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O Ouriço

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O debate blogosférico no seu melhor

Faust Von Goethe 29 Mai 12

Tenho de admitir que sou um admirador confesso de Jack Soifer, em especial da sua capacidade invulgar para se auto-elogiar nas seus posts/artigos de opinião, "fugindo com o rabo à seringa" a perguntas concretas-o que realmente interessa.

 

Gosto ainda mais quando ele, ao invés de disponibilizar informações mais detalhadas-como o fazem economistas da nossa praça em blogs como o The Portuguese Economy-faz uso de um jargão de economia sem dar uma ideia geral dos termos que utiliza, não inclui qualquer referência bibliográfica que ateste os dados que revela, nem indica as fontes de onde recolheu os dados (p.e. AMECO,INE,EuroStat,IGCP, ...), já para não falar que manda os leitores-mandou-me a mim e provavelmente uns outros tantos- irem ler os seus livros.

 

Agora pergunto-me eu:

Para quê ir a correr comprar os livros de Jack Soifer quando se pode ler "quase" de borla economistas reputados como Paul De Grawe, Paul Krugman, Kenneth Rogoff, Nouriel Roubini, Robert Schiller, Peter Schiff, os portuguesíssimos Pedro Pita Barros,Ricardo Reis que escrevem semanalmente no suplemento Dinheiro Vivo do JN e pontualmente no blogue colectivo The Portuguese Economy, o deputado social-democrata Miguel Frasquilho que assina mensalmente uma coluna de opinião no Jornal de Negócios, ou até mesmo os reports de tecnocratas como Vítor Gaspar ou Mario Draghi et all que se podem "sacar" à borla a partir do servidor Social Science Research Network?

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Euro=(N)Euro+(G)Euro. Será que funciona?

Faust Von Goethe 22 Mai 12

 

Na sequência de posts de Luís Menezes Leitão em Delito de Opinião e de John Wolf aqui n'Ouriço, recordo algumas entradas que escrevi à poucas semanas atrás [também sobre este assunto]:

Para um melhor enquadramento com a temática, artigos de opinião como os de Hans-Werner Sinn (que defende uma sabática do euro para países como Portugal e Grécia) e de Kenneth Rogoff (que advogou a necessidade de uma maior integração europeia) publicados em Project Syndicate são de leitura obrigatória.
Boas leituras!

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Capitalismo Coronário

Faust Von Goethe 12 Abr 12

Ao que parece, Pedro Santos Guerreiro-director do Jornal de Negócios- leu o meu post da última madrugada, onde citei um artigo de Kenneth Rogoff e disponibilizou no site do jornal, a tradução na íntegra do artigo de Kenneth Rogoff entitulado Capitalismo Coronário, o qual tomei a liberdade de copiar na íntegra mais abaixo.

 

Tal como já mencionei ontem, este artigo de Kenneth Rogoff é de leitura obrigatória, pois permite-nos entender o possível alcance da medida de Assunção Cristas assim como instruirmo-nos de argumentos válidos para refutar aspectos inerentes à medida anunciada.

 

Boas leituras.

A ampla e sistemática falha de regulação é o elefante na sala quando se trata de reformar o capitalismo ocidental de hoje. Sim, muito se tem dito sobre a insalubre dinâmica política-regulatória-financeira que levou ao ataque cardíaco da economia global em 2008 (iniciando o que Carmen Reinhart e eu chamamos "A Segunda Grande Contracção"). Mas o problema é exclusivo do sector financeiro, ou denota uma falha mais profunda do capitalismo ocidental?

Considere-se a indústria alimentar, particularmente a sua influência, por vezes maligna, na nutrição e saúde. As taxas de obesidade estão a subir em todo o mundo, porém, entre os grandes países, talvez o problema seja mais grave nos Estados Unidos. De acordo com o Centro para a Prevenção e Controlo de Doenças dos Estados Unidos, cerca de um terço dos adultos norte-americanos é obeso (indicado por um índice de massa corporal acima de 30). Ainda mais chocante, mais de um sexto das crianças e adolescentes é obeso, uma taxa que triplicou desde 1980. (Transparência total: a minha esposa produz um programa para a televisão e para a Internet, chamado kickinkitchen.tv, que visa combater a obesidade infantil).

Obviamente, os problemas da indústria alimentar têm sido vigorosamente destacados por especialistas em nutrição e saúde, incluindo Michael Pollan e David Katz, e certamente por muitos economistas também. E há muitos outros exemplos, dentro de uma grande variedade de bens e serviços, onde se poderia encontrar problemas semelhantes. Aqui, porém, quero focar-me na ligação da indústria alimentar com problemas mais amplos do capitalismo contemporâneo (que certamente facilitaram a explosão da obesidade em todo o mundo), e no porquê do sistema político dos Estados Unidos ter dedicado muito pouca atenção ao assunto (embora a primeira-dama Michelle Obama tenha feito um esforço importante de sensibilização).

A obesidade afecta a esperança de vida de diversas formas, que vão da doença cardiovascular até alguns tipos de cancro. Além disso, a obesidade – nas manifestações mórbidas – pode afectar a qualidade de vida. Os custos são suportados não só pelo indivíduo, mas também pela sociedade – de forma directa através do sistema de saúde, e de forma indirecta, através da perda de produtividade, por exemplo, e dos custos de transporte mais elevados (mais combustível gasto nos aviões, assentos maiores, etc.).

Mas a epidemia da obesidade dificilmente se parece com um assassino de crescimento. Produtos alimentares altamente processados, baseados no milho, e com muitos aditivos químicos, são bem conhecidos por serem um dos maiores indutores do ganho de peso mas, de uma perspectiva convencional de contabilidade de crescimento, são uma grande coisa. Os grandes agricultores são pagos para cultivar o milho (muitas vezes subsidiados pelo governo), e os processadores de alimentos são pagos para adicionar toneladas de químicos que resultam em produtos criadores de hábitos – e por isso, irresistíveis. Paralelamente, os cientistas são pagos para encontrar a mistura certa de sal, açúcar e produtos químicos para tornar a comida instantânea viciante ao máximo; os publicitários são pagos para vendê-la; e no fim, a indústria dos cuidados de saúde faz uma fortuna a tratar das doenças que, inevitavelmente, resultam de tudo isto.

O capitalismo coronário é fantástico para o mercado accionista, que inclui empresas de todos esses sectores. Alimentos altamente processados também são bons para a criação de emprego, incluindo nas áreas da pesquisa, publicidade e saúde.

Assim sendo, quem é que se pode queixar? Certamente não os políticos, que são reeleitos quando o emprego é abundante e os preços das acções estão em alta – e recebem doações de todas as empresas que participam na produção de alimentos processados. De facto, nos Estados Unidos, os políticos que ousam falar nas implicações dos alimentos processados na saúde, ambiente e sustentabilidade, em muitos casos, vêem-se privados de fundos para a campanha.

É verdade que as forças do mercado têm estimulado a inovação, que tem baixado continuamente o preço dos alimentos processados, mesmo que o preço das boas e velhas frutas e vegetais tenha subido. Este é um ponto justo, mas denuncia a enorme falha do mercado aqui.

Os consumidores recebem muito pouca informação nas escolas, bibliotecas ou campanhas de saúde; em vez disso, são bombardeados com desinformação através da publicidade. As condições para as crianças são particularmente alarmantes. Com poucos recursos para ter uma televisão pública de qualidade, na maioria dos países as crianças são cooptadas por canais pagos pela publicidade, incluindo da indústria alimentar.

Além da desinformação, os produtores têm poucos incentivos para internalizar os custos dos danos ambientais que causam. Da mesma forma, os consumidores têm poucos incentivos para internalizar os custos médicos das suas escolhas alimentares.

Se os nossos únicos problemas fossem a indústria alimentar causar ataques cardíacos, e a indústria financeira provocar o seu equivalente económico, isso já seria mau o suficiente. Mas a patológica dinâmica regulatória-política-financeira que caracteriza essas indústrias é muito mais ampla. Precisamos de desenvolver instituições novas e muito melhores para proteger os interesses de longo prazo da sociedade.

Claro que o equilíbrio entre a soberania do consumidor e o paternalismo é sempre delicado. Mas, certamente, podíamos começar a atingir um equilíbrio mais saudável do que aquele que temos, dando ao público mais e melhor informação através de uma variedade de plataformas, para que pudessem começar a fazer escolhas políticas e de consumo mais conscientes.

Kenneth Rogoff é professor de Economia e Políticas Públicas na Universidade de Harvard, e foi economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI). 

 © Project Syndicate, 2012.


www.project-syndicate.org


Tradução: Rita Faria

 

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Contra os cidadãos, taxar, taxar e taxar

Faust Von Goethe 11 Abr 12

De acordo com a proposta de decreto-lei, a que o Diário Económico teve acesso, será "devido o pagamento, pelos estabelecimentos de comércio alimentar de produtos de origem animal e vegetal, frescos ou congelados, transformados ou crus, a granel ou pré-embalados, de uma taxa anual" - denominada Taxa de Saúde e Segurança Alimentar Mais. A proposta é da autoria do Ministério da Agricultura e das Finanças, mas nenhum destes organismos esclareceram se a nova taxa se vai aplicar também a restaurantes.

 

Por um lado, admiro a habilidade de Cristas [e do governo em geral] para substituir a ASAE por algo bem mais eficiente ao nível da tributação. Com esta medida, há encaixe garantido.

 

Por outro lado, pode ser uma medida interessante e que vai ao encontro do que Kenneth Rogoff, ex-economista chefe do FMI, escreveu há meses atrás em Project Syndicate.

 

Para bem do consumidor, seria fundamental que esta também se aplique a fast food e a cadeias que importam as matérias primas fora de Portugal.

 

Adenda: A cadeia de restaurantes Mc Donalds em Portugal importa os hambúrgueres e as batatas fritas que consumimos directamente de Espanha.

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Separados à Nascença VII

Faust Von Goethe 8 Mar 12

De acordo com esta descoberta na semana passada, tudo me leva a crer que José Sócrates, George Clooney e Paul Krugman são tri-gémeos e foram separados à nascença. O João Galamba, Krugman de bancada do blog Jugular, vai gostar de saber disto ... ou não!

 

Por outro lado, Camilo Lourenço defensor acéfalo deste governo, que até escreveu que os de esquerda deveriam ouvir Krugman, gostou de certeza desta manchete.

 

 

Adenda: Nem esquerda nem direita devem levar Paul Krugman à letra. Provavelmente, tomar em linha de conta as opiniões de economistas como Kenneth Rogoff, Hans-Werner Sinn ou até mesmo Ricardo Reis, bem como voltar a pegar nos livros (antigos) de Ludwig Von Mises-como John Wolf já me sugeriu- deve ser uma melhor ideia.

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Ironias à Krugman IX

Faust Von Goethe 29 Fev 12

Em Agosto 2011, semanas após os Estados Unidos terem evitado entrar em default, Paul Krugman em comentário à CNN defendeu que a melhor forma de resolver a crise mundial passaria pelo anúncio de uma invasão do planeta terra por aliens:
O raciocínio apresentado por Krugman não deixa de ser curioso, pois se fizermos uma associação com os gastos do governo americano durante a 2ª Guerra Mundial, facilmente perceberemos que foi a hiperinflação induzida com a entrada na 2ª Grande Guerra (i.e. uma política expansionista com a finalidade de produzir material bélico)  que permitiu tirar a economia americana da recessão.
Por Portugal foi mais a hiperdeflacção-resumindo, as barras de ouro dos nazi's-que nos permitiu regressar aos mercados anos após a bancarrota de 1892. 
O que teria acontecido às nossas barras de ouro se os Estados Unidos tivessem perdido a guerra?

 

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Em sintonia com Kenneth Rogoff

Faust Von Goethe 5 Fev 12

 

Descobri recentemente ao ler o artigo Rethinking the Growth Imperative de Keneth Rogoff que não me enganei muito quando afirmei há dias atrás no post Krugman's de Bancada. que era impossível economias como as periféricas resolverem os seus problemas com o pagamento da dívida numa economia como a da zona euro. Ora vejamos:

 

 Keneth Rogoff defendeu o seguinte no artigo Rethinking the Growth Imperative:

 

"

There is a certain absurdity to the obsession with maximizing long-term average income growth in perpetuity, to the neglect of other risks and considerations. Consider a simple thought experiment. Imagine that per capita national income (or some broader measure of welfare) is set to rise by 1% per year over the next couple of centuries. This is roughly the trend per capita growth rate in the advanced world in recent years. With annual income growth of 1%, a generation born 70 years from now will enjoy roughly double today’s average income. Over two centuries, income will grow eight-fold.

Now suppose that we lived in a much faster-growing economy, with per capitaincome rising at 2% annually. In that case, per capita income would double after only 35 years, and an eight-fold increase would take only a century.

Finally, ask yourself how much you really care if it takes 100, 200, or even 1,000 years for welfare to increase eight-fold. Wouldn’t it make more sense to worry about the long-term sustainability and durability of global growth? Wouldn’t it make more sense to worry whether conflict or global warming might produce a catastrophe that derails society for centuries or more?

"

 

 Eu no post Krugman's de Bancada. defendi a seguinte ideia:

 

"

Com a entrada em vigor do tratado de Lisboa, deu-se livre arbítrio à circulação de capitais em deterimento de uma economia baseada na produção, o fluxo de capitais implicou que a economia fosse essencialmente baseada nos juros (taxativamente falando, economia baseada no aluguer de dinheiro), o que pressupõe que tem de haver um crescimento contínuo para contrabalançar.

Façamos então alguns cálculos simples para exemplificar a questão do crescimento: Se produzíssemos 100 e crescessemos a 10%, no segundo ano produziríamos 110. No quinto ano já produziríamos 146 e aumentávamos para 161; ao fim de oito anos duplicaríamos a produção e ao fim de um quarto de século produziríamos dez vezes mais. Ou seja, ao fim de um quarto de século aumentávamos num só ano mais do que aquilo que produzimos agora, ou seja, teríamos um crescimento exponencial.
A este ritmo, mesmo reduzindo o crescimento em metade, imagino que todos os países europeus se teriam de transformar-se em China's : Países com excesso de lixo e intoxicados de gases poluentes.  
"

 

Para quem ler o meu raciocínio e comparar com o raciocínio de Rogoff, conclui que o crescimento exponencial não é um modelo realista pois pressupõe que os recursos disponíveis para crescer são ilimitados. Basta por exemplo pensarmos numa economia cujo crescimento económico se baseia essencialmente em exportações: Nada nos garante que este crescimento destas se mantenha contínuo em época de recessão.

Confrontando o meu raciocínio com o de Rogoff, provavelmente a solução para países como os Estados Unidos e os PIIGS passe por controlar a inflacção das taxas de juro de tal modo que um crescimento económico baseado no modelo logístico seja o suficiente para contrabalançar como o demonstra a figura abaixo para o caso modelo de crescimento populacional em biologia.

 

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