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Blogosfera que Pica
Faust Von Goethe 20 Jun 12
Boas leituras!
Faust Von Goethe 8 Mai 12
Na sequela da recente promoção do Pingo Doce, foi criado o site http://www.50porcento.com/ para os consumidores irem treinando, já a pensar n@ próxim@ feriado promoção, que certamente irá ser dedicad@ a um saudoso poeta consumidor que no meio de uma batalha fila de supermercado perdeu um olho arrisca-se a abrir o sobrolho.
Boa jogatana. Não fiquem é birolhos...
Jack Soifer 27 Fev 12
A Produtividade nada tem a ver com a quantidade de feriados.
Sabemos que o "carro de segunda-feira" em geral pode vir com defeitos de fabrico.
Após uma greve a qualidade da produção, seja em indústria, seja em serviços, cai. O índice de retrabalho e assim o "net-output" cai.
Muitos estudos mostram que no comércio aumenta o índice de perdas de materiais nas lojas, seja por quebra, seja por furto, após e antes de greves. A maior insatisfação de clientes nas compras em lojas, assim como o maior índice de contactos de clientes prospectivos sem que resulte em transações firmes é quando o "patrão" destrata ou de alguma forma insatisfaz o colaborador. Isto tudo leio em resultados de investigação científica.
Tudo isto afeta a produtividade por hora trabalhada. Em muitos setores e nichos a produtividade acima das 40h/semana e, sobretudo, das 50h cai abrutamente. Mas, quanto mais motivado está o colaborador, e mais bem explicadas a razão das horas extras, menos cai a produtividade.
Em Portugal o que mais afeta a competitividade não é o custo da mão de obra, mas sim os custos indiretos, como telecomunicações, energia e publicidade que não resultam em vendas; e os custos inusitados, necessários para fazer as intransparências se reduzirem. Estes são raros nos países do "eixo" franco-alemão que domina a UE.
Transferir feriados de uma quinta ou terça-feira para um Sábado ou uma segunda-feira faz sentido, para evitar a ponte. Redistribuir feriados, para tentar ter apenas um por mês e evitá-los em Novembro e no início de Dezembro, quando as empresas têm muito trabalho, faz sentido. Impor o "banco de horas", que existe em quase todos os países com moderna legislação, faz sentido.
Atacar o efeito e não a causa da falta de competitividade é para quem vive de oratória oca e não ouve quem trabalha no mundo real.
Artur de Oliveira 7 Fev 12
O Primeiro Ministro pediu aos portugueses para "serem "mais exigentes", "menos complacentes" e "menos piegas" porque só assim será possível ganhar credibilidade e criar condições para superar a crise" e que "Quem emprestava dinheiro trabalhava enquanto o país aproveitava os feriados e as pontes".
O nosso PM tem uma certa razão, os portugueses andaram mal habituados, mas isso sucedeu pelos governos que esbanjaram fundos europeus e não travaram os bancos de viciar o povo com crédito fácil como se fosse um toxicodepente.
Quanto á questão da redução dos feriados, penso que as pontes que é que são a verdadeira raíz do problema e não os feriados em si.
No entanto pergunto: que motivação tem o povo para trabalhar, dar o litro e não refilar se os salários baixam e o custo de vida sobe mais e mais e as pessoas vêm o seu descanso cada vez menor ao ano a troco de despesas maiores? Não está na altura da austeridade ir parar á despesa de uma vez e não para a receita que vem sempre dos mesmos?
Depois ainda nos mandam trabalhar e tratam-nos como se fossemos crianças mal comportadas. Ora se estamos assim, os principais culpados foram outras crianças que nos governaram estes anos todos...
Faust Von Goethe 6 Fev 12
Pedro Santos Guerreiro em Jornal de Negócios (após as eleições) escreveu um artigo de opinião que merece agora uma séria reflexão por minha parte:
"
Cavaco Silva, numa decisão excepcional e correcta, acelerou o processo de constituição do Governo. Fez bem, até porque indicia que não fará de Belém um centro de conspiração contra um Governo PSD que não é o seu PSD. E assim nasce o "Governo na hora" - e começam a tocar os telefones.
Esta rapidez parte de uma necessidade mas também de uma oportunidade. Porque o PSD tem a possibilidade de fazer tudo o que os próprios desalinhados de Passos defendem. Veja-se a foto de hoje da primeira página, de Passos e Cavaco sorridentes, ontem, em Belém. Agora adicione-se Durão Barroso na Comissão Europeia e António Borges no FMI. É um sonho tornado realidade para aqueles que, no PSD, sempre defenderam a terapia das chamadas "reformas estruturais". Portugal fez-se agora de voluntário à força para essas reformas. A concorrência, o mercado de trabalho, o arrendamento, as privatizações.
"
Sim. PSD e direita em geral estão em estado de graça. Só não percebo porque há cavaquistas anónimos a queixarem-se de Vítor Gaspar assim como não percebo a razão de aparecem constantemente ex-governantes como Manuela Ferreira Leite, Luís Marques Mendes e Miguel Beleza a contestarem medidas deste governo assim como não percebi o Cavaco ter há meses estabelecidos despachos semanais com os ministros Gaspar, Álvaro e Portas. Porque não o fez com Passos?
"
Cada membro da troika tem um português por detrás: Durão, Borges e Constâncio. Os três disseram coisas ao longo dos anos sobre Portugal que estão no memorando de entendimento. Estão lá as suas impressões digitais, é quase possível sublinhar o que corresponde a cada um deles (só é pena que nenhum perceba de Justiça, área onde o memorando mais é vago e previsível - uma desilusão).
"
Convém recordar que António Borges tem uma ligação próxima a Manuela Ferreira Leite e Cavaco. Percebem por esta e pela razão apresentada pelo Pedro Santos Guerreiro porque Borges foi a escolha? Ou é preciso dizer mais?
"Portugal é hoje um país infinitamente menos poderoso do que há um ano. Depende de crédito paraestatal da troika, tem os "ratings" à beira do lixo, está sem investimento e potencial de crescimento para lá das exportações. Mais: está a vender activos quase à pressão, com um programa de privatizações a preços de liquidação total. Quem os vai comprar? Estrangeiros. Quais? Angolanos, brasileiros, chineses, árabes?
"
Pode-se agora acrescentar que Portugal está à venda e é barato. Os meus colegas de escrita que circulam por Lisboa já devem ter reparado em diversas coisas que já pertencem aos angolanos.
Como disse ironicamente um amigo meu há tempos: "Estamos a pagar o que lhes tirámos ao longo de séculos".
"Ontem foi o primeiro dia de Portugal sem Sócrates. Notou-se: euforia nuns, depressão noutros. Agora vamos ao PIB: ele ainda não cresceu.
"
Sócrates seguiu o conselho de Passos Coelho e compaias e emigrou. Os que ficaram por cá, passaram do estado de euforia por se terem livrado de Sócrates a estado de depressão, muito em grande parte porque este governo, que é às direitas, decidiu aumentar transportes públicos, tirar feriados, pontes e dias de entrudo.
E agora que os chineses estão a chegar em força, como vamos por o PIB novamente a crescer no caso das medidas às cegas, perdão, às direitas não resultarem?
Continuar a adoptar as curas dos médicos de Luís XIV (neste caso, mais sangria) "custe o que custar" ou vamos aderir finalmente à acupuntura?
Artur de Oliveira 2 Fev 12
Fernando Rosas: "O 5 de Outubro é celebrado com iniciativas em centenas de escolas de norte a sul do país!"
Santana Lopes: "E pode continuar a sê-lo, se for feriado as escolas nem abrem."
Francisco Cunha Rêgo 27 Jan 12
Acabar com os feriados 1 de Dezembro e 5 de Outubro, datas que fazem parte do nosso Bilhete de Identidade e valem pelo simbolismo do país que somos ainda, é como acabar com datas de nascimento da História de Portugal, a República a 5 de Outubro 1910 e a reconquista da independência do Reino de Portugal a 1 de Dezembro de 1640. Agora só falta mudar a nacionalidade para sermos outra coisa (talvez alemães, ou JPMorganianos, ou Goldman Sachsianos, ou...nada?).
A nação mais antiga da Europa, com uma história rica e variada, de Norte a Sul e de Ocidente a Oriente, vai ser a primeira a perder identidade cronológica? Em favor do quê e de quem? Não estou a ver os espanhóis, franceses, italianos, russos, alemães, japoneses, brasileiros, sul-africanos,etc....., a abrirem mão de datas tão simbólicas da sua História. Todos os países têm feriados como dias uteis para a sua memória e identidade nacional. Perder estes é uma indignidade perante nós e os outros. A troco de quê?
Francisco Cunha Rêgo 18 Jan 12
O doutor Gonçalo Portocarrero de Almada (GPA), um homem que pensa e escreve bem (há quem pense mal mas escreva bem, ou, como alguém disse, até o Diabo é capaz de citar as Escrituras em seu benefício), se bem que nem sempre partilho da sua posição, publicou no Público, de sábado passado, artigo sobre um assunto que merece maior atenção pelo forte simbolismo nacional.
Antes de passar ao seu texto, por curiosidade pergunto-me se nos EUA, no Reino Unido, na Alemanha, em Itália, em França, em Espanha, etc., também vão acabar com feriados nacionais tão simbólicos para eles como são o 1º Dezembro e o 5 Outubro para Portugal?
GPA assinala bem que os feriados não apareceram para o ócio mas pelo imperativo da consciência colectiva. A nossa língua e a nossa História são a nossa Alma. Se vamos apagando a nossa memória um dia acordamos sem identidade.
Recentemente, um grupo de Historiadores portugueses assinou um manifesto contestando esta situação. E também D. Duarte Pio, como responsável herdeiro da longa e rica memória histórica de Portugal, se manifestou publicamente contra a imposição de Portugal apagar dias Feriados, pois 1º Dezembro ou 5 Outubro são nossos, fazem parte da nossa História.
A máquina da dívida já nos trata como lixo. A continuar assim, vamos acabar num país reciclado. De dias Feriados em dias de Finados. (Cruzes! Vai de 'metro' Satanás, que vais mais depressa!)
Faust Von Goethe 11 Jan 12
Tendo como mote os dados avançados ontem pelo Banco de Portugal, as declarações de ontem do Presidente da República e o post "Aumentar a produtividade é reduzir desperdícios" da semana passada, tomei a liberdade de (re)publicar um texto de minha autoria de Novembro 2011, onde fiz uma análise estatística da implementação dos feriados e pontes em 2012, em comparação com outros países da União Europeia.
O debate está (re)aberto!
Quebrando pontes: Uma análise exploratória
Existe um terrível problema de consciência que está em discussão mas sem um consenso alargado entre governo, parceiros sociais e igrejas: Feriados e pontes.
Para analisar de uma forma transversal a implementação desta medida, convido o leitor a analisar em conjunto comigo os seguintes exemplos (pior dos casos).
Observe-se primeiro que somos dos países da Europa com maior número de horas trabalhadas, atrás de Grécia, Polónia e Hungria e que curiosamente temos o mesmo número de feriados de países como Lituânia, Eslovénia e Áustria.
Para perceber a tabela abaixo (dados relativos a 2010), interprete-se a proporção PIB/HT (divisão do PIB pelo número de horas trabalhadas) como a riqueza produzida por cada habitante por cada hora de trabalho.
| Grécia | Polónia | Hungria | Portugal | Lituânia | Eslovénia | Áustria |
Horas Trabalhadas (HT) | 2106,264 | 2067,207 | 1960,51 | 1958,058 | 1882,472 | 1685,937 | 1637,118 |
Feriados (F) | 12 | 10 | 10 | 13 | 13 | 13 | 13 |
PIB (pcp/hab) | 19 400 | 11 600 | 14 400 | 16 600 | 11 900 | 18 900 | 28 600 |
Proporção PIB/HT | 9,210621 | 5,611436 | 7,34508 | 8,477788 | 6,321475 | 11,21038 | 17,46972 |
De acordo com este dado, somos levados a concluir que por hora de trabalho geramos menos riqueza que Áustria, Eslovénia e Grécia sendo que estamos próximos da quantidade de riqueza produzida pela Hungria.
Suponhamos agora que, seguindo a medida do governo para 2012 aumentaríamos em 30 minutos diários o horário do expediente e reduziríamos o número de feriados de 13 para 10 tal como no caso de Hungria e Polónia. Por uma questão de comparação, iremos supor as seguintes restrições:
Tendo em linha de conta a perturbação que introduzi nos dados, pedia agora ao leitor que desse especial tabela abaixo as colunas que coloquei a vermelho:
| Grécia | Polónia | Hungria | Portugal | Lituânia | Eslovénia | Áustria |
Horas Trabalhadas (HT) | 2106,264 | 2067,207 | 1960,51 | 2085,558
| 1882,472 | 1685,937 | 1637,118 |
Feriados (F) | 12 | 10 | 10 | 10 | 13 | 13 | 13 |
PIB (pcp/hab) | 19 400 | 11 600 | 14 400 | 16 600 | 11 900 | 18 900 | 28 600 |
Proporção PIB/HT | 9,210621 | 5,611436 | 7,34508 | 7,959501 | 6,321475 | 11,21038 | 17,46972 |
Chegamos assim ao fim desta análise exploratória de dados, tentando encontrar uma
resposta para o que aconteceria se tivéssemos que trabalhar mais meia hora de trabalho, supondo que queríamos manter o mesmo valor de PIB. Na conjuntura política actual, esta será provavelmente uma meta a fixar dada a eventual contracção da nossa economia.
*Os dados apresentados foram retirados do Jornal de Negócios (Edição 31 Outubro 2011) e do site www.europa.eu
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