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O Ouriço

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O seu nome é Vitório Cardoso, macaense, assessor da CPLP e membro do conselho nacional do PSD

 

Este "senhor" que dizem estar ligado à extrema direita em Macau, afirmou que Aristides de Sousa Mendes é um traidor, elogiou a PIDE e considerou o 25 de Abril como um "dia de luto"

 

De acordo com a Visão, é próximo do secretário de Estado José Cesário, entra e sai dos gabinetes do Governo com facilidade. Em Macau dizem-no "incapaz". Por cá elogiam-lhe a diplomacia económica.

Temos assim presente no conselho nacional do PSD alguém que defende a ditadura do anterior regime e que considera traidor um Herói português que salvou milhares de judeus quando era consul de Portugal em Bordéus. E o PSD o que tem a dizer sobre isto? Não vão fazer nada?

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Estas linhas são a história do meu 25A de 40 anos atrás.

Um telefonema, cedo de Lisboa pôs-me ao corrente do que ninguém ainda sabia em Bula, pequena vila a 50 km a norte de Bissau sede do Batalhão de Cavalaria 8320.

Eu comandava a 2ª companhia (por ausência do capitão transferido para uma companhia africana) que estava em intervenção, depois de meses de ocupação da região de Nhamate, 20 Km a leste de Bula. (quando em 2006 visitei esta, região no âmbito de uma missão do Banco Mundial, onde fora o meu quartel sede da companhia, a selva tinha imposto a Paz. Apenas a peanha e o pau da bandeira restavam ainda numa pequena clareira como memória de tempos que muitos querem esquecer, mas a memória e história não deixa; do cimento dos tijolos e das chapas restavam sinais luxuriantes escondidos pela natureza).

Este ano fui com o meu filho André e os meus netos ao Terreiro do Paço na noite de 24 assistir ao espectáculo de som e luz que Lisboa ofereceu aos seus munícipes e visitantes.

O meu neto José Maria, 12 anos, não largou mais a boina que lhe trouxe de recordação desse passado de mais de 40 anos, que teimo em não esquecer.

O André já era nascido em 1974 "tenho pensado muito no André, para ele todas as hipóteses são de um Portugal melhor. Pela primeira vez tive a noção correta de que me poderia bater por uma coisa que o beneficiaria, principalmente a ele…." e, como acredito que se passa na esmagadora maioria das famílias portuguesas, ignora quase tudo sobre a guerra de África. Saberá sobre colonialismo, saberá sobre o Estado Novo, mas sobre nós que em Abril de 1974 ainda lá estávamos pesa um silêncio de que somos responsáveis.

Ainda este ano, estafadas as noticias e as polémicas que ano após ano se adivinham nesta data, com discursos mais ameaçadores ou eloquentes, mas nem a curiosidade jornalística chega para procurar informação sobre o que foram esses dias de promessa, confusão e informação para os que estavam a milhares de kms de Portugal.

Há muito que se começa a saber sobre os que tinham decidido viver lá e tiveram de voltar depois, mas os que só queriam voltar, o mais depressa possível, pouco ou nada se sabe.

"Foi vivido o dia 1 da revolução. Para mim que vagueei entre o mito e o sonho, entre os fatos e as hipóteses, foi um dia de cansaço mental e de certa desilusão….. estavamos só alferes (milicianos) e houve logo quem dissesse que vamos todos a Bissau e eu disse que bastava uma declaração de adesão. Depois do almoço tornei a insistir e afirmei que chegou o momento de ser coerente comigo mesmo e de passar das palavras aos atos; tudo o que queria saber era se tinha representatividade deles para pedir ao comandante para mandar o telegrama; que achava imperioso que se fizesse uma reunião de informação com os soldado,s pois eles não estavam a perceber nada e que toda a manhã me tinham feito perguntas do género 'agora que são os militares que mandam nós somos mais que os civis' ou 'agora vamos embora mais depressa'…"

São intermináveis as linhas que escrevi a 25, 26, 27 de Abril e por aí fora até 25 de Maio, dia em que voltei para Lisboa.

Quarenta anos depois na noite ainda fria de Lisboa no meio de uma multidão – quantos seriam apenas turistas – multilinguistica, um espectáculo tecnologicamente impossível de sonhar em 1974 aqueceu as almas com as recordações de sempre.

Agarrado à minha boina militar, o meu neto Zé Maria nem podia imaginar que as emoções que a música e a imagem nos faziam sentir, eram muito mais importantes que os factos históricos que eu e o André íamos sublinhando.

E no Domingo lá fomos à Assembleia da Republica para que os meus netos José Maria e António Maria, por momentos discursassem na sala das sessões e na sala do senado, como se falar livremente e dizer o que pensamos fosse a mais simples e mais natural das coisas.

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Música que Pica #5

Faust Von Goethe 25 Abr 12

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25 de Abril

Mendo Henriques 25 Abr 12

Um bom dia feriado a todos...O meu pensamento sobre o 25 de Abril é simples; é preciso outro. Temos de nos libertar outra vez.

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Sobre a recusa do ex-presidente Soares em participar nas comemorações do 25 de Abril tenho a dizer o seguinte: Faz muito bem. Se se sente enojado com o estado a que chegou o país deve permanecer longe da vista do público, porque também tem respostas a dar nesse longo questionário que serve para apurar as responsabilidades pelo descalabro nacional.

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Concordo em parte com o que Maria Teixeira Alves, Rui Crull Tabosa e José Mendonça da Cruz escreveram em Corta-Fitas. No entanto, a sua posição, assim como a da associação 25 de Abril parece-me coerente, pois:

  • É  preciso dar o lugar aos mais novos no que toca a gritar palavras de ordem à revolução (eles é que se têm que manifestar quanto ao desmprego jovem, por exemplo);
  • A luta de Soares, Alegre entre outros pela revolução dos cravos, como se pode ler na página do Centro de documentação 25 de Abril [da minha universidade] prendeu-se essencialmente, por um aumento salarial e por uma luta pela igualdade de classes. 
     
    Portanto, as suas posições são coerentes, desde que as enquadrem com as directivas do actual executivo-que ao invés de aumentar os salários, corta-os, tal como Marcello Caetano, no período pós-primavera Marcellista (Estou a supor que UGT não vai mesmo rasgar o acordo de concertação social).
     
    Claro que poderíamos invocar outros motivos, como o facto do actual programa de privatizações do estado Português, estar a devolver- e muito bem (?!)- às suas ex-colónias, e em particular aos Angolanos, aquilo que lhes retirou durante anos, mas não quero entrar por aí. Anda por aí muita gente com os nervos em franja, e ainda só estamos em Abril. 

    Nem quero imaginar como isto estará em Novembro.  
Leituras complementares:
Vídeo complementar:

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27 de abril  |  14h30  |  Sala Keynes da FEUC

 

Robert Fishman
(Universidade de Notre Dame)

 

Resumo
A 13 de Abril de 2011, Robert Fishman sociólogo norte-americano, conhecedor e amigo de Portugal, publicou no New York Times um artigo de opinião [ler AQUI], intitulado “O resgate desnecessário de Portugal”, no qual se interroga acerca das razões que empurraram Portugal para o resgate cujas consequências estamos já a experimentar. Fishman salientava duas delas. A primeira (ideológica) era a hostilidade dos “fundamentalistas de mercado” ao “modelo de economia mista” que resultou da revolução democrática do 25 de Abril; a segunda, a falta de perspetiva histórica, a incapacidade de ter em conta a importância e extensão das transformações socioeconómicas dos anos de democracia e os seus efeitos na melhoria do nível de vida dos portugueses.

Também em Abril, o Jornal Expresso publicou uma entrevista sua onde se referiu a algumas destas questões [descarregar versão em PDF AQUI]

Depois de uma primeira conferência que apresentou no CES-Lisboa em julho de 2011, desloca-se agora a Coimbra para nova sessão onde irá abordar o resultado dos seus estudos comparativos da situação de Espanha e Portugal.


Nota biográfica

 

Robert Fishman é Professor de Sociologia  e Fellow dos Institutos Kellogg e Nanovic da Universidade de Notre Dame. Trabalha sobre a democracia, a política e a cultura democrática. Estudioso dos casos português e espanhol, está neste momento a trabalhar numa obra em que analisa as diferenças entre estes dois países, naquilo que têm sido a prática democrática e a evolução social desde os seus regressos à democracia.

 

Organização: Programa de Doutoramento Governação, Conhecimento e Inovação e Núcleo de Estudos sobre Ciência, Economia e Sociedade do CES.

 

Fonte: http://www.uc.pt/feuc/noticias01/20120417

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Avengers ou o poder da sociedade civil

Artur de Oliveira 22 Abr 12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os filmes e a própria banda desenhada de super-heróis são alvo de preconceito por serem considerados infantis ou um produto popcorn made in USA. Em parte é verdade e eu que sou fã de Marvel Comics admito-o. As histórias de super-heróis têm tanto de pimba como de obras de arte. Mas o que nos deve motivar nesses conteúdos são os valores como a justiça e o bem comum. O vilão do filme, Loki diz:" Vocês foram  feitos para ser dominados e no fim será cada um por si. " Não vos lembra os Príncipes das finanças e os seus vassalos a quererem fazer o mesmo comnosco e outros países? A sociedade civil deve agir como os avengers e lutar por um Portugal melhor, porque o nosso país foi fundado e mantido pelo heroísmo.  A nossa História exige que cada um de nós seja um Avenger e lute por um pais digno e com um Chefe de Estado livre da partidocracia e lobies não assumidos, mas bastante conhecidos. Vejam o filme e inspirem-se. Estreia a 25 de Abril ainda por cima...

 

 

 

 

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Tendo como mote os últimos posts de Rui Rangel e John Wolf, sugiro uma leitura do livro de João Miguel Almeida entre Salazar e Teotónio Pereira, o mentor do Corperativismo durante o Estado Novo.

 

Ao lerem o livro, irão descobrir, entre outras coisas, porque Salazar tinha uma propensão para passar dias a fio encerrado em casa, quando se encontrava deprimido, porque se manteve tanto tempo no poder, e porque Teotónio Pereira esteve quase para lhe suceder e porque tal não chegou a acontecer, para desagrado de Salazar.

 

Considero a leitura deste livro essencial e imprescindível para desmistificar algumas ideias pré-concebidas sobre a personagem de Salazar e o Estado Novo.

 

 

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Crise Académica de 1969

Faust Von Goethe 17 Abr 12

Há momentos que passam. Há outros que fazem a História. Entre 1965 e 1968 a Associação Académica de Coimbra foi liderada por uma Comissão Administrativa nomeada pelo Governo. Durante essa fase os estudantes foram impedidos de participar no Senado e Assembleia da Universidade de Coimbra.

Após um abaixo-assinado, subscrito por 2500 estudantes pedindo eleições livres na AAC, realizaram-se novamente eleições para a Académica em Fevereiro de 69. Deste acto eleitoral saiu vencedora a lista do Conselho das Repúblicas, com 75% dos votos.

Um mês mais tarde a DG/AAC é convidada para a cerimónia de inauguração do edifício das Matemáticas, não só aceitando o convite, como manifestando a intenção de interferir na referida cerimónia.

Essa pretensão, comunicada ao Reitor de então, foi liminarmente recusada já que "O Reitor, que iria discursar, já representava a Universidade" e a intenção dos estudantes falarem prejudicaria as "prescrições protocolares".

Na manhã de 17 de Abril de 1969, em frente ao Edifício das Matemáticas, milhares de estudantes mostravam palavras de ordem "Ensino para todos", "Estudantes no Governo da Universidade", "Exigimos diálogo".

No interior do Edifício, Alberto Martins, Presidente da DG/AAC pede a palavra ao Presidente da República, Américo Tomás "Sua Ex.ª, Senhor Presidente da República, dá-me licença que use da palavra nesta cerimónia em nome dos estudantes da Universidade de Coimbra?" A palavra foi-lhe negada e a cerimónia terminada abruptamente.

Nessa mesma noite, Alberto Martins é detido à porta da Associação Académica de Coimbra. Centenas de estudantes são nessa noite alvo de uma carga policial à frente da PIDE, para onde se haviam mobilizado em solidariedade para com Alberto Martins. Vários episódios de luta, unidade e solidariedade se seguiram por parte dos estudantes da Universidade de Coimbra. O Governo respondia com mais censura, opressão e perseguição aos desalinhados do regime.

Neste dia, se calhar como nunca no passado, a Academia de Coimbra soube dizer não perante um regime e uma sociedade injustas e desiguais. Talvez aqui, tenha sido o início do fim do regime.

Em resposta a todo este clima, a Academia reúne em Assembleia Magna, no ginásio da AAC com a presença de milhares de estudantes e dos professores Orlando de Carvalho e Paulo Quintela. Assim, é decretado o luto académico sob a forma de greve às aulas, transformadas em debate sobre os problemas dos departamentos e das Faculdades da Universidade de Coimbra, bem como do País.

No dia 30 de Abril, numa comunicação televisiva, o Ministro da Educação Nacional, José Hermano Saraiva, acusava os estudantes de desrespeito, insultos ao Chefe de Estado e do crime de sediação. Conclui, a dizer "que a ordem será restabelecida em Coimbra".

Neste contexto, cerca de 4000 estudantes marcaram presença na Assembleia Magna que se realizou no Pátio dos Gerais, no dia 1 de Maio, repudiando juntamente com o corpo docente, as afirmações do Ministro da Educação Nacional e reafirmando a convicção na construção de uma Universidade nova.

De seguida, por despacho de José Hermano Saraiva, verificava-se o encerramento antecipado da UC até ao início dos exames. Deste modo, a Assembleia de Estudantes Grelados deliberava cancelar a Queima das Fitas num acto de solidariedade para com a Academia e dirigentes associativos suspensos. "Jamais aceitaremos que a alegria se confunda com a irresponsabilidade...", dizia o comunicado.

No dia 28 de Maio, na maior Assembleia Magna da história da Academia com a presença de cerca de 6 mil estudantes, é decretada a abstenção aos exames. Foi ainda deliberada a "Operação Flor" e a "Operação Balão", em que flores e balões eram distribuídos como forma de protesto enquanto não se procedesse ao levantamento das suspensões e dos processos de inquérito, exigindo-se ainda que não fossem marcadas faltas durante o luto académico.

No início da época de exames, dia 2 de Junho, Coimbra acorda sitiada. Destacamentos da GNR, PSP e da Polícia de choque ocupam a Universidade.

No final da Taça de Portugal entre a Académica e o Benfica, no dia 22 de Junho, o jogo transformou-se em manifestação contra o regime e cerca de 35 mil comunicados foram distribuídos à sociedade civil, nos quais estavam expostas as razões da luta estudantil. Excepcionalmente, o jogo não foi transmitido pela RTP e pautou-se pela ausência do Presidente da República.

No mês de Julho, o Governo alterava a lei de adiamento da incorporação militar de modo a fazer depender da prorrogativa "o bom comportamento escolar" do estudante. Ao abrir da nova legislação, meia centena de estudantes eram chamados ao serviço militar.

A crise académica de Coimbra tinha conduzido a uma remodelação política no sector educacional do governo. O Ministro da Educação Nacional é demitido e substituído por Veiga Simão. Na Universidade de Coimbra, Gouveia Monteiro é o escolhido do novo ministro para o cargo de Reitor, numa tentativa de pacificação da situação académica. Deste modo, abria-se o caminho às reformas e democratização das estruturas universitárias que, cinco anos mais tarde, o 25 de Abril de 1974 viria consagrar.

1ª Parte
2ª Parte 

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