e ajam de forma a ter uma prioridade: Portugal e não a República Portuguesa, porque não somos como certos países cujos nomes começam por República na América Latina, Médio Oriente,Ásia e África em que os regimes são mais democraduras do que outra coisa...  Já para não falar nas repúblicas imperialistas da dupla Merkozy tão europeias como a nossa sede de estabilidade bloqueada pela austeridade e vassalas dos príncipes das finanças... 

 

 Depoimento esclarecedor sobre Cavaco Vs Sócrates e putativos candidatos plutocratas nas presidenciais de 2016 aqui 

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Mesmo a propósito

Faust Von Goethe 18 Fev 12

Sócrates tem "memória doce" de discussão "gravíssima" com Soares

 

 Mas afinal quem teria hoje razão? Sócrates ou Soares?Eu diria que nenhum deles!
Ernâni Lopes é que tinha toda a razão!

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O Cavalo de Troika Tuga

Faust Von Goethe 6 Fev 12

Pedro Santos Guerreiro em Jornal de Negócios (após as eleições) escreveu um artigo de opinião que merece agora uma séria reflexão por minha parte:

 

 

"

Cavaco Silva, numa decisão excepcional e correcta, acelerou o processo de constituição do Governo. Fez bem, até porque indicia que não fará de Belém um centro de conspiração contra um Governo PSD que não é o seu PSD. E assim nasce o "Governo na hora" - e começam a tocar os telefones. 
Esta rapidez parte de uma necessidade mas também de uma oportunidade. Porque o PSD tem a possibilidade de fazer tudo o que os próprios desalinhados de Passos defendem. Veja-se a foto de hoje da primeira página, de Passos e Cavaco sorridentes, ontem, em Belém. Agora adicione-se Durão Barroso na Comissão Europeia e António Borges no FMI. É um sonho tornado realidade para aqueles que, no PSD, sempre defenderam a terapia das chamadas "reformas estruturais". Portugal fez-se agora de voluntário à força para essas reformas. A concorrência, o mercado de trabalho, o arrendamento, as privatizações. 

"

Sim. PSD e direita em geral estão em estado de graça. Só não percebo porque há cavaquistas anónimos a queixarem-se de Vítor Gaspar assim como não percebo a razão de aparecem constantemente ex-governantes como Manuela Ferreira Leite, Luís Marques Mendes e Miguel Beleza a contestarem medidas deste governo assim como não percebi o Cavaco ter há meses estabelecidos despachos semanais com os ministros Gaspar, Álvaro e Portas. Porque não o fez com Passos?

 

 

 "

Cada membro da troika tem um português por detrás: Durão, Borges e Constâncio. Os três disseram coisas ao longo dos anos sobre Portugal que estão no memorando de entendimento. Estão lá as suas impressões digitais, é quase possível sublinhar o que corresponde a cada um deles (só é pena que nenhum perceba de Justiça, área onde o memorando mais é vago e previsível - uma desilusão). 

" 

Convém recordar que António Borges tem uma ligação próxima a Manuela Ferreira Leite e Cavaco. Percebem por esta e pela razão apresentada pelo Pedro Santos Guerreiro porque Borges foi a escolha? Ou é preciso dizer mais?

 

 

 

"Portugal é hoje um país infinitamente menos poderoso do que há um ano. Depende de crédito paraestatal da troika, tem os "ratings" à beira do lixo, está sem investimento e potencial de crescimento para lá das exportações. Mais: está a vender activos quase à pressão, com um programa de privatizações a preços de liquidação total. Quem os vai comprar? Estrangeiros. Quais? Angolanos, brasileiros, chineses, árabes? 

"

 

Pode-se agora acrescentar que Portugal está à venda e é barato. Os meus colegas de escrita que circulam por Lisboa já devem ter reparado em diversas coisas que já pertencem aos angolanos.

Como disse ironicamente um amigo meu há tempos: "Estamos a pagar o que lhes tirámos ao longo de séculos".

 

 

"Ontem foi o primeiro dia de Portugal sem Sócrates. Notou-se: euforia nuns, depressão noutros. Agora vamos ao PIB: ele ainda não cresceu.

"

 

Sócrates seguiu o conselho de Passos Coelho e compaias e emigrou. Os que ficaram por cá, passaram do estado de euforia por se terem livrado de Sócrates a estado de depressão, muito em grande parte porque este governo, que é às direitas, decidiu aumentar transportes públicos, tirar feriados, pontes e dias de entrudo. 

E agora que os chineses estão a chegar em força, como vamos por o PIB novamente a crescer no caso das medidas às cegas, perdão, às direitas não resultarem?

Continuar a adoptar as curas dos médicos de Luís XIV (neste caso, mais sangria) "custe o que custar" ou vamos aderir finalmente à acupuntura?

 

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Krugman's de Bancada.

Faust Von Goethe 1 Fev 12

 

 

 

Com as notícias que vieram à baila na última semana, tenho de admitir que é uma tentação falar de Paul Krugman. 

Eu também estive para o fazer quando ele escreveu o seu controverso artigo Nobody Understands Debt a 1 Janeiro 2012 no New York Times, mas achei que não devia, primeiro porque não sou economista, depois porque sou preguiçoso e não me dei ao trabalho de procurar dados estatísticos para fazer uma análise exploratória das teorias de Krugman.

De qualquer modo e tomando como mote a recentes declarações de Poul Thomsen aos salários da Grécia, gostaria de fazer algumas observações gerais para que o leitor contextualize antes/depois de ler as entradas de:

Primeiro, é preciso atender a que grande parte dos periféricos e em especial Portugal quando tinham as suas próprias moedas optaram pela desvalorização cambial para fazer face à inflacção dos salários e custos do trabalho. No caso de Portugal, os subsídios europeus que recebemos antes de adoptarmos a moeda única nunca foram utilizados para tornar a nossa economia mais competitiva;
Com a entrada em vigor do euro, os tratados de adesão impediram a continuação da desvalorização cambial, razão pela qual temos verificado deficits desde 1999;
Na impossibilidade de não se proceder a desvalorização cambial, o actual programa da TROIKA propõe uma desvalorização fiscal (a questão da TSU) para aumentar a competitividade com a finalidade evitar as reduções salariais, os custos de trabalho como forma promover o crescimento económico;
Com a entrada em vigor do tratado de Lisboa, deu-se livre arbítrio à circulação de capitais em deterimento de uma economia baseada na produção, o fluxo de capitais implicou que a economia fosse essencialmente baseada nos juros (taxativamente falando, economia baseada no aluguer de dinheiro), o que pressupõe que tem de haver um crescimento contínuo para contrabalançar.
Façamos então alguns cálculos simples para exemplificar a questão do crescimento: Se produzíssemos 100 e crescessemos a 10%, no segundo ano produziríamos 110. No quinto ano já produziríamos 146 e aumentávamos para 161; ao fim de oito anos duplicaríamos a produção e ao fim de um quarto de século produziríamos dez vezes mais. Ou seja, ao fim de um quarto de século aumentávamos num só ano mais do que aquilo que produzimos agora, ou seja, teríamos um crescimento exponencial.
A este ritmo, mesmo reduzindo o crescimento em metade, imagino que todos os países europeus se teriam de transformar-se em China's : Países com excesso de lixo e intoxicados de gases poluentes.  
Tanto no nosso programa de ajustamento como nas teorias de Krugman, supõe-se que o cenário é inflaccionista, o que também me parece também ser uma suposição completamente errada pois o cenário mundial actual é deflaccionista. (razões: corrida ao ouro, petróleo, matérias primas, ...)
Conclusão: Ao se continuar a apostar numa economia baseada em juros (altos), dentro de algum tempo alguém vai ter de pagar a "conta do restaurante" na zona euro para que não se corra o risco de se ter de fechar para balanço. Sabendo que os clientes são os PIIGS e o restaurante o BCE, deixo ao cuidado do leitor adivinhar quem vai ter de pagar a conta.

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