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Blogosfera que Pica
Faust Von Goethe 9 Mai 12
Depois da crítica a Boaventura Sousa Santos pela sua entrevista ao Jornal i, Camilo Lourenço volta a apontar baterias ao [Dr.] Soares, também pela sua entrevista ao Jornal i.
Sobre esta crónica, tenho apenas duas observações a fazer:
Mendo Henriques 8 Mai 12
A "polémica entrevista" de Mário Soares, aqui bem relatada pelo Nelson Faustino, é semelhante às manifestações de estudantes. Pode não ter razão nos razões que invoca mas tem-na nos males que denuncia. E o mal que o dr.Mário Soares denuncia é fundo e é grave: o estado português deixou dominar-se pelos mercados, areboque de outros mais poderosos. Verdade que vale para Durão Barroso, Santana Lopes, José Sócrates e este agora.... Fizeram-na bonita! A enorme preguiça intelectual dos governantes portugueses (só expeditos nas manobras politiqueiras do género ongoing) não os deixou perceber que o mundo mudou radicalmente com a globalização e a desregulação imposta pelos países mais poderosos, e estupidamente aceite pela União Europeia....
Os nossos governantes não perceberam que, há mais de uma década, o triunfo absoluto das ideias económicas inflexíveis de neo-conservadores como Friedrich von Hayek e de neo-liberais como Milton Friedman, e outros defensores da nova ordem mundial, como Francis Fukuyama, criaram um mercado global sem regulação. Um casino onde a China entrou por via da OMC. Esqueceram-se esses excelsos e obtusos defensores do mercado livre, que sem os contrapesos do poder democrático, não adianta ter as liberdades que a democracia oferece. Democracia e capitalismo não estão tão intimamente ligadas na teoria e na prática como se assume. A democracia tem uma série de princípios, alguns deles divergentes e outros compatíveis com os princípios fundamentais do capitalismo. Os que se deixaram deslumbrar com os booms do capitalismo, agora que lhe roam os busts. Como ensinou Lonergan, pensassem antes que o lucro também é dividendo social e fechassem o casino enquanto era tempo. Mas como diz Keynes, os estadistas nem sabem a que ideias de economistas já mortos, estão amarrados
Agora é tarde. Os choques são cada vez mais fortes entre governos democráticos e grandes empresas e mercados financeiros e os seus porta-vozes que são as agências de regulação. Agora o jogo tornou-se brutal, "hunger games" em que os suicidas começam a fazer uma fila tão grande quanto a das empresas falidas, na Grécia, Espanha, Itália e em Portugal, numa casa perto de si.
Faust Von Goethe 8 Mai 12
... deveria ler-se as entrevistas na íntegra, não se limitando os comentários ao conteúdo que vem nas capas dos jornais. Destaco apenas as últimas respostas da "polémica entrevista" de Mário Soares, sublinhando aspectos que merecem uma séria reflexão:
(...)
O sr. dr. interpretou essa expressão como um sinal de pré-ruptura…
Sim, sim. O PS sentiu-se durante um tempo obrigado – e bem, porque foi Sócrates que assinou o primeiro acordo – a cumprir. Mas agora que já está toda a gente a falar noutra linguagem, porque é que o Partido Socialista deve continuar a ser fiel a esse acordo?
O sr. dr. está a dizer que o PS já não tem que se sentir obrigado a ser fiel ao acordo da troika?
Exactamente. Tudo evoluiu: o acordo da troika, a troika e o país.
Portanto, o correcto é agora o PS dizer “já não nos sentimos identificados com o acordo da troika”…
Foi o que já disseram. “Sigam o seu caminho” – foi o que disse Seguro e eu concordei com essa expressão.
Isso significa ruptura, significa que o acordo da troika pode ir ao ar?
Pode ir ao ar. Senão for pelo PS, poderá ser pela própria troika que vai ao ar.
A troika pode, ela própria, implodir?
Claro que sim. A troika entrou aqui como se Portugal fosse um protectorado. Mas não é! Isso foi um erro terrível. O primeiro-ministro, com a sua mentalidade neoliberal, disse que era preciso ir além da troika, e isso não faz nenhum sentido, no meu entender. E cada vez faz menos, à medida que a receita se vai desfazendo.
O sr. dr. acha mesmo que a troika está a desfazer-se por causa da guerra entre o FMI e o Banco Central Europeu?
Sim, e por causa das situações que atravessam o resto da Europa.
O caminho certo para o PS e para o socialismo europeu é cortar com o programa da troika?
Acho que esse é o caminho. A austeridade tal como a definem não tem sentido. Pode haver uma certa austeridade, sim, mas devia começar no governo. A austeridade deveria começar no governo e não nas pessoas e, sobretudo, não nos pobres e nos desempregados.
Mas nós estamos obrigados a cumprir o programa da troika…
Essa obrigação foi assumida há um ano. Mas chegou ao fim. A austeridade tem limites. Aliás, até já o Presidente da República o disse.
E assim terminou a entrevista!
John Wolf 8 Mai 12
O super Mário, herói cor de rosa da democracia Portuguesa, paladino da conveniência partidária, inventor dos direitos, liberdades e garantias, parece ter perdido o juízo, o sentido de Estado e o mais elementar sentido de responsabilidade. As mais recentes declarações sobre a obrigação de romper o acordo com a Troika revelam a sua verdadeira natureza facciosa. Enquanto Sócrates foi o subscritor do memorando e respectivo acordo de submissão de Portugal, nada foi declamado de modo altivo a esse respeito e agora, à meia-volta, sem reflectir sobre as consequências das palavras e dos actos, vai passando recados que em nada servem o interesse nacional. O senhor que também se encontra na origem da problemática nacional, não pode querer fazer parte da solução. Há ainda outras lebres que não foram resolvidas. E quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras. Proponho que se começem a auditar as fortunas de ex-políticos, as ligações estabelecidas enquanto no poder e consolidadas após o cair do pano dos mandatos. Vamos lá a contas. Antes do senhor opinar sobre os dinheiros dos outros, talvez fosse boa ideia demonstrar na praça pública onde começa e onde acaba o espólio, os despojos de guerra e paz. Vamos lá fazer isto à maneira Americana. Qual o valor da sua fortuna? Quais os seus rendimentos? Depois conversamos sobre o resto. Sim, estou muito irritado com o Chavez...perdão, o Soares.
John Wolf 24 Abr 12
Sobre a recusa do ex-presidente Soares em participar nas comemorações do 25 de Abril tenho a dizer o seguinte: Faz muito bem. Se se sente enojado com o estado a que chegou o país deve permanecer longe da vista do público, porque também tem respostas a dar nesse longo questionário que serve para apurar as responsabilidades pelo descalabro nacional.
Faust Von Goethe 24 Abr 12
Concordo em parte com o que Maria Teixeira Alves, Rui Crull Tabosa e José Mendonça da Cruz escreveram em Corta-Fitas. No entanto, a sua posição, assim como a da associação 25 de Abril parece-me coerente, pois:
John Wolf 10 Mar 12
Era uma vez uma tasca. Era uma vez a tasca do Aníbal. Era uma vez a tasca do Zé. Era uma vez a tasca do Mário. Era uma vez. Foi uma vez. Era uma vez a tasca do Anibal, do Zé e do Mário. A tasca foi-se, faliu e fechou as portas. O Aníbal culpou o compadre Zé. O Zé culpou o compadre Aníbal. E assim andaram até alguém se lembrar de culpar o Mário. O Mário não foi pelos ajustes e resolveu bater numa mulher. Culpou a outra senhora. Era uma vez uma tasca...
Faust Von Goethe 18 Fev 12
Mas afinal quem teria hoje razão? Sócrates ou Soares?Eu diria que nenhum deles!
Ernâni Lopes é que tinha toda a razão!
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