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O Ouriço

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O que se segue ao 14 de Novembro?

John Wolf 16 Nov 12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O que se segue ao 14 de Novembro? publicado por John Wolf no blog Caleidoscópio.

 

Se Darwin fosse chamado a pronunciar-se sobre a evolução da "espécie humana protestante" colocaria a seguinte questão: o que se segue? O que vem a seguir? Na escala da expressão do desagrado, passamos do festival "peace and love" do 15 de Março a um "bater de pé" mais audível a 15 de Setembro, e eis que nos encontramos no "a ferro, fogo e pedra" do 14 de Novembro. Nos meandros académicos muito tem sido pensado e escrito sobre a violência, a ameaça de uso de força e o uso de força. São conceitos operativos distintos que não devem ser emaranhados num novelo, numa novela de culpados e inocentes. Os gansos e patos têm servido de cobaia para investigar o fenómeno estrutural subjacente ao uso de força e manutenção da coesão social. Konrad Lorenz pode ser consultado para ulteriores desenvolvimentos sobre a matéria. Fica a sugestão. Não é minha intenção aprofundar a teoria que sustenta a prática comportamental dos animais...perdão homens. Outros autores e jogos de resultados podem ser estudados para tentar realizar o irrealizável. Interpretar o fenómeno político e social através de uma óptica de custo e benefício, cacetada e submissão - quase sempre dá asneirada. Thomas C. Schelling é outro investigador clássico que ajudará à clarificação dos termos e conceitos que muitos trazem à baila de um modo indiferenciado. Os lançadores de calçada foram violentos ou fizeram o uso da força? E as forças policiais terão explorado ao limite a "ameaça do uso de força", antes de empregarem os meios que foram observados? Mas regressemos ao que pretendo enunciar com esta dissertação. Na escala de meios e resultados obtidos, pergunto qual será o passo seguinte? Será que existe uma expressão mais intensa de protesto do que aquela presenciada em frente ao Parlamento? E é aqui que reside uma parte da problemática. De que forma se protege um cidadão de um seu concidadão? Os "chefes de claque" que embandeiraram em arco as pedras da calçada puseram em causa o colectivo - um consenso quase alargado à totalidade dos manifestantes, um código protestante que postula a voz como arma principal para transmitir a sua indignação, a indignidade a que foram remetidos por decisões políticas. Do outro lado da barricada será legítimo perguntar de que modo as forças de segurança e defesa do Estado podem administrar o uso de força de um modo justo e proporcional. Será possível a medição da bastonada? Seria possível implementar uma escala de impacto, através da qual um sujeito tem direito a 23% da bastonada e outro indivíduo a 77%? O conflito social que está a devassar o país obriga a que se especule sobre os meios à disposição. Para já, e face ao sucedido, ainda nos encontramos no território da semi-racionalidade, das verdades repartidas. Não vi manifestantes a arremessar cocktails Molotov, nem vi a polícia a usar canhões de água ou bombas de gás lacrimogéneo, e esse facto deve ser preservado para um quid pro quo aceitável. Uma marca de distinção no modo de fazer as revoluções. 

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A privatização dos protestos

John Wolf 14 Nov 12

 

 

 

De acordo com o noticiado pela estação de televisão SIC, manifestantes estrangeiros estariam infiltrados na primeira linha de protesto, junto à Assembleia da República. Esse mesmos agentes de desacato seriam profissionais em tournée pelas principais cidades europeias, a prestar serviços a troco de uma qualquer vantagem reinvindicativa, política. Será que assistimos a uma nova disciplina de mercenários? E sendo uma manifestação pela sua natureza um fenómeno "público", será que este pode ser "privatizado" e apropriado por "accionistas" estrangeiros? Não me parece. E para além do mais, Portugal não precisa de quem lhe ensine a protestar. Não esqueçamos que Portugal é veterano em Revoluções. No entanto, assistimos a uma nítida transformação no modo de reinvindicar. Os brandos costumes estão a ser reformados e a ceder o seu lugar a outra forma de protagonismo. Os resultados da luta de hoje só serão conhecidos quando a poeira assentar. E isso certamente demorará o seu tempo. Enquanto aguentamos, a calçada será resposta. Provavelmente com o mesmo desenho.

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As inverdades do PM

Jack Soifer 19 Out 12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os ciclos repetem-se! As crises e as revoltas também. E as inverdades pelos governantes, são então mais frequentes, em todo o mundo.

 

O Primeiro-Ministro veio à TV dizer que as greves dos portos estão a afetar as exportações. Não sei de onde ele tirou esta frase. Mesmo as estatísticas falhas do INE indicam-nos esses valores. Baseado nos dados dos anos e meses anteriores, ajustados para o crescimento médio normal e para a sazonalidade, fui ver quais são as exportações que saem pelos portos em greve, não a tonelagem, mas o valor. Investiguei ainda as importações pelos mesmos portos. Indaguei das transportadoras o que acontece com as cargas que deveriam sair e fui saber de que forma isto se reflete nas futuras encomendas dos clientes. Muito trabalho, mas é assim que se desmistifica a meia-verdade.

 

 

PASMEM: O valor de todas as exportações por dia de outubro que saem pelos portos é apenas de 24milhões. NÃO AS PERDEMOS! Elas são diferidas no tempo, pois vão principalmente para portos distantes, p.ex. nos PALOP e EUA, onde o atraso de uns dias, na estimativa de 30 a 40 para chegar à loja ou fábrica, pouco importa.

 

As exportações just-in-time, que poderiam afetar o cliente já vão há anos por TIR. As pouquíssimas que iriam por barco e poderiam afetar o cliente são na greve re-encaminhadas para outros portos próximos.

 

As importações, estas sim, afetam o nosso abastecimento de… carros, bebidas importadas, alimentos importados, que concorrem com a nossa produção rural. Mas o grande lucro está nos que intermediam essas transações, e isto está a afetar o fluxo para as offshores, que é um tabu, pois afeta os maiores interesses da mais alta política na UE.

 

O microcusto adicional da espera dos navios nestes portos em nada afeta as nossas exportações! Não perdemos 24milhões por dia com a greve. Perdemos 34 milhões por dia com a saída dos lucros para as offshores. Não é ilegal, mas não será imoral? Se os funcionários deste setor da banca fizerem greve, aí sim, senhor ministro, Frankfurt, Paris e Londres põem-no na rua.

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Memorando de entendimento

John Wolf 23 Mar 12

 

 

 

Memorando de entendimento para o empate de ontem. 

 

Ponto um: a claque esteve presente mas não em números expressivos 

Ponto dois: a carga policial existiu mas não foi maciça

Ponto três: o árbitro tem sempre culpa

Ponto quatro: houve e não houve simulações

Ponto cinco: houve cartões amarelos, vermelhos e roxos

Ponto seis: houve pelo menos seis pontos na cabeça de um jogador

Ponto sete: haverá mais prolongamentos e substituições

Ponto oito: o resultado é inequívoco

Ponto nove: foi um empate e o resultado não pode ser contestado

Ponto dez: Portugal foi o único perdedor 

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Tenham dó...

Ana Firmo Ferreira 23 Mar 12

 

Depois de o editorial de hoje da Ana Sá Lopes, sinto que não existe muito mais a dizer. Afinal, quais são os critérios para se ser  agente da PSP? Alguém me esclarece? Porque pelas atitudes que tomam, parece que se resume a uma questão de massa muscular. O QI certamente ficou de fora dos critérios.

 

Peço desculpa se estou a dramatizar e a generalizar, mas a situação de ontem revoltou-me, como há muito não me revoltava.

 

Ora bem, vamos analisar os factos, temos uma patética (mini) greve geral, que foi um autêntico flop. Que no máximo mereceria uns oráculos de telejornal. E o que é que a PSP decide fazer para animar a malta? Dar bastonadas em jornalistas, uma delas da France Press.

 

Acontece que para a organização e para os arruaceiros que por lá andavam (sim, note-se que não estou a falar de quem se manifestava pacificamente pelos seus direitos, mas dos palermas que lá andavam sem saber bem porquê) esta greve não podia passar despercebida - o que é que se pode então fazer?

- Vamos provocar confusão à la Grécia - porque é tão giro e aparecemos na televisão e no youtube - e provocar desacatos com a Policia.

 

Estes desacatos levam-nos à intervenção policial - que faria todo o sentido se fosse feita de forma reponsável, de modo a garantir a segurança dos cidadãos, o que não aconteceu de todo. Tratou-se simplesmente de um espetáculo de força bruta, imposição de autoridade estúpida e violência gratuita.

 

Será que não concebem o prejuizo que causaram a Portugal? 

 

Será que não conseguem perceber que estavam a atacar - é mesmo a palavra - de forma despropositada os manifestantes? Não percebem o conceito de desproporcional? 

 

Será que não entendem que os tipos com camâras são jornalistas? E que estão apenas a fazer o seu trabalho?

 

Tenham dó...

 

Posto isto, estou intrigada sobre o nível de inteligência das nossas forças policiais. Não perceberam que estavam a ser provocados e que cairam que nem uns patinhos a dar espectáculo?

 

Não perceberam que esse espectáculo iria ecoar nos países em redor e prejudicar gravemente a nossa imagem, detruindo todo o trabalho que tem vindo a ser feito, com tanto sacrificio dos Portugueses?

 

Não consigo conceber qual é o objectivo de destruir a nossa imagem - de país estável e  cumpridor, que está a atingir as metas definidas - e transformar a percepção da opinião pública internacional sobre Portugal, como que se tratasse de um país instável e de arruaceiros, tal e qual a Grécia.

 

Todo o caos e instabilidade que "de repente" assolou o país é provocado por meia dúzia de arruaceiros, forças policias incompetentes (para não dizer mais) e pela intersindical comunista. É simples.

 

O giro de tudo isto, é o facto de neste momento essas imagens estarem a correr mundo, comparando-nos injustamente à Grécia. Quando na realidade a "grande greve" foi um flop e a maioria dos Portugueses, que continua a apoiar o governo, estava nesse momento nos seus locais de trabalho, a fazer a sua parte para tirar Portugal da crise.

 

 

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A Luta Continua...

Faust Von Goethe 22 Mar 12

Dezenas de polícias apoiados por 7 veículos retiraram, uma a uma, cada uma das cerca de 100 pessoas que estava no piquete de greve da Carris, na Musgueira em Lisboa. Os manifestantes aguentaram durante mais de 50 minutos a saída dos autocarros e a provocação das forças policiais, mas o dispositivo montado pela PSP quebrou o piquete de greve e deixou sair dezenas de autocarros. Foram utilizados tasers para dissuadir os manifestantes, bem como outros métodos violentos desproporcionais visíveis no vídeo.

 

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