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Blogosfera que Pica
Artur de Oliveira 6 Jun 13
A estratégia do mea culpa continua... Tanto o FMI como a Comissão Europeia e Angela Merkel sabem que a austeridade exceliana falhou e querem evitar mais conflitos sociais e que se mantenham certas pessoas em lugares-chave... Mas claro que vão rolar cabeças. Não é preciso estar na reunião do Clube Bildeberg para saber isso.
Artur de Oliveira 18 Mar 13
Paulino Brilhante Santos 30 Set 12
A Comissão Europeia tem vindo a reforçar o caráter que sempre teve de uma instância tecnocrática dominada por economistas, financeiros e outros técnicos e especialistas que, depois de terem feito parte ativa do “Consenso de Washington” têm sempre perfilhado a cartilha económica mais “neo-liberal” possível em todos os domínios da sua atuação. Em parte, essa postura é compreensível já que o papel histórico da Comissão Europeia consistiu em reforçar a integração económica europeia, criar primeiro o Mercado Único Europeu, depois o Espaço Económico Europeu e mais tarde lançar o Euro. Todas estas tarefas, naturalmente, exigiram a adoção de medidas extremamente “neo-liberais”- em sentido impróprio- adotadas neste caso no âmbito da União Europeia, dado que foi preciso proceder ao desmantelamento de milhares de barreiras a essa integração económica europeia e que obstavam à livre circulação de pessoas, capitais e mercadorias. Assim, é natural, até certo ponto que a cultura organizacional da Comissão Europeia tenha um cunho marcadamente “neo-liberal”. Porém, na situação atual em que essas tarefas originais da Comissão Europeia se encontram praticamente concluídas, seria de toda a conveniência que esta importante e crucial instituição europeia se reorganizasse e tentasse mitigar os excessos de tal cultura “neo-liberal” que no atual estádio de desenvolvimento da União Europeia já não se justificam.
John Wolf 19 Jun 12
O autor Ian Bremmer que assina o livro The End of the Free Market, acaba de publicar mais uma obra de particular interesse para o entendimento do actual descalabro das alianças estratégicas ou uniões políticas. O livro, Every Nation for Itself - Winners and Losers in a G-Zero World, promulga de um modo directo, a transição de um mundo alicerçado em entendimentos "firmes", resultante dos (des) equilíbrios do pós 2ª Grande Guerra e consubstanciado em instituições sagradas como o FMI, o Banco Mundial ou a ONU, para uma nova realidade de um "salve-se quem puder", o quadro de "lideranças limitadas" pela crise que debilitou seriamente a capacidade dos Estados em projectar o seu poder nas esferas financeira, económica, militar ou política. O recente arrufo do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, no contexto da cimeira do G-20 que se realiza em Los Cabos, Mexico, relativamente ao alegado paternalismo Americano, exprime as dores de "nascimento" de um paradigma de substituição, baseado em grande parte, na "internalidade" dos desafios, nas problemáticas domésticas por oposição a uma doutrina globalista, "mutualista" crente na vocação transnacional de uma força maior, uma espécie de Big Mother a que se apela para salvar das falências ou rompimentos dos cordões à bolsa. Neste contexto, a União Europeia, que se vê forçada a crescer e assumir a sua maioridade, terá de entender que a resolução de grande parte dos problemas, dependerá de si e da vontade em corporizar-se numa federação de facto. A União Europeia terá de se servir dos seus próprios argumentos concepto-ideológicos, do seu manancial político e social para apresentar respostas válidas. No meu entender, a Democracia não é passível de ser ensinada em ambientes de G-Force, G-20 ou G-Zero.
Faust Von Goethe 8 Mai 12
Na Grécia, como em Portugal, a “Direita” tem tentado aparecer aos olhos do povo como a salvadora da pátria depois de anos de irresponsabilidade e políticas desastrosas por parte da Esquerda. O que essas “Direitas” se esquecem é de que foram cúmplices dessas mesmas políticas, desses mesmos déficits, dessa mesma corrupção. Não nos esqueçamos que o Barrosismo foi um desastre que, chegado ao poder prometendo um choque fiscal, chocou – e muito – os portugueses com um pesado aumento da carga fiscal, enquanto que a despesa foi subindo. E podemos recuar a Cavaco, à política do betão, à expansão das agora tão faladas “gorduras do Estado”, à benção a um sinistro grupo de indivíduos que tem vindo a sequestrar o país em todas as áreas, desde a política até à banca. Ou até ir mais longe e recuar a Sá Carneiro e compreender que durante o curto governo da Aliança Democrática, consigo no comando, a despesa não só teve tendência a aumentar, como esse próprio aumento constava no programa eleitoral da AD. Volvida menos de meia década o país estava intervencionado pelo FMI. Estas estranhas entidades politico-partidárias a que alguns se referem como a Direita Portuguesa não são mais que um conjunto de políticos profissionais, desprovidos de doutrina e comprometidos com o sistema que os promove e aos seus pares. É por isso que, por mais que se liberalize, a Direira Portuguesa nunca se tornará verdadeiramente liberal, completamente abominadora do Estado. Pois é este Estado que, mais ou menos pequeno, com mais com com menos empresas públicas, com a mão nas regulações, o pé no investimento público e os olhos no contribuínte que alimenta este Bloco Central de interesses. Com posições públicas e privadas, com contratos altamente prejudiciais ao interesse do taxpayer e por vezes – geralmente – até mesmo com o descarado despejo de dinheiros públicos em cima do poder económico. A dívida também é desta “Direita”. O déficit também é desta “Direita”. A recessão também é desta “Direita”. E o Estado, musculado, “fraco para os fortes, forte para os fracos”, corrupto, burocrático, não só também é desta “Direita” como a mantém e aos seus senadores, aos seus patrões e aos seus banquetes.
Ricardo Lima no blogue colectivo O Insurgente, a propósito de um recente post de Daniel Oliveira no blogue colectivo Arrastão. O recente post de Mendo Henriques também aponta na mesma direcção.
Faust Von Goethe 18 Abr 12
Não percebo porque Pedro Quartin Graça e outros bloggers têm contra a intervenção cívica de Jorge Sampaio.
O que Sampaio disse e bem, já o escrevi ontem, de forma a que Vítor Gaspar perceba (ele não perde tempo para ler insultos baratos), já José Adelino Maltez tratou de caricaturar hoje em jeito de odisseia de D.Quixote e Sancho Pança, o muitos outros o vêm a reconhecer com o tempo, mesmo que em surdina.
O que Sampaio diz em declarações aos jornais, muitos de nós debitamos e partilhámos pelo éter da blogosfera e redes sociais. São actos de cidadania activa, não?
Quando aos ódios que alguns ainda especulam sobre a acção de Sampaio ao demitir o governo de Santana & Portas, vou mencionar um pequeno pormenor que muitos se calhar não sabem: Quando se cozinhava a ida de Durão para Bruxelas, Sampaio impôs três condições a Santana ao formar governo, uma das quais que Portas não poderia ser Ministro dos Negócios Estrangeiros.
Lembram-se do espanto de Portas, quando soube que iria ser Ministro da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar? Eu lembro-vos:
«Mas como já disse, o problema orçamental da economia portuguesa, merecendo embora exigente e necessária atenção, não é o único. Há mais vida para além do orçamento. A economia é mais do que finanças públicas. O aumento do investimento, da produtividade e da competitividade da economia portuguesa é fundamental para o nosso futuro e requer o esforço continuado e empenhado de todos: governantes, empresários e trabalhadores. Uma economia competitiva não é a que se baseia em baixos salários, mas sim a que dispõe de um sistema produtivo moderno, inovador e tecnologicamente avançado, capaz de produzir bens e serviços de qualidade e bem valorizados nos mercados internacionais».
Faust Von Goethe 9 Abr 12
Portugal tem oito meses para impressionar mercados e a troika
Contrariariamente aos idiotas da comissão europeia e do governo, o FMI-que até está a fazer um óptimo trabalho, diga-se de passagem- parece estar bem mais optimista.
Pena é que o idiota-mor do costume tenha [com as entrevistas à Rádio Renascença e ao jornal alemão Die Welt] feito passar o ministro mais competente deste governo pelo ridículo, já para não falar que entregou o ouro aos especuladores financeiros, ao dizer abertamente que seria necessário um segundo pacote de ajuda externa. Este é daquele tipo de coisas que um primeiro-ministro não deveria ter dito de forma aberta a um jornal.
No caso deste programa de ajustamento financeiro correr mal, governo e comissão europeia apenas se terão de queixar da incompetência deles próprios, pois houve desde início um voto consensual dos partidos do governo e do maior partido da oposição, ao assinarem este memorando assim como um governo com maioria parlamentar que lhe permite ter condições políticas para aplicar de forma escrupulosa o memorando.
Jack Soifer 6 Mar 12
Como eu, Durão Barroso e outros sabem que, pela UE, haverá em março centenas de manifestações, inclusive em Portugal. Estarão nas ruas jovens e desempregados e idosos que perdem cada vez mais o seu já parco poder de compra. Rapidamente, ele inventou um programa para que os governos tentem mostrar aos insatisfeitos que estão a pensar neles. Mas essas ideias não resultam e os quadros burocráticos são "mais do mesmo".
O que faltam são prácticas, é fazer funcionar, levar os fundos que já existem aos que realmente precisam. Para propor melhorias, um consultor parte das intenções e mede resultados no mundo real. Na UE mediterrânica e não só, entre uns bem intencionados polítcos e um cidadão carenciado há muitos "amigos da corte", que usam as suas posições de chefia para, ao condicionar apoios, "criar dificuldades para vender facilidades". Por vezes essas intransparências do mundo real são em troca de apoio político.
Hà dias, ouvi Guilherme d´Oliveira Martins, Presidente do Tribunal de Contas, falar sobre a necessidade de se ser rigoroso em concursos e na aplicação de leis. Noutros países, um projeto de regulamento é debatido pela sociedade civil em associações e com frequência o seu texto, muito simples, é redigido não por juristas mas pelos cidadãos representados nas mesmas associações. A sua execução é acompanhada pela associação e um auditor em cada projeto, autónomo, relata o resultado de cada implementação diretamente ao Primeiro-Ministro.
Inovar não é inventar uma roda que já se sabe ser um "Quadro" quadrado, mas polir e aplicar por cá o que roda por lá. É simples e fundamental, informatizar e eliminar os burocratas.
Faust Von Goethe 29 Fev 12
Não há muito mais a acrescentar ao que já foi dito e falado ao longo destas últimas semanas. Aliás, Durão Barroso (Comissão Europeia) e Vitor Constâncio (Vice-Presidente do BCE), co-autores do programa da TROIKA para Portugal em parceria com António Borges (ex-FMI), já o disseram de forma subliminar.
Em jeito de balanço, recomendo que recordem as palavras de Durão Barroso proferidas durante a homenagem a Ernâni Lopes, a entrevista [ortodoxal] de Mario Draghi ao Wall Street Journal na passada 6ª feira, e já agora, as colunas de opinião de Pedro Santos Guerreiro no Jornal de Negócios da passada 6ª feira e também no The Guardian de ontem-ah grande Pedro!
Dentro em breve irei falar em alegorias baseadas em truques de ilusionismo tais como "A Fuga de Houdini".
Para já, vou apenas levantar um pouco do véu: Nós, Portugueses, estamos presos por uma camisa de forças-cumprimento das metas do programa de ajustamento financeiro- e suspensos por um cabo de aço a arder em chamas. O objectivo passa por nos libertarmos da camisa de forças num curto espaço de tempo-isto é, as reformas estruturais terão de produzir rapidamente o devido efeito.
O cabo de aço em chamas pode ser visto como uma alegoria a mercados financeiros e agências de rating.
Break a leg Houdini Coelho!
Faust Von Goethe 20 Fev 12
O que têm em comum nomes como Carvalho da Silva, Durão Barroso e José Sócrates?
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