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Blogosfera que Pica
Helder Luis 17 Jun 14
O seu nome é Vitório Cardoso, macaense, assessor da CPLP e membro do conselho nacional do PSD
Este "senhor" que dizem estar ligado à extrema direita em Macau, afirmou que Aristides de Sousa Mendes é um traidor, elogiou a PIDE e considerou o 25 de Abril como um "dia de luto"
De acordo com a Visão, é próximo do secretário de Estado José Cesário, entra e sai dos gabinetes do Governo com facilidade. Em Macau dizem-no "incapaz". Por cá elogiam-lhe a diplomacia económica.
Temos assim presente no conselho nacional do PSD alguém que defende a ditadura do anterior regime e que considera traidor um Herói português que salvou milhares de judeus quando era consul de Portugal em Bordéus. E o PSD o que tem a dizer sobre isto? Não vão fazer nada?
João Palmeiro 8 Mai 14
Mendo Henriques 25 Abr 12
Um bom dia feriado a todos...O meu pensamento sobre o 25 de Abril é simples; é preciso outro. Temos de nos libertar outra vez.
John Wolf 24 Abr 12
Sobre a recusa do ex-presidente Soares em participar nas comemorações do 25 de Abril tenho a dizer o seguinte: Faz muito bem. Se se sente enojado com o estado a que chegou o país deve permanecer longe da vista do público, porque também tem respostas a dar nesse longo questionário que serve para apurar as responsabilidades pelo descalabro nacional.
Faust Von Goethe 24 Abr 12
Concordo em parte com o que Maria Teixeira Alves, Rui Crull Tabosa e José Mendonça da Cruz escreveram em Corta-Fitas. No entanto, a sua posição, assim como a da associação 25 de Abril parece-me coerente, pois:
Faust Von Goethe 23 Abr 12
27 de abril | 14h30 | Sala Keynes da FEUC
Robert Fishman
(Universidade de Notre Dame)
Resumo
A 13 de Abril de 2011, Robert Fishman sociólogo norte-americano, conhecedor e amigo de Portugal, publicou no New York Times um artigo de opinião [ler AQUI], intitulado “O resgate desnecessário de Portugal”, no qual se interroga acerca das razões que empurraram Portugal para o resgate cujas consequências estamos já a experimentar. Fishman salientava duas delas. A primeira (ideológica) era a hostilidade dos “fundamentalistas de mercado” ao “modelo de economia mista” que resultou da revolução democrática do 25 de Abril; a segunda, a falta de perspetiva histórica, a incapacidade de ter em conta a importância e extensão das transformações socioeconómicas dos anos de democracia e os seus efeitos na melhoria do nível de vida dos portugueses.
Também em Abril, o Jornal Expresso publicou uma entrevista sua onde se referiu a algumas destas questões [descarregar versão em PDF AQUI]
Depois de uma primeira conferência que apresentou no CES-Lisboa em julho de 2011, desloca-se agora a Coimbra para nova sessão onde irá abordar o resultado dos seus estudos comparativos da situação de Espanha e Portugal.
Nota biográfica
Robert Fishman é Professor de Sociologia e Fellow dos Institutos Kellogg e Nanovic da Universidade de Notre Dame. Trabalha sobre a democracia, a política e a cultura democrática. Estudioso dos casos português e espanhol, está neste momento a trabalhar numa obra em que analisa as diferenças entre estes dois países, naquilo que têm sido a prática democrática e a evolução social desde os seus regressos à democracia.
Organização: Programa de Doutoramento Governação, Conhecimento e Inovação e Núcleo de Estudos sobre Ciência, Economia e Sociedade do CES.
Artur de Oliveira 22 Abr 12
Os filmes e a própria banda desenhada de super-heróis são alvo de preconceito por serem considerados infantis ou um produto popcorn made in USA. Em parte é verdade e eu que sou fã de Marvel Comics admito-o. As histórias de super-heróis têm tanto de pimba como de obras de arte. Mas o que nos deve motivar nesses conteúdos são os valores como a justiça e o bem comum. O vilão do filme, Loki diz:" Vocês foram feitos para ser dominados e no fim será cada um por si. " Não vos lembra os Príncipes das finanças e os seus vassalos a quererem fazer o mesmo comnosco e outros países? A sociedade civil deve agir como os avengers e lutar por um Portugal melhor, porque o nosso país foi fundado e mantido pelo heroísmo. A nossa História exige que cada um de nós seja um Avenger e lute por um pais digno e com um Chefe de Estado livre da partidocracia e lobies não assumidos, mas bastante conhecidos. Vejam o filme e inspirem-se. Estreia a 25 de Abril ainda por cima...
Faust Von Goethe 19 Abr 12
Tendo como mote os últimos posts de Rui Rangel e John Wolf, sugiro uma leitura do livro de João Miguel Almeida entre Salazar e Teotónio Pereira, o mentor do Corperativismo durante o Estado Novo.
Ao lerem o livro, irão descobrir, entre outras coisas, porque Salazar tinha uma propensão para passar dias a fio encerrado em casa, quando se encontrava deprimido, porque se manteve tanto tempo no poder, e porque Teotónio Pereira esteve quase para lhe suceder e porque tal não chegou a acontecer, para desagrado de Salazar.
Considero a leitura deste livro essencial e imprescindível para desmistificar algumas ideias pré-concebidas sobre a personagem de Salazar e o Estado Novo.
Faust Von Goethe 17 Abr 12
Há momentos que passam. Há outros que fazem a História. Entre 1965 e 1968 a Associação Académica de Coimbra foi liderada por uma Comissão Administrativa nomeada pelo Governo. Durante essa fase os estudantes foram impedidos de participar no Senado e Assembleia da Universidade de Coimbra.
Após um abaixo-assinado, subscrito por 2500 estudantes pedindo eleições livres na AAC, realizaram-se novamente eleições para a Académica em Fevereiro de 69. Deste acto eleitoral saiu vencedora a lista do Conselho das Repúblicas, com 75% dos votos.
Um mês mais tarde a DG/AAC é convidada para a cerimónia de inauguração do edifício das Matemáticas, não só aceitando o convite, como manifestando a intenção de interferir na referida cerimónia.
Essa pretensão, comunicada ao Reitor de então, foi liminarmente recusada já que "O Reitor, que iria discursar, já representava a Universidade" e a intenção dos estudantes falarem prejudicaria as "prescrições protocolares".
Na manhã de 17 de Abril de 1969, em frente ao Edifício das Matemáticas, milhares de estudantes mostravam palavras de ordem "Ensino para todos", "Estudantes no Governo da Universidade", "Exigimos diálogo".
No interior do Edifício, Alberto Martins, Presidente da DG/AAC pede a palavra ao Presidente da República, Américo Tomás "Sua Ex.ª, Senhor Presidente da República, dá-me licença que use da palavra nesta cerimónia em nome dos estudantes da Universidade de Coimbra?" A palavra foi-lhe negada e a cerimónia terminada abruptamente.
Nessa mesma noite, Alberto Martins é detido à porta da Associação Académica de Coimbra. Centenas de estudantes são nessa noite alvo de uma carga policial à frente da PIDE, para onde se haviam mobilizado em solidariedade para com Alberto Martins. Vários episódios de luta, unidade e solidariedade se seguiram por parte dos estudantes da Universidade de Coimbra. O Governo respondia com mais censura, opressão e perseguição aos desalinhados do regime.
Neste dia, se calhar como nunca no passado, a Academia de Coimbra soube dizer não perante um regime e uma sociedade injustas e desiguais. Talvez aqui, tenha sido o início do fim do regime.
Em resposta a todo este clima, a Academia reúne em Assembleia Magna, no ginásio da AAC com a presença de milhares de estudantes e dos professores Orlando de Carvalho e Paulo Quintela. Assim, é decretado o luto académico sob a forma de greve às aulas, transformadas em debate sobre os problemas dos departamentos e das Faculdades da Universidade de Coimbra, bem como do País.
No dia 30 de Abril, numa comunicação televisiva, o Ministro da Educação Nacional, José Hermano Saraiva, acusava os estudantes de desrespeito, insultos ao Chefe de Estado e do crime de sediação. Conclui, a dizer "que a ordem será restabelecida em Coimbra".
Neste contexto, cerca de 4000 estudantes marcaram presença na Assembleia Magna que se realizou no Pátio dos Gerais, no dia 1 de Maio, repudiando juntamente com o corpo docente, as afirmações do Ministro da Educação Nacional e reafirmando a convicção na construção de uma Universidade nova.
De seguida, por despacho de José Hermano Saraiva, verificava-se o encerramento antecipado da UC até ao início dos exames. Deste modo, a Assembleia de Estudantes Grelados deliberava cancelar a Queima das Fitas num acto de solidariedade para com a Academia e dirigentes associativos suspensos. "Jamais aceitaremos que a alegria se confunda com a irresponsabilidade...", dizia o comunicado.
No dia 28 de Maio, na maior Assembleia Magna da história da Academia com a presença de cerca de 6 mil estudantes, é decretada a abstenção aos exames. Foi ainda deliberada a "Operação Flor" e a "Operação Balão", em que flores e balões eram distribuídos como forma de protesto enquanto não se procedesse ao levantamento das suspensões e dos processos de inquérito, exigindo-se ainda que não fossem marcadas faltas durante o luto académico.
No início da época de exames, dia 2 de Junho, Coimbra acorda sitiada. Destacamentos da GNR, PSP e da Polícia de choque ocupam a Universidade.
No final da Taça de Portugal entre a Académica e o Benfica, no dia 22 de Junho, o jogo transformou-se em manifestação contra o regime e cerca de 35 mil comunicados foram distribuídos à sociedade civil, nos quais estavam expostas as razões da luta estudantil. Excepcionalmente, o jogo não foi transmitido pela RTP e pautou-se pela ausência do Presidente da República.
No mês de Julho, o Governo alterava a lei de adiamento da incorporação militar de modo a fazer depender da prorrogativa "o bom comportamento escolar" do estudante. Ao abrir da nova legislação, meia centena de estudantes eram chamados ao serviço militar.
A crise académica de Coimbra tinha conduzido a uma remodelação política no sector educacional do governo. O Ministro da Educação Nacional é demitido e substituído por Veiga Simão. Na Universidade de Coimbra, Gouveia Monteiro é o escolhido do novo ministro para o cargo de Reitor, numa tentativa de pacificação da situação académica. Deste modo, abria-se o caminho às reformas e democratização das estruturas universitárias que, cinco anos mais tarde, o 25 de Abril de 1974 viria consagrar.
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