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O Ouriço

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Curva de Laffer: A saga continua...

Faust Von Goethe 29 Mai 12

JoaoMiranda continua a sua saga em torno da Curva de Laffer depois de confundir o conceito de Curva de Laffer com o conceito de crowding-out no post anterior.

 

Já o Samuel de Paiva Pires, em resposta ao post anterior de JoaoMiranda fala no "efeito Laffer" sem especificar a que dito efeito se refere. 

Agora pergunto-me eu. Será que o dito efeito se resume à seguinte permissa?

Segundo Laffer, o caminho para atingir uma colecta mais elevada-pico da curva-corresponde à harmonização do investimento dos privados face aos seus interesses antagónicos e à taxa de imposto cobrada. Para se atingir este pico (ou ponto de equilíbrio), é necessário um mecanismo de política monetária que permitam, se necessário, a desvalorização cambial.

 

Pena que o JoaoMiranda não se tenha lembrado de refutar com base numa das permissas que inclui no meu post [e/ou artigo de opinião disponível na página do IDP]:

Quando em Portugal, na impossibilidade de aplicar a desvalorização cambial, se pretende aplicar uma desvalorização dos custos do trabalho (redução de cerca 20% do salários da função pública, como defenderam economistas como Ernâni Lopes, Vitor Bento e Paul Krugman), ao mesmo tempo que se aumenta impostos, estas duas medidas anulam-se entre si.

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O conhecimento desprezado

Jack Soifer 20 Abr 12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Um inventor que muito ganhou com a sua patente da dinamite foi Alfred Nobel. Ele doou a sua fortuna para a fundação que distribui há um século prémios aos melhores cientistas do mundo.

Uma lição que Alfred aprendeu é que "capital pode-se ganhar e perder, mas a competência ninguém tira". A ciência trouxe para a produção o fazer mais com menos, e atingir famílias com baixa renda. "A Terra tem 2 milhões de anos, a química 500, a economia 100", disse Ernâni Lopes ; a engenharia(?) financeira 40, acrescento. "O homem não tem o direito de destruir a obra de Deus" diz ele.

 

O artesão era consciente, economizava tudo. "No Antigo Testamento esses mestres, donos de ampla prole e escravos, tinham obrigações com o seu reduto e o meio-ambiente. O Talmud, livro sagrado dos judeus, descreve em detalhe o cuidado que o chefe de família deve ter com as suas esposas, os filhos, escravos e animais. Até com plantas, árvores, terra, água", escreveu Jack Soifer.

 

Mas a pirataria no mar veio para a terra, com a ciência(sic) da economia. Como se esta fosse uma ciência exacta. Os conceitos da sociedade em que viveu Adam Smith há 200 anos ou Keynes, há 80, tornaram-se dogmas, como se o mundo tivesse parado.

Galbraith, assessor do presidente Kennedy há 50 anos, começou a praticar novas teorias. Stiglietz, Nobel de Economia, alertou para a crise que agora temos, 8 anos antes dela eclodir. Mas vários políticos e professores querem explicar fenómenos em 200 países distintos, com 500 diferentes culturas e 6 mil milhões de adultos, com um único dogma.

Assim os engenheiros foram obrigados a fazer o que os seus patrões mandavam, mesmo que destruindo a natureza, a biodiversidade e a saúde dos seus clientes. Os cartéis que introduziram o 'vale-tudo' na economia e a promiscuidade entre os poderes, político, económico e judicial, começaram com a concentração no refino e na distribuição dos derivados do petróleo nos EUA, no início do século XX. Originou os gangs que cresceram com a Lei Seca lá e chegaram a Europa antes da 2ª Grande Guerra.

As firmas cartelizadas não querem inovações, nem reduzir preços, só custos, para aumentar os lucros. E, graças ao lóbi, fazem aprovar normas que com frequência vão contra o espírito da lei a que devem servir. Ingerimos alimentos com aditivos perigosos, feitos muito longe da origem dos produtos.

 

O New England Journal of Medicine denunciou algumas firmas cartelizadas nos EUA por provocar a diabetes e a obesidade. A DECO mostrou que por cá o morango e a beringela têm mais químicos (eu chamo veneno) do que o permitido. As mesmas indústrias alimentares põem, em Portugal, 37% mais gordura, 40% mais sal e 70% mais açúcar do que as suas fábricas da Europa.

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O erro de Gaspar

Faust Von Goethe 17 Abr 12

 

Nos anos 70, o jovem economista Arthur Laffer desenhou curva parabólica num guardanapo de papel de restaurante, para explicar a correlação entre taxas de impostos (eixo horizontal) e receita do estado (eixo vertical). Esta pode ser interpretada do seguinte modo:

 

A uma taxa de 0% de impostos, a receita do Estado é nula; para uma taxa de impostos a 100%, o efeito seria o mesmo, pois o aumento compulviso desta taxa tenha como causas directas, a fuga aos impostos, à omissão de dividendos, já para não falar das práticas correntes de fraude fiscal assim como da corrida aos subsídios de desemprego na segurança social. Acresce que, para uma taxa de colecta de 100%, o investimento replicativo e auto-regenarativo na economia seria nulo.

 

Segundo Laffer, o caminho para atingir uma colecta mais elevada-pico da curva-corresponde à harmonização do investimento dos privados face aos seus interesses antagónicos e à taxa de imposto cobrada. Para se atingir este pico (ou ponto de equilíbrio), é necessário um mecanismo de política monetária que permitam, se necessário, a desvalorização cambial.

 

Quando em Portugal, na impossibilidade de aplicar a desvalorização cambial, se pretende aplicar uma desvalorização dos custos do trabalho (redução de cerca 20% do salários da função pública, como defenderam economistas como Ernâni Lopes, Vitor Bento e Paul Krugman), ao mesmo tempo que se aumenta impostos, estas duas medidas anulam-se entre si.

 

Daqui podemos concluir, de forma intuitiva, tendo como base dos números recentes da execução orçamental, que para além de uma subida das taxas de imposto sobre o consumo, houve uma redução de parte dos salários confiscados a funcionários públicos. Pictoricamente, esta situação situa-se à direita da curva de Laffer  (ponto B da figura), o significa que a nossa economia atingiu a taxa maximal de carga fiscal.

 

Para fazer face a esta entrave, poderia adoptar-se uma solução que passasse pelo corte dos salários, mantendo grande parte dos impostos na taxa em vigor, reduzindo alguns deles, tendo como meta o estímulo do consumo interno assim como o investimento por parte dos privados. 

 

Uma outra solução, poderia passar por adoptar uma política de investimento público, propiciando uma harmonização entre este e o aumento dívida externa, direccionado para bens transaccionáveis, que potenciasse a criação de empregos.

 

Adenda: Como complemento, recomendo uma leitura ao post recente de Robert Reich-secretário de estado de Bill Clinton- para enquadrarem no âmbito da política económica dos Estados Unidos, assim como o artigo recente de Ricardo Reis em Dinheiro Vivo (também sobre a curva de Laffer).

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Da avaliação da TROIKA à fuga de Houdini

Faust Von Goethe 29 Fev 12

Não há muito mais a acrescentar ao que já foi dito e falado ao longo destas últimas semanas. Aliás, Durão Barroso (Comissão Europeia) e Vitor Constâncio (Vice-Presidente do BCE), co-autores do programa da TROIKA para Portugal em parceria com António Borges (ex-FMI), já o disseram de forma subliminar.

 

Em jeito de balanço, recomendo que recordem as palavras de Durão Barroso proferidas durante a homenagem a Ernâni Lopes, a entrevista [ortodoxal] de Mario Draghi ao Wall Street Journal na passada 6ª feira, e já agora, as colunas de opinião de Pedro Santos Guerreiro no Jornal de Negócios  da passada 6ª feira e também no The Guardian de ontem-ah grande Pedro!

 

Dentro em breve irei falar em alegorias baseadas em truques de ilusionismo tais como "A Fuga de Houdini". 

 

Para já, vou apenas levantar um pouco do véu: Nós, Portugueses, estamos presos por uma camisa de forças-cumprimento das metas do programa de ajustamento financeiro- e suspensos por um cabo de aço a arder em chamas. O objectivo passa por nos libertarmos da camisa de forças num curto espaço de tempo-isto é, as reformas estruturais terão de produzir rapidamente o devido efeito. 

 

O cabo de aço em chamas pode ser visto como uma alegoria a mercados financeiros e agências de rating.


Break a leg Houdini Coelho

 

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Ironias à Krugman

Faust Von Goethe 26 Fev 12

Amanhã, Paul Krugman irá receber o grau de Doutor Honoris Causa pelas Universidades de Lisboa, Técnica de Lisboa e Nova de Lisboa.

A atribuição deste grau a Paul Krugman não deixa de ser irónica, pois tal como Ernâni Lopes advogou poucos meses antes de nos deixar, Krugman também se convenceu recentemente que temos de levar um corte de 20% nos salários.

Mais irónico ainda é o facto de Krugman ter defendido em janeiro deste ano, tal como Sócrates defendeu em Novembro 2011, que ninguém entende como se resolve o problema do pagamento da dívida (pública) nos PIIGS.

Será que Krugman está louco ou será que é o povo que anda a ser manipulado por Pulitzer's?

 

 

 

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Mesmo a propósito

Faust Von Goethe 18 Fev 12

Sócrates tem "memória doce" de discussão "gravíssima" com Soares

 

 Mas afinal quem teria hoje razão? Sócrates ou Soares?Eu diria que nenhum deles!
Ernâni Lopes é que tinha toda a razão!

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Ernâni Lopes tinha razão!

Faust Von Goethe 18 Fev 12

A propósito da homenagem ao saudoso Ernâni Lopes realizada ontem na Universidade Católica, gostaria de vos recordar um vídeo de Setembro 2010 onde o próprio explicava porque a vinda do FMI não fazia qualquer sentido, defendendo que os nossos problemas deveriam ser resolvidos por nós, Portugueses.
Por aquilo que conheci do saudoso Professor Ernâni Lopes, estou plenamente seguro que no caso de pessoas como ele estivessem ao leme deste país, as soluções encontradas teriam sido outras. Por exemplo, se tivéssemos enveredado por outro caminho, não estaríamos sujeitos a que Angela Merkel, António Borges, Vitor Constâncio e Presidente da Comissão Europeia fizessem declarações públicas como se fossem (ainda) nossos governantes. 
Mais do que a humilhação de estarmos a ser sujeitos a um memorando de entendimento (basta analisar os resultados) onde nos obrigam a cumprir tudo à risca "custe o que custar", começa a ser humilhante estarmos sujeitos a este tipo de chacotas psicodramáticas por aqueles que em grande parte também contribuiram para o nosso desiquilíbrio.
Basta por exemplo analisarmos os dados do desemprego nas últimas décadas que fizeram ontem manchete em vários jornais nacionais:

 

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