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Blogosfera que Pica
Jack Soifer 23 Jun 14
Jack Soifer 31 Mai 14
Jack Soifer 29 Jan 14
Muitos investidores tecnológicos deixam de investir cá por causa da (in)justiça. Quando trabalhei nos EUA aprendi a discernir entre Melhorar, Mudar, Podar e Eliminar. É a diferença entre o que é e o que deveria ser uma instituição, e a sua flexibilidade estrutural, que traz uma destas acções. Melhora-se quando a maioria dos chefes, ao conhecer a ineficácia, medida junto aos clientes finais, neste caso PMEs, profissionais e o grande público, provam querer melhorar, já na apresentação dos resultados. Muda-se quadros, quando só parte deles concorda que ‘está muito mal’. Poda-se, isto é, extingue-se, muda-se a localização e a lei que a criou, ficando só uns 5% dos técnicos, quando a maioria deles não mostra melhores práticas em 30 dias. Elimina-se uma instituição quando a árvore está tão desacreditada que é necessário arrancar o mal pela raíz e deixar outras sementes, que não cresceram devido ao mal uso da terra, crescer, florir e frutificar. Quando o cidadão contribuinte já não acredita na instituição, aumenta a fome e a criminalidade. Pois neste quintal crescem mais piratas do que investidores. Será hora de podar, não só ajustar, a constituição? O ‘direito adquirido’, mesmo que ilegalmente, o código processual e o corporativismo assustam investidores sérios. Na Dinamarca cada nova portaria e lei é avaliada após um ano, por um inquérito ao público e aos advogados que a utilizaram. Usam uma amostra do povo para a redigir em linguagem simples. Usam experientes advogados para garantir um texto com uma só interpretação. Pois aos grandes ‘agentes’ do direito, diferente da Justiça, e aos lóbis, interessa manter tudo como está. Pois é só o povo e o estado (leia-se contribuinte) quem perde.
Jack Soifer 12 Nov 13
No passado 5 de Outubro, um homem que protestava contra o governo foi detido por tocar no veículo de alta cilindrada, blindado, hermeticamente fechado, travando o contato com o povo que hipoteticamente elegeu o passageiro, o Primeiro-Ministro que agora comanda os destinos de 10 milhões. Há semanas o Papa dispensou isto e, no Rio de Janeiro, em carro normal, com a janela aberta, apertava a mão do povo, ele que lidera 990 milhões. Dos 736 deputados ao Parlamento Europeu, 111, i.e, 15% foram acusados de violência conjugal e delitos do código civil, condenados por conduzir embriagados, cheques sem cobertura, falências fraudulentas, etc. Metade dos eleitores não usou o seu voto nas recentes eleições ao PE. Nas nossas legislativas também metade não votou. Nas últimas eleições autárquicas, a abstenção, os votos nulos (duplicados desde a anterior) e os brancos superaram muito (entre 55 e 65% na maioria dos concelhos) os votantes. Há presidentes de CMs que comandarão os destinos do concelho com uns 17% de apoio. O mesmo ocorre em muitos outros países ditos democráticos. No Brasil, onde o voto é obrigatório, paga-se elevada multa e não se recebe salários, faturas, o que for, do governo, sem comprovar que votou. Os mais votados lá são os palhaços profissionais, animais de circo, etc. Nos países onde, mesmo não sendo obrigatório, o povo usa o seu direito democrático, temos reinados. P.ex. os Nórdicos, a Holanda e Bélgica. Na maioria deles só pode se candidatar por um concelho ou distrito que lá vive pelo menos há dois anos. Na maioria deles não se pode fazer publicidade eleitoral na comunicação social fora do horário gratuitamente cedido pelas emissoras, como parte do contrato com o Estado, que é proporcional ao número de cadeiras no parlamento e em função dos candidatos, quando é um grupo independente. E qualquer eleitor pode candidatar-se a qualquer cargo eletivo, desde que tenha duas centenas de assinaturas para o concelho, dois milhares para o parlamento. Naqueles países a abstenção é de uns 15% e os votos nulos e brancos são raros. Alem de cinco grandes partidos, há outros tantos que podem ser maioria em alguns concelhos, mas que, mesmo com poucos assentos no parlamento, não só dão voz aos sem-voz, como podem até, em alguns casos, travar leis absurdas.
Jack Soifer 30 Out 13
Hà algum tempo atrás, o Gabinete do Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro contratou dois jovens de 21 e 22 anos para acompanhar a execução de medidas do memorando de entendimento com a troika e essa notícia gerou muitas críticas nas redes sociais.
Comecei trabalhar no Brasil part-time, aos 11 anos, quando o meu pai faleceu; estudava pelas manhãs, travalhava às tardes, até aos sábados. Aos 21 anos já tinha dez anos de experiência em: fundição metálica, empacotar peças em fábrica de acrílico, venda de anúncios nas Páginas Amarelas, entrevistas para estudos de mercado, lavar pratos em restaurante, e (após concluir Engª)projetos residenciais de instalações eléctricas e depois industriais. Aos 22 participei da elaboração de questionários para estudos de mercados INDUSTRIAIS e de TURISMO.
Indago qual a experiência no mundo real que estes "técnicos" têm. Se sabem os efeitos em 295mil PMEs comerciais ou 23mil PMEs industriais daquilo que a Troika pede. Se sabem como são feitos os "kickback" das transações comerciais no exterior de muitas das grandes corporações e como isto afeta o tecido empresarial luso.
Será que já viveram, longe dos pais, sem apoios, com 275 euros mensais, ao arrendar um cubículo de 1,80 x 2,80m a que chamam de quarto? Será que já estiveram na fila do Exército da Salvação para um prato de sopa numa fria noite de Inverno? Já tiveram que trabalhar uma madrugada fria numa fábrica fria, para compensar a avaria numa calandra? Já levaram um banho de óleo hidráulico de uma prensa hidráulica? Já viram um micro-empresário chorar, abraçado aos seus colaboradores, quando um banco lhe exigiu uma rotativa de volta, pois uma grande corporação atrasou imensamente o pagamento de uma factura?
Esta experiência é que vale, a idade pouco pesa.
Jack Soifer 22 Set 13
É inaceitável que empresas atrasem o salário de centenas de milhares de trabalhadores. Pior ainda quando o fazem já a pensar em pedir a insolvência e enviar o lucro para o exterior. É possível introduzir um sistema em que elas façam o pagamento automático aos seus colaboradores e só depois realizem o acerto, se eles têm descontos a mais, por falta ou outra razão. Pois elas não atrasam à banca, à EDP e outros grandes fornecedores, só aos que mal sobrevivem sem o salário. Não têm medo, pois eles são os sem-voz da Europa latina.
Para sair da crise, precisamos de um maior consumo de produtos feitos cá, com matéria-prima local, para que a mais-valia fique cá. É a família de menores rendimentos que os consome. Assim, reduzir no apoio social vai contra o interesse da economia do País. Aumentar os impostos gerais, como o IVA, que afectam mais os pequenos do que os grandes, é errado. Deve aumentar-se os impostos sobre os supérfluos importados, como carros e barcos, tabaco, álcool, perfumes, moda, crude, aditivos alimentares, viagens ao exterior, como os nórdicos fazem. A Suécia, por exemplo, este ano já cresce 4,2%.
O interesse da banca é emprestar para o consumo, pois o spread é maior e aumenta o lucro. Mas o da nação é emprestar para o investimento produtivo. Não compensa ter 42 mil milhões parados em imóveis que não se vendem. Se isto tivesse ido para as PME industriais, seríamos competitivos, estaríamos a exportar e o desemprego teria ficado nos 8%.
É preciso diferenciar o imposto sobre empréstimos, triplicar o do consumo, eliminar o do investimento. Duplicar o juro do aforro, pois é mais útil remunerar e usar a poupança do português por cá, do que emprestar da banca estrangeira.
É preciso obter consenso com os que geram emprego no país, as PME. O governo muito ganharia com activos observatórios em cada ministério, com representantes das associações locais, não as velhas caras do mais do mesmo.
Jack Soifer 19 Set 13
A medicina em Portugal é business para uns poucos grupos estrangeiros de fármacos e de aditivos alimentares; e ainda de corporações profissionais e especuladores portugueses. Aqui investe-se em caras vacinas quase inócuas, que os médicos franceses se recusaram a prescrever. E em caros hospitais, ao contrário dos países modernos. Fármaco e hospital é para remediar. Mas a função real do Ministério da Saúde deve ser prever e precaver, e não corrigir um mal já ocorrido. Assim, queremos a medicina preventiva, que começa com uma alimentação saudável, aditivos aprovados por médicos sérios, informação massiva e proibição dos que enfraquecem o sistema imunológico da população. Como é feito nos países nórdicos e não só. A medicina alternativa, muito mais barata e com menos riscos, é algo que pouco se difunde. Por exemplo, as aplicações de ozónio para artrites e para fortalecer em geral o sistema imunológico do nosso próprio corpo. Porquê gastar em publicitar genéricos e ao mesmo tempo permitir que os giga-laboratórios dificultem ao ministério registar e permitir vender em Portugal o que já se vende na Europa há meia década? Para cortar nos gastos basta fazer como outros países, obrigar todos os médicos a prescrever genéricos e só com detalhada justificação na receita, autorizar os de marca; ela é depois analisada no ministério. Muitos laboratórios oferecem seminários de seis horas durante uma semana em hotéis de luxo em paraíso turístico aos médicos que mais prescrevam os seus produtos e travem a receita, para impedir o doente de comprar um genérico. Porquê contratar com grupos financeiros e não PME do sector a gestão dos hospitais privados? Inovar é também adoptar bons exemplos!
Jack Soifer 12 Set 13
As regras de higiene que o lóbi da indústria alimentar impôs à União Europeia têm levado à falência muitas empresas familiares e tornado difícil manter-se a cozinha regional. Milhares de restaurantes podem ser multados pela ASAE por não seguirem essas regras. Mas todos eles têm forno de micro-ondas.
Prepare cem doses de cinco pratos regionais e entregue-as gratuitamente às treze mais populares tascas e restaurantes da sua zona, onde serão apresentadas aos seus clientes frequentes para eles avaliarem. Calcule o valor dos três pratos mais votados. Explique a essas PME as vantagens de economizar tempo, espaço e energia. Use produtos locais, adopte a slow-food e certifique o seu catering. Fotografe os pratos com requinte. Use uma frase tipo “Orgulho da tua região” ou “Segredo da avó”. Adicione um prato por trimestre à sua lista e, na nova informação, mostre a fotografia de alguns agro-fornecedores.
Grave um DVD amador com entrevistas a restauradores e a clientes satisfeitos. Mostre-o noutras tascas e restaurantes. Nestes, para alargar o rol dos pratos no cardápio, complicados de preparar, simples de aquecer. Leve esta opção a oficinas e minas distantes, onde hoje os trabalhadores vão almoçar longe. Ofereça umas doses aos semanários e às rádios locais. Só então dê a um só supermercado local o exclusivo de vender o seu produto ao povo, o que exige outra embalagem.
O investimento é limitado e com financiamento directo do fabricante dos equipamentos para uma pequena cozinha. Compre uma carrinha usada para a distribuição.
Jack Soifer 11 Set 13
Uma vez ouvi um condutor de autocarro turístico reclamar que antes ganhava 3 a 4 mil euros e agora só 1.200 euros. Que o patrão exige horário flexível, começar cedo, às vezes acabar tarde. E que um ucraniano faz tudo e ganha menos de mil.
Esta atitude matou o turismo de qualidade por cá. Muitos ainda não percebem que o futuro do turismo nada tem a ver com o passado. Já não temos os bons turistas, que exigiam qualidade; os actuais já não dão o esperado agrado ao sair da carrinha. O lucro caiu e assim as firmas usam ao máximo os seus recursos e colaboradores. Muitos não aceitam que já se foram as vacas gordas e talvez leve mais de sete anos até melhorar. Não percebem que já não haverá emprego, só trabalho.
O desemprego vai aumentar, o que trará mais criminalidade, e espantará ainda mais os turistas.
Uma freguesia nortenha adoptou o “Hub”, e disponibilizou uma escola básica abandonada, modernizada, com Internet Wi-Fi, a preços módicos, onde o cidadão pudesse lá, na sua firma individual, criar o seu próprio trabalho. Sem burocracia ela dá oportunidade à real inovação dos que querem trabalhar para ganhar.
Por cinco anos afirmamos que o turismo tradicional não tem futuro em Portugal. Só agora aparece alguma acção para outros nichos. Tarde demais. O alerta a derrocadas nas falésias onde as CCDR, contra o parecer dos técnicos, autorizaram aldeamentos, concretizou-se. A politicagem e a morte ao genuíno matou não só uns turistas, mas o turismo de qualidade.
É urgente criar novas actividades económicas. Há anos aqui as descrevo; o Governo ajuda, mas os burocratas travam. Temos pouco tempo para fazê-lo e sermos vistos na União Europeia como um país onde vale a pena investir em hightech. Yes, os autarcas muito podem fazer!
Jack Soifer 29 Ago 13
Portugal é um dos poucos países onde o ensino básico é nacional. Nas nações que conheço é municipal, com algum apoio nacional. Pois é óbvio que as necessidades e as realidades variam e a democracia não é o comunismo, em que tudo é igual para todos, independentemente do real e do local.
Sabemos que os municípios mais remotos muito dependem da escola, seja pela proximidade dos alunos com as famílias, seja para fazer com que esses famílias lá fiquem a residir. Os pais querem o melhor para os filhos e mudam-se, abandonando o nosso belo e rico interior, se não tiverem uma escola local. Lá há segurança, não bullying; há amor, personalização e empenho.
Na Suécia, por exemplo, o apoio nacional é para equipamentos e um mínimo para o prédio. Nos EUA é quase nada, além do necessário para a actualização dos professores. No Brasil é para programas e professores. Na Alemanha é regionalizado.
Quando levei cooperação sueca à Guiné foquei-me no professor. Sendo ele bom, não importa a qualidade do prédio e dos livros, o aluno aprende. A motivação é tudo.
Quando o professor é trocado de escola a cada dois ou três anos não chega a criar a lealdade com a comunidade, nem se lhe dá a tranquilidade que precisa para desenvolver relações profundas.
Pode a qualidade melhorar levando-se os alunos a grandes distâncias? Porque não delegar tudo no concelho e apenas dar um apoio básico a cada um? Há governos que pagam ao concelho por aluno-hora. Outros por aluno aprovado com bom resultado. Outros, um mix
Porque não, como em países da UE, deixar o professor ir às escolas distantes e pagar-lhe a deslocação? Fica ele feliz, os alunos e os pais também. Ele torna-se um bom elo entre o rural e o urbano.
Quem ganha com esta política da distância, tão distante da real Escola Moderna, onde o ser, não o ter é o essencial?
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