O Ouriço © 2012 - 2015 | Powered by SAPO Blogs | Design by Teresa Alves
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Blogosfera que Pica
Artur de Oliveira 11 Mar 14
John Wolf 28 Mar 13
Começo seriamente a pensar que Portugal deseja sofrer. Quase não tenho dúvidas que Portugal tem o que merece. No rescaldo de um programa de televisão que ontem não vi, e das palavras discorridas por um senhor que não escutei, mas baseando-me na vox populi das redes sociais, posso concluir que este país está condenado. Está arrumado por não ter meios intelectuais para realizar a destrinça entre a arte de ludubriar e o valor substantivo das acções e palavras. O país parece cair que nem um patinho na sedução gasta de um vendedor de banha da cobra. Uma pessoa desprovido de nojo, das sensações que equipam os homens sensatos, uma condição simultaneamente profunda e cutânea a que chamamos consciência e que torna, os convictos caídos em si, caídos em desgraça - humildes e arrependidos. Chamemos-lhe "ser cristão", se quiserem. Nem a matriz católica do país parece servir para actos de constrição. Em vez disso temos erva daninha que cresce em redor do templo, da reserva. Apenas os indivíduos dotados de um super-ego podem atropelar sem hesitações os direitos dos outros, e julgarem-se os primeiros mesmo que já estejam derrotados. Parece que Portugal sofre de uma doença regressiva, uma especie de Alzheimer político e selectivo que oblitera o percurso negativo de um homem e que elogia a capacidade para arranhar quem quer se lhe atravesse pelo caminho. O regresso às cavernas parece um dado adquirido - quando a população aplaude o espernear de um bicho ferido. O desempenho instantâneo e brutal tomou conta do país político. Os ganchos e os socos dados por cima e por baixo. Assistimos à potência hiper-ventilada de faladores desprovidos de ética, que demonstram os seus talentos em duelos absurdos, em concursos para ver quem consegue botar-abaixo mais vómitos, e ainda maiores indisposições. Os assistentes são como claques de mentecaptos que anulam a grande obra humana. O país requer urgentemente um movimento sem face, sem aparência, sem hábitos ou vestimentas. Os intelectuais que invocam a liberdade de expressão e a Democracia, podem também invocar outras emendas que não a quinta, para salvar o país. A esquerda caviar ou a direita esclarecida, culpadas por esta transmissão televisiva e igual número de eleições, pode sair do seu falso exílio, o paradigma de cocktails e cultura onde discutem justiça social en passant, em redor de uma mesa de politicamente correctos. E essa corja que diz que nada tem a ver com o estado em que se encontra o país, também tem um pouco do DNA do mesmo embuste. O desejo de uma vida glamour, de privilégio, de sobranceria intelectual, de Paris. O que se nos apresenta é um caso de psicose colectiva, um comportamento desviante praticado por uma larga maioria televisiva pouco interessada em política, mas muito dada a novelas. Estou raivoso, sim senhor.
(publicado em primeira mão no blog Estado Sentido)
http://estadosentido.blogs.sapo.pt/2675119.html
John Wolf 15 Jan 13
What´s going on in Portugal must be shared in plain english with the rest of the world. Austerity - a fiscal and economic recipe cooked up by a number of European governments to boost their failing economies is not working at all. The approach is flawed and the improvement the authorities promised is nowhere in sight. However, government officials have used the economic excuse to reshape the concept and structure of the Welfare State at the expense of its citizens. The National Health Service is only one of many examples of public services that have been maimed and the population is bearing the brunt. I´m not even going to mention the outrageous tax hikes that are torturing the workers that are lucky enough to still have a job and a lousy salary. Yet another phenomena is slowly but surely becoming pathological. The degree of control the Government is trying to exercise over the media and public opinion is worrisome. Messages of protest are now controlled as if Portugal were under a totalitarian regime. Some citizens I have spoken to, now regard the former dictator Salazar, as a bland authoritarian figure, when compared to the endeavors taken forth by the Passos Coelho and his center/center right coalition government. Part of the press and some tv channels are alligned with the government and there seems to be no limit regarding the fences that are being mounted. As I write this article, a conference on the Reform of the Portuguese State is taking place with a panel of well known experts, politicians and former leaders, but the Press has not been granted authorization to tape or record the event. The welcome address presented by former Social-Democrat Party director Sofia Galvão, made it clear that coverage of the event will not be tolerated, and only with permission may speakers messages be conveyed. We all know Portugal is a young Democracy that came to being with the Carnation Revolution of April 25th, 1974. But what´s going on seems like a clear reversal of the ideals embodied almost 40 years ago. Are we in Europe and are these the values and principles defended by the European Union? Let´s ask Portugal.
Publicado no blog Estado Sentido
(CC International Media)
John Wolf 10 Jan 13
Extraído do Relatório do FMI.
D.Equity and Social Cohesion
13.Portugal’s social protection system could do better in mitigating inequalities. The operation of the contributory social protection system reflects the logic of insiders and outsiders and serves to reinforce the gap between rich and poor. In contrast to many other OECD and EU countries, Portugal’s social transfers provide more benefits to upper income groups than to lower income groups, aggravating inequality.13 Particularly in times of fiscal distress and growing concerns about social cohesion, a regressive social protection system looks less and less sustainable both economically and conceptually.
John Wolf 8 Jan 13
RTP1 lança nova grelha sem concursos no horário nobre. O que significa esta notícia? Que a grelha foi adjudicada sem concurso público? Que serralheiros do mercado aberto foram preteridos na escolha da grelha? Que houve ajuste directo na contratação do fornecedor da grelha? Que houve favorecimento de um fornecedor em particular por não haver concursos? Tudo isto é muito misterioso e carece de investigação mais profunda. Gostaria de saber se todos os trâmites legais foram observados. Pode ser apenas uma grelha pública, mas se foi desenhada e concebida à minha custa, e de tantos outros tele-espectadores, gostaria de saber a verdade. Dormiria mais descansado.
John Wolf 27 Dez 12
John Wolf 8 Dez 12
Provavelmente a notícia publicada pelo jornal Público sobre a morte da enfermeira que deu informações sobre a duquesa de Cambridge não é das mais importantes do mundo. Por essa razão o artigo recebido na redacção do diário Português, directamente da agência Reuters, foi quase de certeza entregue a um estagiário. A ordem dada pela chefe deve ter sido qualquer coisa como isto: "pega lá nesta peça e traduz isto para Português". E assim foi. Acontece que o jornalista ou a jornalista responsável pela versão doméstica nem sequer soube ligar os pontos do artigo e torná-lo um "pouco mais relevante" para a matriz histórica e cultural de Portugal. Escreve (traduz) o jornalista que "as autoridades do hospital, citadas pela BBC, consideraram Jacintha Saldanha - de ascendência indiana, mãe de dois filhos" (...). De ascendência Indiana? É óbvio que o apelido Saldanha é de origem Portuguesa. Talvez o jornalista responsável pela peça nunca tenha ouvido falar no Império Ultramarino Português e os filhos deixados no sub-continente Indiano. Pode ser que assim não seja, mas a enfermeira de nome Jacinta Saldanha parece ter relação com um ou outro Saldanha. Em suma, em jeito de leitor irritado pela falta de brio do alegado jornalista, qualquer que seja a matéria a noticiar, existe sempre a possibilidade de acrescentar mais uma dimensão aos factos apresentados. O "profissional" que "não assina" a versão Portuguesa revela falta de brio ou ignorância em relação à própria história do seu país.
(publicado em primeira mão no blog Caleidoscópio no mesmíssimo formato!)
John Wolf 6 Dez 12
Os homens não se medem aos palmos. E os países também não. Contudo, parece-me escandaloso que Portugal tenha vivido com o peso de 4259 freguesias. Já viram bem a dimensão do território nacional? Significa que a cada trezentos metros encontramos um Presidente da Junta e mais uma oportunidade para desviar alcatrão para a estrada batida do primo. Se as contas nacionais estão a ser auditadas e as responsabilidades "alegadamente" apuradas, então somos obrigados a pensar nos dinheiros que foram transferidos a passo de dança para os ranchos folclóricos, para as associações recreativas, para o campo de futebol do clube de iniciados. Sei do que falo - vivi nesse Portugal interior -, e conheço os personagens da terra e do marasmo. Acho muito bem que se desbastem freguesias, e não apenas no seu sentido administrativo e político, mas também na sua própria noção, literal, etimológica se quisermos. A designação "Junta de Freguesia" soa a levantar de armas, a Constituição de Abril, a reinvindicação adiada pelo regime político anterior e posta em liberdade como um animal selvagem. O poder local também foi desviado dos seus intentos, para se transformar em poder individual, discricionário, sem crédito - sem cartões. Se Portugal deseja avançar, terá de rever alguns conceitos operativos. Fregueses? Em que sentido? Na orientação paroquial do padre da aldeia? No sentido das feiras e mercados quinzenais? Junta? De que modo? Nas assembleias divididas por mesquinhezas partidárias, réplica de piores exemplos vindos de cima a caminho do fundo, da falência. E já sabemos o que nos espera. Discussões ferverosas entre populares e impopulares porque alguém ousou mexer no marco de delimitação - antigos desaguisados de vizinhos, lavradores ou nem por isso. As fronteiras que retratam Portugal são fracturantes sem serem teutónicas. Quatro mil duzentas e cinquenta e nove freguesias.
John Wolf 25 Nov 12
Não é possível viver acima ou abaixo das possibilidades. Vivemos na possibilidade. Operamos dentro do possível. As consequências do "efectivo" é que estão acima ou abaixo da nossa estatura. Se fazemos o que fazemos, é porque é possível. As consequências da possibilidade é que podem ser positivas ou negativas. E é impossível negar essa parte inconveniente. Chamem-lhe ressaca, nível de água, dívida ou o que entenderem.
John Wolf 23 Nov 12
Segue o link para o conto "Amolador" que integra o livro "A Reforma do Palhaço e Sete Contos" (edições Cosmos, 2011)
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.