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Blogosfera que Pica
Artur de Oliveira 26 Mar 13
Artur de Oliveira 16 Jan 13
Mendo Henriques 6 Jan 13
"André Gorz - “Adeus ao Proletariado”
Reedição 2011, um livro a reler, sobretudo o capítulo final (IV)
O que é “Adeus ao Proletariado”? (1) O livro começa mostrando que a noção de proletariado marxista e sua missão histórica não partiu da observação da classe trabalhadora, mas resultou de uma "condensação das três dominantes do pensamento ocidental, no momento da burguesia heróica - cristianismo, hegelianismo e cientificismo". Hegel concebeu a história como a progressão dialética do Espírito, que se torna consciente e toma posse do mundo.
"A filosofia de Hegel vem da teologia cristã (2): A história é escatologia (3), isto é, fim dos tempos, mas o reinado de Deus virá através da mediação de homens históricos ainda que não entendam o significado do que fazem.'' Isto quanto a Hegel.
Para Marx, como na dialética do senhor e do escravo, ao libertar-se, o proletariado liberta a burguesia. Mas o significado do proletariado, depende da mediação do próprio Marx, intérprete dessa missão escatológica.
Groz de acordo com a escola crítica dos valores não aceita o mito de que graças o proletariado, o reino do ser humano será cumprido.
"O desenvolvimento do capitalismo produziu uma classe operária que não é capaz de dominar os meios de produção e cujos interesses não coincidem com a racionalidade consciente socialista. (...) A superação do capitalismo, só pode vir de camadas que representam a dissolução de todas as classes, incluindo a classe trabalhadora.''
Enquanto prevalece a racionalidade capitalista que vê o aumento da produção como um fim em si mesmo, a classe operária continua dependente da lógica produtivista transmitida pelo Estado. Os partidos que a dizem representar são homólogos em estrutura à estrutura do Estado que querem derrubar; apenas o reproduzem.
A tomada do poder pela classe trabalhadora é a tomada da classe trabalhadora pelo poder do Estado.
Os únicos que não reproduzem esta lógica são os que estão á margem do processo de produção: os precários, "a não-classe dos proletários pós-industriais" potencialmente o novo sujeito histórico da sociedade moderna
'Esta não-classe, ao contrário da classe trabalhadora, não é produzida pelo capitalismo; é produzida pela crise capitalista e as novas relações sociais de produção capitalista. (...) Esta classe inclui todas as pessoas que são expulsas do processo de produção pela abolição do trabalho, ou subempregados nas suas capacidades pela industrialização ( automação e informatização) do trabalho intelectual. A não-classe inclui todo o excedente de produção social que estão desempregados virtuais, permanentes, temporários, totais ou parciais. É o produto da decomposição da sociedade com base no trabalho: a dignidade, valor, utilidade social, e desejo de trabalhar. Estende-se a quase todas as camadas da sociedade.''
Esta massa é maioria. Somente ela pode trazer um projeto de transformação social que vai ser "comunista", como definido por Marx, porque prefigura a abolição do trabalho assalariado.
Mas para este novo proletariado ser o portador de um futuro político, tem de viver. O trabalho não é abolido: permanece submetido à necessidade.
Há duas esferas na vida social: a heteronomia, que inclui o trabalho socialmente necessário e a autonomia em com a livre atividade, individual ou coletiva. O aumento gradual da esfera da autonomia não irá remover a esfera da heteronomia, mas é preciso regular esta para repartir de forma equitativa entre todos o trabalho socialmente necessário.
Esta é uma tarefa política que pertence ao Estado. "A separação entre a necessidade e a autonomia (4) é uma condição de expansão máxima desta. "A política é o lugar de tensão entre a autonomia e os requisitos técnicos. O Estado "Bom" é necessariamente um mal menor e a atribuição de um rendimento social garantido para todos é uma das suas tarefas.
Estas são as principais teses de “Adeus ao proletariado”, que abandona a ideia de um desenvolvimento positivo inerente ao processo de produção. O socialismo é um projeto de liberdade humana; não faz parte da lógica das coisas.
"De que precisamos? O que queremos? Que nos falta para comunicar com os outros de modo mais fraterno? "Estas são as perguntas a que a economia política não sabe responder. É a partir deles que as políticas devem traçar objetivos.
Mendo Henriques 4 Dez 12
É urgente haver plataformas informativas que proporcionem o acesso aos conteúdos dos atos governativos, diz Carlos Reis Marques. Essas plataformas devem incluir Índices de Boa Governação (IBG), com indicadores para aferir o grau de execução das medidas dos programas eleitorais, nomeadamente de âmbito autárquico. Nesta sociedade que P. Drucker definiu como «pós-capitalista», a capacidade dos cidadãos manifestarem a sua opinião (online) acerca de produtos/serviços que adquiriram, transformando-se em prosumers (producer + consumer), é explorada por D. Tapscott e Anthony D. Williamsem Wikinomics: How Mass Collaboration Changes Everything, (2006).
A emergência de um novo paradigma social tem vindo a transformar o modo como as pessoas interagem entre si e se relacionam com os
seus centros de interesse. Esta realidade apela à necessidade de os governos implementarem plataformas informativas, permanentes e universalmente acessíveis,
capazes de proporcionar o acesso dos cidadãos a conteúdos que lhes permitam tomar conhecimento dos atos governativos. Associadamente,
importa equacionar a natureza dos conteúdos informativos e a amplitude dos mesmos.
Mendo Henriques 1 Dez 12
Hans Christoph Binswanger publicou no Brasil, "Dinheiro e magia" uma crítica da economia moderna. à luz do Fausto de Goethe
A versão de Goethe para a história de Fausto, possui uma segunda parte repleta de economia e política. Era uma época em que os soberanos buscavam a ajuda de astrólogos e alquimistas para resolver problemas de Estado. A história diz que, em vez de recorrer a alquimistas para transformar chumbo em ouro, Fausto percebe que o melhor é buscar economistas com conhecimento em bancos que emitem papel-moeda dotado de algum lastro de natureza imaginária. O resultado acaba sendo o mesmo: criar "ouro artificial". E esse é apenas alguns dos temas analisados pelo autor de Dinheiro e magia,Hans C. Binswanger. O encaixe deste enredo na crise mundial e portuguesa é surpreendente: parte da nossa tragédia reside na tolerância em relação aos custos do progresso, sob a forma de dívida, desigualdade e corrupção.
Mendo Henriques 27 Nov 12
O livro A Economia em Pessoa: verbetes contemporâneos (organização, prefácio e notas de Gustavo H.B. Franco, ex-presidente do Banco Central, Reler, Rio de Janeiro, 2006) atualiza os originais artigos de Fernando Pessoa sobre economia, de 1926. gustavo Franco é reputado no Brasil como um dos mentores da reforma do real, e um banqueiro sério.
Em parceria com o cunhado Francisco Caetano Dias, Pessoa editou a Revista de Comércio e Contabilidade, que seus escritos econômicos vieram à luz. Gustavo Franco mostra a atualidade, decorridos mais de 80 anos de publicação, de temas como privatização, globalização, desregulamentação, marketing, clusters, pós-fordismo, branding. Encerrando a coletânea está a entrevista com Fernando Pessoa montada por João Alves das Neves sobre o livro póstumo do poeta intitulado Textos para dirigentes de empresas (Eduardo Freitas da Costa, org., Lisboa, Cinevoz, 1969).
Mendo Henriques 26 Nov 12
A dança entre cargos públicos privados acelera quando José Luís Arnaut é nomeado para a venda da ANA, uma decisão inaceitável e tão má e tão grave como o famigerado e enterrado aeroporto da Ota. "Obrigado, Senhor!", parecem dizer estes senhores, com uma mão no peito e outra perto do bolso da carteira, a velar o cadáver da IIIª República. Um deles olha-nos do passado como que a dizer "Ainda vão ver do que serei capaz no futuro!"Não se pode servir a dois senhores ... Estes vendilhões do Templo terão de sair.
John Wolf 25 Nov 12
Não é possível viver acima ou abaixo das possibilidades. Vivemos na possibilidade. Operamos dentro do possível. As consequências do "efectivo" é que estão acima ou abaixo da nossa estatura. Se fazemos o que fazemos, é porque é possível. As consequências da possibilidade é que podem ser positivas ou negativas. E é impossível negar essa parte inconveniente. Chamem-lhe ressaca, nível de água, dívida ou o que entenderem.
Mendo Henriques 14 Nov 12
Angela Merkel e Pedro Passos Coelho necessitavam por razões distintas, de mostrar que estão unidos na austeridade: a chanceler alemã, para preparar eleições na próxima Primavera: Passos Coelho para segurar o insegurável orçamento de estado de 2013. Quando começarmos a sentir em Janeiro a quebra de rendimento com retenção na fonte de IRS, sem ver luz ao fundo do túnel, ficaremos ainda mais revoltados. Temos um rendimento bruto. Tínhamos um rendimento líquido. Agora vamos passar ao rendimento gasoso.
Mendo Henriques 14 Nov 12
O impulso do 15 de Setembro não se deve desgastar em atritos de Outono /Inverno. Por isso estou a trabalhar - e contribuir à minha maneira para que isto se resolva lá para a Primavera. Não faço Greve mas estou solidário com quem a faz. Comprendo as causas mas não me revejo na oportunidade, no enquadramento político e social. Uma greve assim provoca desgaste, mas nada muda. Uma luta de atrito nunca é ganha pela parte mais fraca. As coisas só mudarão mesmo por um impulso da sociedade civil provocado por um ambiente emocional agitado pela comoção geral. Por uma faísca.
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