Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]

O Ouriço

MENU

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"André Gorz - “Adeus ao Proletariado”

Reedição 2011, um livro a reler, sobretudo o capítulo final (IV)

 

O que é “Adeus ao Proletariado”? (1) O livro começa mostrando que a noção de proletariado marxista e sua missão histórica não partiu da observação da classe trabalhadora, mas resultou de uma "condensação das três dominantes do pensamento ocidental, no momento da burguesia heróica - cristianismo, hegelianismo e cientificismo". Hegel concebeu a história como a progressão dialética do Espírito, que se torna consciente e toma posse do mundo.

"A filosofia de Hegel vem da teologia cristã  (2): A história é escatologia (3), isto é, fim dos tempos, mas o reinado de Deus virá através da mediação de homens históricos ainda que não entendam o significado do que fazem.'' Isto quanto a Hegel.

Para Marx, como na dialética do senhor e do escravo, ao libertar-se, o proletariado liberta a burguesia. Mas o significado do proletariado, depende  da mediação do próprio Marx, intérprete dessa missão escatológica.

Groz de acordo com a escola crítica dos valores não aceita o mito de que graças o proletariado, o reino do ser humano será cumprido.

"O desenvolvimento do capitalismo produziu uma classe operária que não é capaz de dominar os meios de produção e cujos interesses não coincidem com a racionalidade consciente socialista. (...) A superação do capitalismo, só pode vir de camadas que representam a dissolução de todas as classes, incluindo a classe trabalhadora.''

Enquanto prevalece a racionalidade capitalista que vê o aumento da produção como um fim em si mesmo, a classe operária continua dependente da lógica produtivista transmitida pelo Estado. Os partidos que a dizem representar são homólogos em estrutura à estrutura do Estado que querem derrubar; apenas o reproduzem.

A tomada do poder pela classe trabalhadora é a tomada da classe trabalhadora pelo poder do Estado.

Os únicos que não reproduzem esta lógica são os que estão á margem do processo de produção: os precários, "a não-classe dos proletários pós-industriais" potencialmente o novo sujeito histórico da sociedade moderna

'Esta não-classe, ao contrário da classe trabalhadora, não é produzida pelo capitalismo; é produzida pela crise capitalista e as novas relações sociais de produção capitalista. (...) Esta classe inclui todas as pessoas que são expulsas do processo de produção pela abolição do trabalho, ou subempregados nas suas capacidades pela industrialização ( automação e informatização) do trabalho intelectual. A não-classe inclui todo o excedente de produção social que estão desempregados virtuais, permanentes, temporários, totais ou parciais. É o produto da decomposição da sociedade com base no trabalho: a dignidade, valor, utilidade social, e desejo de trabalhar. Estende-se a quase todas as camadas da sociedade.''

Esta massa é maioria. Somente ela pode trazer um projeto de transformação social que vai ser "comunista", como definido por Marx, porque prefigura a abolição do trabalho assalariado.

Mas para este novo proletariado ser o portador de um futuro político, tem de viver. O trabalho não é abolido: permanece submetido à necessidade.

Há duas esferas na vida social: a heteronomia, que inclui o trabalho socialmente necessário e  a autonomia em com a livre atividade, individual ou coletiva. O aumento gradual da esfera da autonomia não irá remover a esfera da heteronomia, mas é preciso regular esta para repartir de forma equitativa entre todos o trabalho socialmente necessário.

Esta é uma tarefa política que pertence ao Estado. "A separação entre a necessidade e a autonomia (4) é uma condição de expansão máxima desta. "A política é o lugar de tensão entre a autonomia e os requisitos técnicos. O Estado "Bom" é necessariamente um mal menor e a atribuição de um rendimento social garantido para todos é uma das suas tarefas.

Estas são as principais teses de “Adeus ao proletariado”, que abandona a ideia de um desenvolvimento positivo inerente ao processo de produção. O socialismo é um projeto de liberdade humana; não faz parte da lógica das coisas.

"De que precisamos? O que queremos? Que nos falta para comunicar com os outros de modo mais fraterno? "Estas são as perguntas a que a economia política não sabe responder. É a partir deles que as políticas devem traçar objetivos.

Autoria e outros dados (tags, etc)

PLANO C - Carlos Reis Marques

Mendo Henriques 4 Dez 12

É urgente haver plataformas informativas que proporcionem o acesso aos conteúdos dos atos governativos, diz Carlos Reis Marques. Essas plataformas devem incluir Índices de Boa Governação (IBG), com indicadores para aferir o grau de execução das medidas dos programas eleitorais, nomeadamente de âmbito autárquico.  Nesta sociedade que P. Drucker definiu como «pós-capitalista», a capacidade dos cidadãos manifestarem a sua opinião (online) acerca de produtos/serviços que adquiriram, transformando-se em prosumers (producer + consumer), é explorada por D. Tapscott e Anthony D. Williamsem Wikinomics: How Mass Collaboration Changes Everything, (2006).

A emergência de um novo paradigma social tem vindo a transformar  o modo como as pessoas interagem entre si e se relacionam com os
seus centros de interesse. Esta realidade apela à necessidade de os governos implementarem plataformas informativas, permanentes e universalmente acessíveis,
capazes de proporcionar o acesso dos cidadãos a conteúdos que lhes permitam tomar conhecimento dos atos governativos. Associadamente,
importa equacionar a natureza dos conteúdos informativos e a amplitude dos mesmos.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

Dinheiro e magia

Mendo Henriques 1 Dez 12

Binswanger

Hans Christoph Binswanger publicou no Brasil, "Dinheiro e magia" uma crítica da economia moderna. à luz do Fausto de Goethe

A versão de Goethe para a história de Fausto, possui  uma segunda parte repleta de economia e política. Era uma época em que os soberanos buscavam a ajuda de astrólogos e alquimistas para resolver problemas de Estado. A história diz que, em vez de recorrer a alquimistas para transformar chumbo em ouro, Fausto percebe que o melhor é buscar economistas com conhecimento em bancos que emitem papel-moeda dotado de algum lastro de natureza imaginária. O resultado acaba sendo o mesmo: criar "ouro artificial". E esse é apenas alguns dos temas analisados pelo autor de Dinheiro e magia,Hans C. Binswanger. O encaixe deste enredo na crise mundial e portuguesa é surpreendente: parte da nossa tragédia reside na tolerância em relação aos custos do progresso, sob a forma de dívida, desigualdade e corrupção.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Fernando Pessoa, economista

Mendo Henriques 27 Nov 12

 

 

  

O livro  A Economia em Pessoa: verbetes contemporâneos (organização, prefácio e notas de Gustavo H.B. Franco, ex-presidente do Banco Central, Reler, Rio de Janeiro, 2006) atualiza os originais artigos de Fernando Pessoa sobre economia, de 1926. gustavo Franco é reputado no Brasil como um dos mentores da reforma do real, e um banqueiro sério.

 

    Em parceria com o cunhado Francisco Caetano Dias, Pessoa editou a Revista de Comércio e Contabilidade, que seus escritos econômicos vieram à luz. Gustavo Franco mostra a atualidade, decorridos mais de 80 anos de publicação, de temas como privatização, globalização, desregulamentação, marketing, clusters, pós-fordismo, branding. Encerrando a coletânea está a entrevista com Fernando Pessoa montada por João Alves das Neves sobre o livro póstumo do poeta intitulado Textos para dirigentes de empresas (Eduardo Freitas da Costa, org., Lisboa, Cinevoz, 1969). 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

Vendilhões do Templo

Mendo Henriques 26 Nov 12

 

A dança entre cargos públicos privados acelera quando José Luís Arnaut é nomeado para a venda da ANA, uma decisão inaceitável e tão má e tão grave como o famigerado e enterrado aeroporto da Ota. "Obrigado, Senhor!", parecem dizer estes senhores, com uma mão no peito e outra perto do bolso da carteira, a velar o cadáver da IIIª República. Um deles olha-nos do passado como que a dizer "Ainda vão ver do que serei capaz no futuro!"Não se pode servir a dois senhores ... Estes vendilhões do Templo terão de sair. 

Autoria e outros dados (tags, etc)

Rendimento gasoso

Mendo Henriques 14 Nov 12

Angela Merkel e Pedro Passos Coelho necessitavam por razões distintas, de mostrar que estão unidos na austeridade: a chanceler alemã, para preparar eleições na próxima Primavera: Passos Coelho para segurar o insegurável orçamento de estado de 2013. Quando começarmos a sentir em Janeiro a quebra de rendimento com retenção na fonte de IRS, sem ver luz ao fundo do túnel, ficaremos ainda mais revoltados. Temos um rendimento bruto. Tínhamos um rendimento líquido. Agora vamos passar ao rendimento gasoso.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Atritos de Outono /Inverno

Mendo Henriques 14 Nov 12

O impulso do 15 de Setembro não se deve desgastar em atritos de Outono /Inverno. Por isso estou a trabalhar - e contribuir à minha maneira para que isto se resolva lá para a Primavera. Não faço Greve mas estou solidário com quem a faz. Comprendo as causas mas não me revejo na oportunidade, no enquadramento político e social. Uma greve assim provoca desgaste, mas nada muda. Uma luta de atrito nunca é ganha pela parte mais fraca. As coisas só mudarão mesmo por um impulso da sociedade civil provocado por um ambiente emocional agitado pela comoção geral. Por uma faísca.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Conversa da treta #2

Mendo Henriques 11 Nov 12

A linguagem da treta sempre despertou a atenção de pensadores de todas as épocas. O Elogio da Loucura, de Erasmo, e o Gargantua e Pantagruel, de François Rabelais, são dois monumentos da literatura renascentista a zurzir nos disparates à solta, na loucura que periodicamente se apodera da mente humana. Bouvard e Pécuchet é um delicioso livro de Gustave Flaubert sobre os pequeno-burgueses armados de informação que decidem discorrer sobre os destinos da humanidade. Já no século XX, Acerca da Estupidez, do grande romancista Robert Musil e O Predomínio do Logro, do filósofo Max Black, narram o que sucede quando os cretinos querem tomar conta do mundo. Wittgenstein também dedicou muitos dos seus livros à identificação e combate ao non sense. Mas até surgir o livro de Frankfurt, ninguém se preocupara em elaborar uma teoria geral sobre este tema fascinante, definindo a estrutura da treta e as condições lógicas que a acompanham.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Tags

 

 

PGL - Os estudos do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), apresentados no I Congresso Mundial de Empresários das Comunidades e Lusofonia, estão finalmente em livro. As investigações foram baseadas em informação disponível ao público e obtida a partir de diversas fontes, incluindo meios de informação especializados, fontes oficiais e outras consideradas credíveis. 

O livro indica a existência de mais de 250 milhões de falantes nativos de português, residentes nos 8 países de língua oficial portuguesa, o que representa 3,66% da população mundial e 3,85 do PIB do mundo.

Na avaliação do peso económico da língua, a obra dá atenção ao efeito da língua no comércio externo e no investimento direto estrangeiro, à influência na economia dos fluxos migratórios e o turismo, e ao valor das indústrias culturais, que, conforme dados de 2008, representa 2,8 de toda a riqueza criada em Portugal.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Estamos a chegar ao Estado Zero!

Mendo Henriques 6 Nov 12

Estamos a chegar ao Estado Zero

A crise portuguesa demorou anos a desenvolver-se e demorará anos a resolver-se, parece ser uma primeira apreciação para quem não está doido ou toldado pelos interesses instalados.  Agora é urgente fazer a troika perceber que o país precisa de tempo, precisa do seu tempo. É verdade que Portugal jamais conseguirá pagar a divida soberana, segundo os termos acordados com a troika, caso persista a horrorosa alta de impostos  criadora de recessão. Também é verdade que não o conseguirá fazer, de forma sustentável, se não elevar o nível dos impostos, cobrando a quem foge ao fisco, cobrando as transações financeiras e cobrando outras formas de riqueza e consumo ostentatório. Só com a baixa dos impostos, virá o aumento da produção e competitividade e, este aumento permitirá, a seu tempo, escalonar o pagamento da divida. É fundamental que o governo se imponha em relação à divida e que não coloque em causa a dignidade do povo português. Senão estamos a chegar ao Estado Zero, que já nem sabe o que quer nem porquê. E esta falta de credibilidade alimenta a paralisia interna e afasta os interessados do exterior.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Pesquisar

Pesquisar no Blog

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

subscrever feeds