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O Ouriço

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Inovar para melhorar a economia

Jack Soifer 29 Jan 14

Muitos investidores tecnológicos deixam de investir cá por causa da (in)justiça. Quando trabalhei nos EUA aprendi a discernir entre Melhorar, Mudar, Podar e Eliminar. É a diferença entre o que é e o que deveria ser uma instituição, e a sua flexibilidade estrutural, que traz uma destas acções. Melhora-se quando a maioria dos chefes, ao conhecer a ineficácia, medida junto aos clientes finais, neste caso PMEs, profissionais e o grande público, provam querer melhorar, já na apresentação dos resultados. Muda-se quadros, quando só parte deles concorda que ‘está muito mal’. Poda-se, isto é, extingue-se, muda-se a localização e a lei que a criou, ficando só uns 5% dos técnicos, quando a maioria deles não mostra melhores práticas em 30 dias. Elimina-se uma instituição quando a árvore está tão desacreditada que é necessário arrancar o mal pela raíz e deixar outras sementes, que não cresceram devido ao mal uso da terra, crescer, florir e frutificar. Quando o cidadão contribuinte já não acredita na instituição, aumenta a fome e a criminalidade. Pois neste quintal crescem mais piratas do que investidores. Será hora de podar, não só ajustar, a constituição? O ‘direito adquirido’, mesmo que ilegalmente, o código processual e o corporativismo assustam investidores sérios. Na Dinamarca cada nova portaria e lei é avaliada após um ano, por um inquérito ao público e aos advogados que a utilizaram. Usam uma amostra do povo para a redigir em linguagem simples. Usam experientes advogados para garantir um texto com uma só interpretação. Pois aos grandes ‘agentes’ do direito, diferente da Justiça, e aos lóbis, interessa manter tudo como está. Pois é só o povo e o estado (leia-se contribuinte) quem perde.

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Modernidade e telecomunicações

Jack Soifer 20 Ago 13

 

 

 



















Será legal? Milhares de portugueses são ludibriados por publicidade enganosa. Você recebe um mail a dizer que pode ganhar um carro topo de gama gratuitamente. Antes de preencher o formulário, vem uma publicidade que diz que você pode ganhar vouchers para compras gratuitas em grandes redes estrangeiras. Você completa e não se dá conta de que, em letras minúsculas, em cor quase ilegível, lá está que paga 4,08 por semana na conta do seu telemóvel.


Um mês depois, na conta, aparece um código que não consegue identificar, mas, como o valor é baixo, paga. Após vários meses, procura saber a que se deve este débito semanal e não lhe dão a resposta até semanas depois da indagação.
Então a Anacom superou o direito da Misericórdia de promover jogos em Portugal? Sabe Passos Coelho desta esperteza dos seus “experts” nas Agências de controlo? É isto inovação?


Entretanto, ocorrem enchentes previsíveis, cujos efeitos a população e os técnicos poderiam minorar, se avisados atempadamente. Cá, quando a metereologia alerta, pouco se faz. Na Austrália, por exemplo, disparam SMS com instruções para os técnicos da protecção civil. E para a população, que recebe o nome do local seguro para onde deve seguir.


O desastre na Madeira há uns anos, as derrocadas em Albufeira, as enchentes em Esmoriz e Lisboa, poderiam ter surtido menor efeito se se fizesse o devido uso do potencial que os SMS comportam.
No trânsito, são usados, por quem o deseja, para informar de percursos alternativos, quando há acidentes ou outras dificuldades.
Inovar é melhorar, sem truques usar.

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Inovação real

Jack Soifer 5 Jul 13

 

 

As inovações que mais mudaram a nossa vida na última década, como a impressora a jacto de tinta, o ecrã de plasma e o identificador de quem telefona, são todas oriundas das  PME.


Há 24 anos, um japonês, técnico de manutenção de profissão, deixou cair ao chão a sua caneta-tinteiro. Viu que a tinta, ao passar pelo campo magnético da cabeça matricial, se dispersou. Investiu todo o seu tempo livre para aperfeiçoar a impressora. Quando a quis fabricar, foi alertado a não fazê-lo, pois uma multinacional qualquer faria um mini-aperfeiçoamento na sua patente e ele não teria capital para manter acesa a luta judicial. Assim, o japonês teve que vender a sua patente.

 

Vários estudos mostram que muita da inovação vem de inventores isolados ou de micro-empresas. A grande empresa, em geral, melhora a parte da produção para reduzir custos. A novidade que o telemóvel diz ser é uma inovação que pouco beneficia o seu utente. Além de um grupo de jovens, quem usa, não só instala, joguinhos, por exemplo?

 

Inovar não é só informatizar. Materiais como o tecido goretex, colas em vez de rebites, são exemplos do que fez a indústria de outros países. Na globalização, só sairemos da crise ao exportar, com real competitividade, em vez de truques publicitários.

 

Em total oposição ao ideal da União Europeia, as PME estão a fechar mais do que a abrir; as que ficam mal sobrevivem. Assim, caiu o investimento para melhorar para o utente. As PME trocaram o seu foco técnico pelo da tesouraria e tornam–se, assim, menos produtivas. A grande empresa às vezes faz o que não é a sua especialidade. Há menor integração entre a PME criativa e a grande empresa com o mercado. Até multinacionais europeias perdem competitividade perante as asiáticas e norte-americanas. Mantêm a posição dominante graças à cartéis que os governos não impedem.

Só há inovação e competitividade onde há realmente livre concorrência.

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Velhas inovações

Jack Soifer 28 Jun 13











Faz-me impressão como se mente por cá. As eólicas, por exemplo, que dizem ser uma inovação, já existem desde o tempo dos faraós a bombear água no Egipto. A Dinamarca usa-as para gerar luz há 40 anos.


As carrinhas eléctricas distribuem leite em Londres desde 1950. A GM vendeu um milhar de carros eléctricos há 30 anos, mas não trocava peças, pois o motor eléctrico não avaria, o escape podre não existe e é aí que ela tem o seu grande lucro. PME nórdicas fizeram milhares desses carros há 20 anos, mas as grandes travaram-nas. Na década de 40, a Suécia usou restos florestais para biogás em carros. Rudolf Diesel usou biodiesel em 1898; enquanto foi vivo, impediu o óleo mineral nos seus motores. O biogás, que aproveita dejectos e esgotos, é usado na Holanda há 30 anos para aquecer as quintas e há mais de 20 anos para gerar energia.


Em Israel, existe arrefecimento solar e até congelamento de peixe há 30 anos; e a fotovoltáica para iluminação há 40 anos. Na Califórnia, usa–se a energia geotérmica há 40 anos para aquecer e gerar electricidade.


Quando comecei a usar o skype, há 7 anos, havia 34 mil utentes paralelos. Hoje há mais de 17 milhões. O invento já existia há anos, mas as grandes telecoms impediam-no de chegar ao mercado. Hoje, impedem-nos de usar o que há de mais moderno e impingem-nos só aquilo que lhes dá mais lucro. É um cartel defendido pelos governos da UE.


Em vez do Light-Alfa de alta velocidade enfiam-nos goela abaixo o ultrapassado TGV, que a própria França cancelou. Em vez do tram-train suburbano, num túnel por baixo do centro e dos rios, enfiam-nos a ultrapassada terceira ponte. Em vez das novas estradas com três faixas metem-nos auto-estradas que só se justificam na Alemanha e França, com 60 milhões de habitantes e 15 vezes a nossa superfície. Desde quando mentir é inovação?

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PIB: Teoria e Práctica

Jack Soifer 17 Jun 13

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Há uma diferença vital entre teoria e prática, mais ainda em Economia. Economistas e gestores sabem que o PIB é uma medida abstrata, de pouco valor, pois parte de premissas falsas já quando foi inventado, há uns 200 anos. Como o “ceteris paribus”, i.e, “em nada mudando”. Já naquela altura muito mudava em três anos, período de planos oficiais. Hoje quase tudo muda em três anos, menos a estrutura de alguns países; nesses mudam os nomes, a imagem, mas a estrutura é a de 1930.

 

Uma das formas que os astutos do “posso, quero, mando” usam, é confundir conceitos e (nas faculdades ávidas de migalhas para que alguns teóricos possam viajar e apresentar a sua versão do ‘sou o dono da verdade’) promover a ideia que referências bibliográficas, geralmente de teorias e opiniões, são essenciais para o saber. Ou divulgar resultados de organismos oficiais, como se eles não fossem influenciados por interesses políticos.

 

Nós usamos dados confiáveis, i.e, que com o mínimo de erro medem a enorme diversidade de setores e nichos do mundo real, não abstrações. P.ex, o valor de Euro pode ser manipulado face a outras moedas da UE, como a Coroa Norueguesa ou o Sloty. E ainda, se eu pago 10 por um refrigerante que custa 3 a produzir e distribuir e o resto é para “custos de contexto” que autorizam-no a vender (mesmo condenado por médicos, e para publicidade nas TVs para que elas não divulguem o que os médicos escrevem) talvez eu sentiria mais prazer em pagar 3,5 por um sumo, que não tem tais custos. Estas “imperfeições” da assim-chamada economia de livre mercado, estudámos em Universidades como em Estocolmo e Stanford.

 

Há muito aprendi com o nobel Gunnar Myrdal, que quanto mais abstrações se fizer do mundo real, maior é o erro da análise. Se a macro-economia for a soma de um milhar de diferentes setores do tecido real empresarial, ela tem valor. Pois o $ e o PIB são abstrações daquilo que deveriam ser, um reflexo da satisfação do cidadão ao trabalhar e assim poder adquirir o que deseja. Só com total livre-concorrência, muitos players no mercado e os governos a controlar abusos é que o $ mede algo.

 

Os protagonistas da TV ignoram a Economia e usam as Finanças para descrever o macro, sem reconhecer que há muitos caminhos para se obter um resultado global num país. A equidade, base da concorrência, exige diferente fiscalidade para a Autoeuropa e o bar do João.

 

Nos livros escrevo para partilhar as melhores práticas do mundo real; e o PREVER PARA PREVENIR! Se ler o que publiquei em 11/11/04 sobre esta crise, no início de 2005 sobre a implosão da Bolsa de Valores, em Set/09 no COMO SAIR DA CRISE, sobre alternativas para reduzir o impacto da crise que ainda era quase ignorada em Portugal e se ver o PRÓS E CONTRAS de 01/03/10 onde afirmei que estávamos em depressão estrutural, que levaria uns 8 anos para dela sair, poderá melhor julgar se as minhas estimativas estavam erradas. E se vale mais seguir as teorias de Friedman ou o resultado da paciente soma de muitos indicadores económicos.

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Microcrédito, PME e Exportações

Jack Soifer 17 Dez 12

Muito se escreve sobre estes temas e há muito por fazer.
 
Outros países, em situações similares, há anos, usaram boas práticas, que resultaram. É isto que detalho nos livros "Como Sair da Crise" e "Ontem e Oje na Economia". Outros já inventaram a roda. Não será a hora de a fazermos rodar?

O microcrédito em Portugal atendeu em dez anos o que o Chile atende em dez semanas e o Brasil em dez dias. Lá são associações locais, não a banca ou uma instituição central que gere os fundos. Lá há um experiente consultor a apoiar o cliente no projeto e na sua execução; ele é ainda o responsável pelo retorno do empréstimo.

Aqui ensina-se teoria de empreender, mas não se alerta para as 65 horas por semana de intenso trabalho nem para a burocracia, a inveja dos concorrentes, as armadilhas dos poderosos. Ainda não se ensina o pulo do gato de cada nicho nem se faz uma avaliação contínua dos resultados.

Estudos mostram que as boas incubadoras estão ligadas às associações, não às faculdades. Capital não falta, eu próprio tenho acesso a muito; falta gente certa com projetos realistas.

Querem atrair o capital das grandes empresas, que pouco emprego geram; e deixam morrer as PME que não recebem pelas faturas às grandes.

Enquanto a ERSE, a ANACOM e as agências ditas de controlo nada controlarem, muitas boas PME morrerão e bons empresários emigrarão.

Podemos exportar o dobro; é preciso apostar nas PME para os nichos em dezenas de novos mercados. A AICEP faz pouco. Só com experiência é possível lucrar na China, Angola e Rússia. Vender é receber sem perder. É fácil receber de 20 outros países para onde não exportamos. Miniexportadores, como a Jóia do Sul, o osteopata Filipe Gonçalves e a Auto-Quimzé atraem libras, mas são praticamente menosprezados internamente.

Temos um enorme potencial. Estamos à beira de perder a corrida. Como digo nas palestras, YES WE CAN - TOGETHER!

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Criatividade na Indústria

Jack Soifer 10 Dez 12

 

 

 

 

 

 



Fala-se muito de empreendedorismo, criam-se planos e projetos, há cursos e seminários. Mas, na prática, nada muda.  

Portugal tem muitos empreendedores e ótimas ideias. Milhares de planos de negócios circulam, apesar de se alegar haver falta de capital. Mas a verdade é que há poucos projetos exequíveis, pois os planos baseiam-se em desk-surveys, e não em entrevistas com os reais potenciais compradores e numa análise SWOT.´

Há alguns empreendedores dispostos a darem mais de si, a trabalharem 70h/semana e a individualizarem a oferta. É disto que o mercado necessita. Nunca antes vi tanto capital de risco disponível, mas nós, investidores, saímos de Portugal por falta das caraterísticas dos que nos chegam, não por pouca criatividade.

Outro fator vital para o sucesso na crise são as condições de concorrência, pois, mesmo com a Troika, continuamos a não ter um mercado livre. Boas invenções são travadas assim.
 
SABIA QUE...
... o motor a diesel vegetal foi inventado
por Rudolf Diesel em 1892? Foi depois "morto" por impedir o uso de gasóleo mineral.

... o motor a biogás foi amplamente usado na II Grande Guerra, 1941?

... o motor a hidrogénio foi apresentado em Paris, numa tese de doutoramento em mecânica em 1963 (estive lá)? O projeto foi comprado por uma grande empresa que o queimou, pois o lucro das fábricas está em vender peças sobressalentes.

... há carrinhas elétricas para distribuir leite em Londres desde 1951?

... a energia eólica é usada desde 800 A.C. para bombear água e moer trigo?

... a tecnologia laser foi publicada no Scientific American em 1961?

... o comboio pendular tipo Alfa foi testado na Suécia em 1978?

... a primeira transmissão de TV digital terrestre, vi na Philips, em 1985?

 

Quem trava a venda dos produtos bons para a população? E porquê?

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Economizar energia

Jack Soifer 20 Jul 12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Num artigo da "Revista da Marinha", Luís C. Silva, co-autor do livro "Transportes", aponta para a brutal dependência que temos dos combustíveis importados e ainda o desperdício nos equipamentos, processos industriais, etc.

 
Noutros países, até no Brasil, há 35 anos, o governo estabeleceu uma matriz energética na qual, para cada uso, tem incentivos, controlos ou taxas para fazer a empresa ou o consumidor otimizar os recursos locais. Luís C. Silva  diz que os transportes são o nosso principal problema energético.

 

Há 40 anos, em todos os países civilizados, o transporte coletivo público é eficiente e está com empresas públicas, controladas pelo Tribunal de Contas ou por uma comissão de utentes, não politizada. No Norte da Europa, há taxas extra para o grande consumidor de energia que não utilize as novas técnicas, investimento que este, mas não as famílias, pode suportar.


Luís C. Silva recomenda o que há séculos se faz nestes países: desinvestir em estradas e apostar em vias fluviais, caminhos de ferro e tram-train(como os comboios usados no metro do Porto, por exemplo). Países como a Alemanha, Holanda, Suécia e França não teriam a riqueza de hoje se não fosse, há 200 anos, continuamente transformar rios em vias navegáveis, modernizando e expandindo as CP´s deles.

 

Com canalização e controlo, o Douro, Dão, Tejo e Guadiana poderiam transportar o que hoje vai por estradas, pela metade do custo. As nossas composições, balsas e patrulhas estão ultrapassadas.


Muito do nosso pescado é captado de forma ilegal; mil milhões em cigarros e drogas entram pelas praias. A Suécia está a construir cinco patrulhas de guarda costeira com três motores de 790 Hp cada, com tecnologia IPS, na qual as hélices à frente do motor puxam, não empurram o barco, o que o torna mais silencioso e economiza 30% do diesel.
 

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MicroPPP

Jack Soifer 4 Jul 12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Há décadas, governos, sob influência dos lóbis, contrataram, por PPP´s, obras inúteis ou exageradas. A maioria das autoestradas e Scuts há anos são subutilizadas, comparando com outros países.


Entretanto, investiram mil milhões em obras para universidades, subutilizadas, que poderiam agora ajudar a minorar a depressão em que já estamos desde 2011. Em 01/03/2010, eu disse, no Prós e Contras da RTP, que, se o governo não mudasse o rumo, poderíamos estar numa depressão com duração de uns oito anos. Escrevi então que precisaríamos de uns 160 MM€ para dela sair. É só estudar o que aconteceu em outros países em situação semelhante.

Ao contrário do que a Troika, contra o parecer de muitos nobeis de economia, fez, era necessário gastar mais em muitas pequenas obras. A austeridade seria com o despesismo, funcionários públicos a mais e reformas chorudas.

Milhares de edifícios e instalações públicas poderiam ter micro-PPP com associações ou PME´s locais. Como laboratórios, estufas, salas de universidades, para festa e concerto nos jardins de museus e nas bibliotecas, nos fins de semana.

Um horticultor ou cluster que alugue uma estufa como packing-house irá usá-la mais horas e a tarifa que paga à universidade ajudaria a pagar os elevados salários dos professores.

Quando lecionei na Católica do Rio de Janeiro, a central informática instalada na Engenharia pertencia à IBM, que a usava das 22 às 8h. Lá, a Fundação Oswaldo Cruz vende serviços de biotecnologia para pagar parte do seu pessoal. Nos EUA, a maioria das universidades públicas vende serviços de laboratório.

É também uma forma de os estudantes terem contato com o mundo real.

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António Borges tem razão quando afirma que devemos aumentar a produtividade ou reduzir os custos laborais. Quem apenas opina sem calcular, interpreta como sendo o salário do trolha. Como só escrevo quando tenho dados e tendo feito análise comparativa em vários setores entre a estrutura de custos de Portugal e a dos nórdicos e alemães, vamos aos dados reais.

 

Precisamos de exportar mais bens transacionáveis, e evitar importar bens de origem rural e agroindustriais. E reduzir a importação de crude. Há poucas fileiras onde ainda somos competitivos, p.ex. na pasta de papel e nos moldes e formas, vários nichos do mobiliário e aí não precisamos mexer. Os bens em que o peso do produto torna o transporte caro são aqui mais caros do que na Europa, p.ex. cimento, ferro, azulejos e outros materiais de construção, apesar do custo horário do trolha ser mais baixo. É o efeito dos cartéis, aqui permitidos.

 

O que então encarece o custo na produção? Os custos de contexto e as hierarquias inúteis.

O custo total da hora de trabalho de um trolha ou técnico de produção aqui é, na maioria das fileiras acima, menos da metade do que na Europa do norte. Mas temos mais hierarquias entre estes e o big-boss. Lá há um não-produtivo para cada 9 a 16 produtivos, aqui, consoante a fileira e o nicho, temos o dobro. Nas giga empresas lá há forte descentralização, p.ex. nas lojas, para satisfazer o cliente e assim fidelizá-lo e poder reduzir os custos em publicidade. Isto aqui é raro nas empresas em geral mais ainda na distribuição alimentar.

 

Lá o presidente das grandes empresas visita cada trolha no seu posto de trabalho ou pelo menos no departamento ou loja pelo menos 2 a 4 vezes por ano. E aqui? Escrevi em 2006 num jornal, que impressionou-me os gerentes das agências de viagem do grupo BES terem medo de mencionar o nome do presidente; quem o disse sussurrou, para os colegas não ouvirem que mo dizia. Medo impede empenho.

O custo dos diretores/presidentes das grandes empresas portuguesas é 50 a 90% maior do que as similares no norte da Europa e o IRS lá para eles é maior. As inúteis chefias intermédias encarecem a hora trabalhada nas fileiras de bens transacionáveis ainda exportáveis em 12 a 22%, consoante o setor. Para que precisamos delas? Pela burocracia que faz o big-boss himself perder muito tempo com os que ‘inventam dificuldades para vender facilidades’, com a banca, a presença em longos almoços ‘para ser lembrado’ para uma futura ou passada cunha, em longas conversas/intrigas, o trânsito, e não só.

 

Yes, António Borges, traga para Portugal o modelo alemão ou nórdico (a Suécia teve +4,8% no PIB em 2011, com forte exportação) e teremos o trolha a ganhar 980e/mês, o chefe dele +16%, i.e, 1150, o regional 1350, o diretor 1700 e o presidente 2300. O custo com escritórios de advocacia e direito fiscal e com o saco azul somem e as empresas investiriam em poupar energia (aqui é cara) e fidelizar clientes, que é mais barato do que a publicidade para ganhar novos

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