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O Ouriço

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Falta-nos uma matriz energética para o futuro.


Desperdiçamos energia e abusamos do crude mas há motores mais eficientes. Deve-se melhorar o transporte público electrificado e impedir carros privados na city das metrópoles.

 

Existem carrinhas eléctricas há 50 anos, etanol para carros há 35, carros eléctrico há 25,motoretas eléctricas há 30, biodiesel para camiões há 20, autocarros a biogás no tráfego urbano há 20.

 

Há lâmpadas LED que consomem 5% da normal há 10 anos, painéis solares há 30, fotovoltaicos há 5. O crude é para plásticos, petroquímicos eaplicações onde estas alternativas ainda não existam.

 

Pontes só devem ser construidas em serras, agora faz-se túnel imerso.

 

A tecnologia do TGV tem 150 anos, é só força bruta. A tecnologia do alfa pendular, com carruagem em aço resistente e compósitos é a actual. A do carro tem 100 anos.

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Uma das mais difíceis estimativas que o grupo de especialistas a que eu pertencia tinha que fazer, era o efeito dos novos investimentos no desenvolvimento sócio-económico regional. Já há muito deixáramos o PIB. Pois a teoria nos dá valores, mas a prática mostra que fatores culturais, ocasionais e familiares trazem ações muito diferentes das expectativas racionais.

Quando o governo da Suécia decidiu mudar à força a maioria das Direcções-Gerais, para cidades com crescente desemprego, a uma distância de umas2,5 a3,5h de Alfa da capital, não imaginava as consequências positivas que isto traria. Para começar muitos burocratas não foram e trocaram de carreira. Mudaram-se os mais humildes, pessoas sem a arrogância que ainda caracteriza muitos chefes do serviço público em muitos países. Isto obrigou à informatização otimizando o tempo do cliente, o que trouxe menor custo com a administração pública e maior receita fiscal.

 

Menor poluição, maior eficácia

Em Estocolmo ficaram naturalmente, além do Governo e do Parlamento, algumas instituições ligadas aos negócios estrangeiros, como a Agência de Cooperação Internacional. Isto trouxe menor pressão às longas filas dos que queriam arrendar habitação na capital. Os que se mudaram da casa própria a venderam com facilidade. Os compradores puderam escolher entre continuar com o contrato que o anterior proprietário tinha com o banco e pagar a diferença ao vendedor, ou negociar um contrato novo, considerando o rendimento familiar. Com as novas ciclovias na região, o preço mais alto nos parkings centrais e os parkings gratuitos junto às distantes estações de comboio e de metro, muitos venderam os seus carros para reduzir a dívida ao vendedor.

 

A anterior queda na construção civil foi plenamente compensada pelo boom imobiliário nas cidades escolhidas, de40 a 50 mil habitantes.

Os chefes que tiveram que quinzenalmente ir à capital, passaram a usar as cadeiras vazias do Alfa, e acordar um pouco mais cedo para lá estar no horário habitual das reuniões.

 

Os estádios, restaurantes, centros, toda a infra-estrutura da cidade menor foi mais utilizada, trazendo também mais lucro às empresas locais. O que, por sua vez, aumentou a procura em p.ex. de produtos alimentares, calçados e roupas especiais, materiais de construção, nas lojas e fábricas de toda a região daquela cidade.

Estocolmo teve a sua população reduzida aos 9,5% do total do país, o trânsito auto caiu e a qualidade de vida melhorou.

 

A prática superou a teoria

O melhor aproveitamento de todos os recursos numa dúzia de cidades trouxe o aumento da procura nas regiões, que também teve as suas empresas melhor utilizadas, o que aumentou a competitividade delas, o que aumentou as exportações. A importação de automóveis caiu.

 

Hoje, 20 anos depois, a Suécia tem uma capital com excelente padrão habitacional e urbano, 6 cidades importantes, com 120 a 500 mil habitantes, que desfrutam de universidade, ópera, etc, da mesma qualidade da capital, e mais 15 cidades com quase as mesmas facilidades. O CP de lá, chama-se SJ, 100% estatal, dá lucro, o meio-ambiente é excelente, os autocarros usam biogás produzido pelas autarquias junto às ETAR e o PIB cresce(4,8% em 2011). Aumentou a competitividade das empresas que têm um dos custos salariais mais elevados da Europa e o IVA de 25%, e exportam mais. O bem-estar do cidadão superou em muito as estimativas dos economistas.

 

Este longo texto foi para exemplificar como uma decisão corajosa, impopular, que antevia custos elevados e problemas para o Estado, acabou por, pouco depois, render ao país muito mais do que o previsto, pois tinha ignorado fatores não-contabilizáveis.

 

Na próxima semana descreverei outra decisão governamental, noutro país, que os financistas de então criticaram, e que resultou numa clara melhora sócio-económica. Após detalhar casos concretos em outros países concluirei com a tese da complexidade do mundo real em que só ao trazer fatores não-contabilizáveis para modelos económicos, temos algo muito mais do que um transitório e fugaz crescimento do PIB.

 

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Pneu velho é diesel

Jack Soifer 17 Abr 12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A partir de pneus velhos, plástico reciclado ou xisto, já se faz diesel marítimo por 30 dólares o barril. Um cracker catalítico parte a ligação entre as cadeias de hidrocarbonetos de petróleo em materiais a reciclar, o que produz um diesel com baixo teor de enxofre. É a despolimerização térmica.

As suecas Ragnsells, maior recicladora de pneus da Europa, fornece-os, a Cassandra Oil transforma e a Nordkalk usa o óleo. Obtêm 4,5 kg de óleo com 10 kg de pneus velhos. Um quarto torna--se carvão, um décimo gás. O processo leva 15 minutos. Se usar plástico como matéria-prima, tudo resulta em óleo, pois plástico é só hidrocarbonetos.

Este, mesmo sujo ou contaminado, é processado. Mesmo o óleo pesado, fuel ou resíduo de refinaria, é reciclado.

Até a sucata eletrónica transforma-se em diesel, gás e metais. De cada tonelada obtém-se 700 kg de óleo, 200 de cobre, 0,5 de prata e 40 gramas de ouro.

A Oil Cassandra investiu num reator catalítico de 1500 kW. Ela pretende fabricá-los para vender a outros.

O fundador, Anders Olsson, foi o agente da Petrobras no Oriente Médio. Ele trabalhou na recuperação dos lagos de óleo pesado no Médio Oriente. Em 2010, patenteou a tecnologia baseada em "despolimerização térmica por fricção em leito fluidizado."

Este é só um exemplo de como, na Europa do Norte, os desperdícios são aproveitados. E como as grandes empresas se abrem às inovações das pequenas, para sinergias onde a sociedade toda gasta menos. É o PIB a cair e o povo a lucrar com menos poluição e mais inovação. Algo para a Troika aprender?

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Energia gratuita

Jack Soifer 12 Abr 12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Apesar do biogás ser usado no interior de quase todos os países do Norte da Europa há 50 anos e nas ETAR de muitos deles há 15 anos, só agora ele chega a nós. É paradoxal: uma grande exportadora de componentes para os digestores está aqui, a Soplacas.
 
As bactérias de fermentação em digestores sem oxigénio usam os resíduos orgânicos das agro-indústrias, lixo ou dejetos animais ou humanos para gerar 65% de metano e 35% de dióxido de carbono, o que oferece elevado poder calórico. Um metro cúbico de biogás dá uns 1,5Kwh; equivale a meio litro de crude.

Assim, em vez de um problema ambiental, os resíduos, lixo e dejetos vão para digestores, em geral próximos às ETAR e/ou centrais de reciclagem. Ali, o biogás roda geradores para a rede elétrica ou é vendido aos autocarros urbanos e regionais. A cogeração usa dejetos animais e resíduos agrícolas e trouxe rendimento complementar à população rural.

Em muitos distritos da Europa do Norte, a maioria dos autocarros é a biogás. Poupa a importação do crude, gera trabalho nas oficinas regionais que ajustam o motor e instalam os depósitos e reduz a poluição. Os digestores agora já não são caros e existem práticas comprovadas para cada dimensão populacional.

O projeto 20-20-20 da UE sugere que até 2020 devemos reduzir os gases estufa em 20% e aumentar outras fontes de energia em 20%. A Alemanha é o maior produtor de biogás da Europa, com 71% vindo da cogeração de mini-unidades rurais. Na Dinamarca, 62% das casas são aquecidas com biogás. Lisboa, Margem Sul, Porto, Coimbra, Aveiro, são apenas alguns exemplos onde ele é competitivo, se o ministro da Economia quiser economizar.

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