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Blogosfera que Pica
Faust Von Goethe 2 Jul 12
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Faust Von Goethe 8 Mai 12
Na Grécia, como em Portugal, a “Direita” tem tentado aparecer aos olhos do povo como a salvadora da pátria depois de anos de irresponsabilidade e políticas desastrosas por parte da Esquerda. O que essas “Direitas” se esquecem é de que foram cúmplices dessas mesmas políticas, desses mesmos déficits, dessa mesma corrupção. Não nos esqueçamos que o Barrosismo foi um desastre que, chegado ao poder prometendo um choque fiscal, chocou – e muito – os portugueses com um pesado aumento da carga fiscal, enquanto que a despesa foi subindo. E podemos recuar a Cavaco, à política do betão, à expansão das agora tão faladas “gorduras do Estado”, à benção a um sinistro grupo de indivíduos que tem vindo a sequestrar o país em todas as áreas, desde a política até à banca. Ou até ir mais longe e recuar a Sá Carneiro e compreender que durante o curto governo da Aliança Democrática, consigo no comando, a despesa não só teve tendência a aumentar, como esse próprio aumento constava no programa eleitoral da AD. Volvida menos de meia década o país estava intervencionado pelo FMI. Estas estranhas entidades politico-partidárias a que alguns se referem como a Direita Portuguesa não são mais que um conjunto de políticos profissionais, desprovidos de doutrina e comprometidos com o sistema que os promove e aos seus pares. É por isso que, por mais que se liberalize, a Direira Portuguesa nunca se tornará verdadeiramente liberal, completamente abominadora do Estado. Pois é este Estado que, mais ou menos pequeno, com mais com com menos empresas públicas, com a mão nas regulações, o pé no investimento público e os olhos no contribuínte que alimenta este Bloco Central de interesses. Com posições públicas e privadas, com contratos altamente prejudiciais ao interesse do taxpayer e por vezes – geralmente – até mesmo com o descarado despejo de dinheiros públicos em cima do poder económico. A dívida também é desta “Direita”. O déficit também é desta “Direita”. A recessão também é desta “Direita”. E o Estado, musculado, “fraco para os fortes, forte para os fracos”, corrupto, burocrático, não só também é desta “Direita” como a mantém e aos seus senadores, aos seus patrões e aos seus banquetes.
Ricardo Lima no blogue colectivo O Insurgente, a propósito de um recente post de Daniel Oliveira no blogue colectivo Arrastão. O recente post de Mendo Henriques também aponta na mesma direcção.
John Wolf 13 Abr 12
O movimento cooperativo em Portugal raras vezes terá sido entendido de um modo profundo e substantivo. De uma forma abrupta e obtusa, o cooperativismo foi colocado na prateleira da esquerda, ao lado da reforma agrária, na ocupação dos latifúndios e nos manuais ideológicos de kibbutzs de algibeira. Por arrasto e como elemento decorativo, temos os bigodaças, os ranchos folclóricos, os cantares, as pás e enxurradas, as "foi-se" e os martelos. O socialismo instituído à força pela mão de planos quinquenais nessa Europa (fora) de leste, ajudou a barrar um preconceito na olaria da política. Cooperativismo é a mesma coisa que comunismo. Cooperativismo é a mesma coisa que socialismo. Mas se formos científicos, analistas de funções e módulos, e esquecermos as doutrinas e os pandeiros, poderemos observar certas contradições ideológicas e culturais. Cá vai uma. Os EUA será porventura o país mais cooperativista do mundo, no plano federal da associação entre os estados que o compõem, mas também no plano cívil, na forma espontânea como as comunidades locais se organizam em torno da edificação de projectos de índole colectivo. O país sem se implicar nos conceitos operativos, pratica uma forma de socialismo civil, mas atenção, não ousem usar a palavra "suja" socialismo num qualquer lounge Americano. Serão concerteza malentendidos. Por agora regressemos a Portugal e pensemos na gravíssima situação em que se encontra o país. O grau de desespero em que se encontra largos espectros da população Portuguesa irá obrigar à (re)integração do conceito existencial de cooperação. As modalidades de cooperativismo que forem adoptadas terão de fazer tábua rasa das cores políticas e considerar apenas dois simples vectores de desenvolvimento. A criação de emprego e a produtividade competitiva. Em suma, deixou de ser relevante qual a posição ocupada na bancada parlamentar, na praça de touros, no estádio de futebol. No meu entender as pessoas que interessam já foram localizadas. As pessoas já foram flagrantemente identificadas. As pessoas têm de estar no centro das nossas preocupações. O resto são detalhes e rancores.
Artur de Oliveira 25 Fev 12
"Ao invés do demagogo, do equilibrista, do ditador vulgar, o chefe por dever constante e não por usurpado direito, é o Rei. Êle é o governante que não pede a demissão, o que não ameaça abandonar os próprios esforços, pelo prazer-vingança de os ver caír, pois que a ruína desabaria sobre a sua casa e o seu sangue. Ainda quando os meios violentos o privam do exercício da sua função, êle afirma e mantém no destêrro o direito de cumprir o seu dever, como se o preservasse de efémeros acidentes, uma investidura sagrada. Chefe que não é de um bando, de uma clientela, de qualquer formação plutocrática: chefe natural da Nação, como da sua primeira família, expressão pessoal e vitalícia da unidade moral e política da Pátria, ponto de convergência da tradição e da revolução, o Rei não se lembra do começo das suas funções e não pode querer o fim da sua própria posteridade.
No Rei, as contradições e oposições acabam por fundir-se em identidade, porque, sobrevivendo a si mesmo pela Dinastia, ultrapassa os conflitos e os antagonismos que separam em rivalidade os outros homens.
Êle é também o limite a todas as ambições, às legítimas e mais ainda às ilegítimas; o estado personificado e vivo, com a certeza de renovar-se; o fiador mais interessado em todos os intentos de proveito e glória cívica; o julgador imparcial, sereno e clemente na moderação das penas.
O Rei é o único chefe que tem tempo e não tem vaidade ou vergonha de emendar os próprios êrros: se politicamente não morre, só pode ter interesse em corrigir-se para acertar."
Do Prólogo de Aula Régia- Hipólito Raposo em 1936
Mendo Henriques 26 Jan 12
A impiedosa classificação de blogues entre os de esquerda e os de direita, numa curiosa simetria do centrão rotativista do poder que nos passou a (des)governar desde 1995 ( ou 1986) ... ( ou 1976) ... deixa o Ouriço com todos os pelos em riste.
Quer-me parecer que nós aqui somos Conservadores-Liberais. Que há matérias onde alinhamos como conservadores ou de direita, como seja não perdermos tempo com causas fraturantes de género ou sexualidade. E há outras matérias em que somos de esquerda porque os empresários ainda não perceberam - como aliás não percebeu o próprio Estado - que existe um dividendo social que deve ser sempre investido em contra-ciclo. Há outras entradas técnicas que por aqui temos, que nem sei como classificar. O que não somos de certeza é neo-conservadores ou neo-liberais, ou etiqueta quejanda dos parvalhões arrogantes que arruinaram o vitorioso mundo ocidental desde a queda do Muro de Berlim e que nos estão a fazer pagar todos pelos seus erros económicos e geopolíticos e pela sua falta de horizonte cultural.
Dito isto, então como nos havemos de auto-classificar ? Talvez de extremo centro porque achamos que mornos é que não somos. Mas, vendo bem os nossos amigos e relações é que nos classificam. E pessoalmente, só me posso penitenciar por não dispor de tempo para correr a blogosfera e entrar em mais debates. Sei que ela é importante no panorama de uma comunicação social que deixou de ser apenas de massas e unidirecional, muito graças à internet, para se tornar também de grupos. Sei o que a blogosfera fez por nós ao apoiar um livro como o ERRO da OTA , por exemplo.
Creio que o Ouriço deveria contribuir para descomplexar a divisão dos blogues em direita e esquerda, divisão que apenas serve os ferroviários do pensamento ou os cowboys que querem guiar os estouros da manada. E esses estouros vão gravar-se em Portugal e na Europa nos próximos meses. Não é preciso grande ciência para o prever. Aqui acreditamos que Portugal é muito mais rico em propostas culturais, ideológicas e de governação que ouvismo às suas esquerdas e direitas encartadas, quer as que se roçam nos corredores do poder rotativista, quer as que apenas vicejam nos bytes da blogsfera.
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