Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]

O Ouriço

MENU
Estas linhas são a história do meu 25A de 40 anos atrás.

Um telefonema, cedo de Lisboa pôs-me ao corrente do que ninguém ainda sabia em Bula, pequena vila a 50 km a norte de Bissau sede do Batalhão de Cavalaria 8320.

Eu comandava a 2ª companhia (por ausência do capitão transferido para uma companhia africana) que estava em intervenção, depois de meses de ocupação da região de Nhamate, 20 Km a leste de Bula. (quando em 2006 visitei esta, região no âmbito de uma missão do Banco Mundial, onde fora o meu quartel sede da companhia, a selva tinha imposto a Paz. Apenas a peanha e o pau da bandeira restavam ainda numa pequena clareira como memória de tempos que muitos querem esquecer, mas a memória e história não deixa; do cimento dos tijolos e das chapas restavam sinais luxuriantes escondidos pela natureza).

Este ano fui com o meu filho André e os meus netos ao Terreiro do Paço na noite de 24 assistir ao espectáculo de som e luz que Lisboa ofereceu aos seus munícipes e visitantes.

O meu neto José Maria, 12 anos, não largou mais a boina que lhe trouxe de recordação desse passado de mais de 40 anos, que teimo em não esquecer.

O André já era nascido em 1974 "tenho pensado muito no André, para ele todas as hipóteses são de um Portugal melhor. Pela primeira vez tive a noção correta de que me poderia bater por uma coisa que o beneficiaria, principalmente a ele…." e, como acredito que se passa na esmagadora maioria das famílias portuguesas, ignora quase tudo sobre a guerra de África. Saberá sobre colonialismo, saberá sobre o Estado Novo, mas sobre nós que em Abril de 1974 ainda lá estávamos pesa um silêncio de que somos responsáveis.

Ainda este ano, estafadas as noticias e as polémicas que ano após ano se adivinham nesta data, com discursos mais ameaçadores ou eloquentes, mas nem a curiosidade jornalística chega para procurar informação sobre o que foram esses dias de promessa, confusão e informação para os que estavam a milhares de kms de Portugal.

Há muito que se começa a saber sobre os que tinham decidido viver lá e tiveram de voltar depois, mas os que só queriam voltar, o mais depressa possível, pouco ou nada se sabe.

"Foi vivido o dia 1 da revolução. Para mim que vagueei entre o mito e o sonho, entre os fatos e as hipóteses, foi um dia de cansaço mental e de certa desilusão….. estavamos só alferes (milicianos) e houve logo quem dissesse que vamos todos a Bissau e eu disse que bastava uma declaração de adesão. Depois do almoço tornei a insistir e afirmei que chegou o momento de ser coerente comigo mesmo e de passar das palavras aos atos; tudo o que queria saber era se tinha representatividade deles para pedir ao comandante para mandar o telegrama; que achava imperioso que se fizesse uma reunião de informação com os soldado,s pois eles não estavam a perceber nada e que toda a manhã me tinham feito perguntas do género 'agora que são os militares que mandam nós somos mais que os civis' ou 'agora vamos embora mais depressa'…"

São intermináveis as linhas que escrevi a 25, 26, 27 de Abril e por aí fora até 25 de Maio, dia em que voltei para Lisboa.

Quarenta anos depois na noite ainda fria de Lisboa no meio de uma multidão – quantos seriam apenas turistas – multilinguistica, um espectáculo tecnologicamente impossível de sonhar em 1974 aqueceu as almas com as recordações de sempre.

Agarrado à minha boina militar, o meu neto Zé Maria nem podia imaginar que as emoções que a música e a imagem nos faziam sentir, eram muito mais importantes que os factos históricos que eu e o André íamos sublinhando.

E no Domingo lá fomos à Assembleia da Republica para que os meus netos José Maria e António Maria, por momentos discursassem na sala das sessões e na sala do senado, como se falar livremente e dizer o que pensamos fosse a mais simples e mais natural das coisas.

Autoria e outros dados (tags, etc)

As eleições passaram e no coro dois comentários tanto o Presidente da República como a Presidente da Assembleia da República sublinharam a necessidade de rever a lei que regula a informação em período eleitoral.


Mas passadas as águas eleitorais já os analistas e cronistas reclamam uma revisão da lei eleitoral de 1975 esquecendo a tempestade da informação.

 

As entidades associativas representantes dos media preparam-se para na Assembleia da República demonstrar que a lei tem mesmo que ser alterada; radicalmente.

 

Estamos perante uma lei eleitoral desajustada e caduca. É preciso agora que os representantes dos media sejam capazes de explicar ao Parlamento o que é preciso fazer.

 

Se nas eleições autárquicas a inexistência de debates foi disfarçada pelo cumprimento normativo por rádios locais e jornais regionais (e que bom seria ver as médias de abstenção nos municípios onde houve debates e informação mesmo de esquadro e régua e compará-la com a abstenção naqueles municípios onde, por falta de rádios ou jornais ou por oposição à lei - mais ou menos esclarecida - nada foi dito aos eleitores para além dos comícios das arruadas e da propaganda eleitoral) as próximas eleições europeias, quer pela natureza da votação de um só círculo nacional, quer pela especialidade da informação em debate, a Europa, e logo a seguir (não estou a prever, estou a lembrar que 2015 é ano de eleições) as legislativas ambas num período em que quer para a Europa quer para Portugal a informação será elemento fundamental para ajudar os cidadãos a escolher, dificilmente poderão ser verdadeiramente democráticas e representativas se os media não cumprirem a sua parte no xadrez dos eleitores: informar.

 

Este é provavelmente o grande desafio que não pode adormecer no Parlamento; e é mesmo um desafio porque já ouvi e já li que para mexer nesta lei de 1975 é preciso mexer em todo o enquadramento eleitoral; e é também isso que tenho visto surgir na opinião pública, depois dos avisos do primeiro e da segunda mais altos magistrados da nação.

 

Os media têm de ser claros, o que se procura é dar o lugar a informação jornalística numa sociedade civil tecnologicamente em convergência e em que a escolha e a autonomia do jornalista e das redacções é intocável.

 

O que é preciso é separar a informação da propaganda e mesmo assim reconhecer que na sociedade das redes e da digitalização é quase impossivel a descriminação informativa, a não ser por azelhisse própria.

 

É preciso ter presente que as audiências segmentadas e dispersas não são reunidas nem normalizadas pelos efeitos globais de cobertura dos grandes media, como até ao início da década de noventa do século passado.

 

Com o pouco tempo que resta até às próximas eleições – no máximo 6 meses – arrisco-me a propor um caminho exequível:

1.Revogar a lei de 1975;
2.Preparar uma lei exclusivamente sobre a propaganda eleitoral;
3.Remeter para a autorregulação ou eventualmente a corregulação, o desiderato do equilíbrio informativo com recurso conjunto para a CNE e a ERC cada uma nas suas competências, obrigadas a durante a campanha eleitoral criar um corpo conjunto para atendimento das queixas sobre o mau funcionamento da auto ou corregulação.


 

Só assim teremos tempo e sobretudo eficácia e defenderemos os princípios constitucionais do direito à informação dos cidadãos e do dever de informar dos media.

 

Só assim Portugal se renovará, modernizando-se.

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

Uma imagem vale mil palavras???

João Palmeiro 23 Mai 13

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Hà 15 dias, dois diários portugueses noticiaram uma perseguição policial, depois de um assalto que tinha originado dois feridos e com as diferencas próprias dos seus estatutos editoriais os factos batiam certos, mas... numa mais atenta análise, as noticias que em ambos os casos ocupavam pouco mais de meia página, AS FOTOGRAFIAS NÃO! (pode o leitor passar pela experiência nas fotos em anexo, e tentar um quiz em que, comigo, em cinco participantes só um deu pela diferença). Olhe então bem (como no velhinho "sê bom observador" do saudoso Diário Popular) e repare que, entre o texto e a imagem, só o enquadramento de um acidente ferroviário é igual, tudo o resto é diferente, o local, a viatura acidentada e o comboio (uma automotora nos dois casos é verdade) são muito diferentes. Não fora eu um “train spoter” e um treinado leitor de jornais, não teria reparado na diferença, mas um comboio é azul e o outro verde!!! E num caso a carrinha está virada e no outro esmagada!!!! Tenho perguntado a mim próprio (e a alguns colegas administradores de jornais) se aquelas fotos publicadas deveriam ser mera ilustração ou se faziam parte integrante da notícia e da credibilidade da informação. Parece evidente que, num dos jornais se trata de uma foto tirada no local do acidente e, no outro, de uma imagem de arquivo; assinada num caso e no outro não; e, por isso ponho à reflexão dos meus leitores saber o que esperam da imagem e portanto avaliar a promessa do editor. 1. Neste mundo digital a imagem assume, ou a importância de nos trazer à realidade ou a oportunidade de nos dar uma explicação - seja concreta ou criada. 2. Por isso o Estatuto Editorial de uma publicação é cada vez mais importante, pois é aí que o editor e os jornalistas desse suporte de informação profissional têm de prometer aos leitores como resolver situações em que a fotografia é essencial para a compreensão da notícia; neste caso, uma das redações esqueceu-se de indicar que a foto era de arquivo, a não ser que... 3. Um leitor (bem intencionado e train spoter como eu) tenha mandado uma foto de outro acidente, enfatizando assim a sua participação na feitura da notícia... 4. Depois de ter andado às voltas com esta questão, decidi pôr de parte o meu espírito observador de comboios e eleger a questão da assinatura da foto como a central, quer enquanto provedor quer, e por isso a mais importante para o leitor, quer enquanto defensor de modelos de autoregulação dos conteúdos jornalísticos. 5. A assinatura de uma fotografia, obrigatória, está prevista em qualquer estatuto editorial, contrato de trabalho de um fotojornalista e no Estatuto do Jornalista em Portugal. Não é por isso indiferente ou um mero preciosismo. Não indicar a pertença da fotografia (a sua autoria) é uma falha face ao direito de autor, face aos estatutos legais e face à confiança prometida e reciprocamente pedida ao leitor (quando refere o facto e compra a publicação). 6. Assim no caso que vimos analisando, a principal questão para a Provedoria é a questão da assinatura da fotografia (indicação de créditos), que no caso vertente poderá traduzir-se apenas na discussâo sobre que tipo de assinatura deve ser feita quando utilizamos uma fotografia sem referência de autoria, quer face ao direito de autor (a questão das obras orfãs) quer quanto à necessidade da identificação do seu conteúdo editorial. E esta questão está principalmente relacionada com o papel da edição responsável e da participação de contributos dos leitores (ou cidadãos repórteres). Quem é o responsável por esta situação contraditória em que o mesmo acidente, com impacto numa notícia do tipo caso de polícia, é retratado por duas imagens diferentes, embora com elementos gráficos semelhantes mas em que alguns não correspondem à realidade daquele acidente, e, qual é a importância dos elementos que constituem a realidade no acto jornalístico, neste caso em que a matéria central da notícia não é o acidente ferroviário mas um caso de policia, amplamente descrito, em que o acidente ferroviário condiciona o desfecho mas não é nuclear aos factos descritos, um assalto a uma bomba de gasolina! A resposta a esta questão é fundamental numa época em que a concorrência da informação determina a importância dos conteúdos e em que a participação de cidadãos reportéres parece ser um elemento decisivo para a dianteira dessa competição, cada vez mais alicerçada na informação de proximidade. A não ser que seja apenas uma questão de preguiça e de incompetência na gestão e na busca de arquivos e bases de dados nesta época em que a comunicação de dados (na fotografia) é mais importante do que a comunicação social (factos e informações de relevância social).

Autoria e outros dados (tags, etc)

Recordo-me que o “I” de 5 de Outubro publicou numa página interior do lado par, uma notícia sobre uma Conferência de um livro um antigo Batonário da Ordem dos Advogados (OA) que referiu que a instabilidade da justiça se deveria, em grande medida, a sua mediatização.

O ritmo da produção informativa dos media não se adequa às disponibilidades de comunicação da justiça, leia-se dos tribunais. “O tempo da justiça não é compaginável com o tempo dos media”, disse Júlio de Casto Caldas.

 

Não tive oportunidade de ler a totalidade da intervenção do antigo Bastonário da AO no lançamento de um livro na Procuradoria-Geral da República e não é meu objetivo polemizar a questão, até porque no essencial estou de acordo com o enunciado (a que já me referi outras vezes nestas crónicas).

 

Aliás e curiosamente na mesma edição do jornal “I” (5 de outubro de 2012) Saragoça de Malta assinou um artigo de opinião sobre o “tempo da justiça”, mas na perspectiva da economia e dos seus impactos na administração da justiça, que sendo um aspeto muito importante e actual, não é o objecto destas linhas, mas não posso deixar de chamar a atenção dos meus leitores para esta visão publicada na página 14 do jornal.

 

A justiça é uma fonte primária de informação noticiosa e com o desenvolvimetno da sociedade tomou um lugar cimeiro na vida dos cidadãos, quer como garantia dos direitos e liberdades, quer como fórum da resolução de litígios cada vez mais presentes na vida do dia-a-dia, sempre competitivos e a necessitar de mais eficaz protecção, por exemplo, dos direitos de propriedade inteletual.

 

Por razões historicamente explicáveis a arbitragem e outras formas de auto e corregulação ainda não adquiriram entre nós a importância e a confiança já atingidas nos países nórdicos e anglosaxões.

 

Resta por isso aos cidadãos e às empresas o recurso aos tribunais.

 

Sendo a sociedade portuguesa tradicionalmente ordeira e pacífica, a excepcionalidade do recurso ao tribunal (por parte dos cidadãos) e os baixos níveis de criminalidade (quando comparados com outros países e regiões no mesmo patamar de desenvolvimento) tornam os casos litigiosos (civis e criminais) que se afastam da mediania, quer pelo impacto do crime ou da disputa, quer pela imprevisibilidade do próprio julgamento, palco fértil de excessos, de imprevistos e de reviravoltas em fontes de informação muito importantes seja para os cidadãos, seja para o cumprimento da missão de informar que os media assumem de forma cada vez mais alargada na sociedade de informação.

 

Parece assim que o problema não está nem nos tribunais, nem nos media per si. Cada sector tem um papel vital no sistema democrátivo que adotamos e que a globalização do mundo vem tornando no paradigma que biliões de seres humanos esperam.

 

A recente “primavera árabe” é só o último episódio desta senda.

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quem já teve a responsabilidade económica de um meio de comunicação privado conhece o pavor de perder a conta de alguma agência de publicidade. Lembro quando o Expresso divulgou grande o alegado envolvimento do BES no 'men-salão' da corrupção do Congresso do Brasil, como a perda daquela e de outras contas publicitárias obrigou o Expresso a cortar páginas e muitos outros custos.

  Antigamente havia centenas de agências com muitas con-tas, e o desagrado a uma empresa podia levar à perda de 5 a 8% da receita, o que afetava, mas não destruía um diário ou semanário.
A concentração fez com que surgisse a tendência das agências cortarem publicidade dos seus clientes, se um dos grandes não gostasse da edição.

Para evitar o desastre, no mundo inteiro a imprensa luta para ter muitos pequenos anúncios, mesmo que sejam baratos. O Correio da Manhã tem uma substancial parte da receita dos oito mil pequenos anúncios e uma independência do poder que as agências exercem.

Em muitos países, o mesmo grupo editorial pode ter um diário com publicidade de prostitutas, magos, viaturas(ás vezes roubadas), voltado para o sensacionalismo nas notícias e ainda ter um editorial muito corajoso a denunciar os lobbies, a banca e todo o establishment e ter um outro, tradicional , com alguma independência, onde o lucro do primeiro equilibra a eventual queda de faturação do segundo.

Neste momento em que falcatruas, desvios e todo o tipo de irregularidades que hà décadas assolam o sul da UE são denunciadas, interessa ao establishment passar uma ideia de moralismo e atacar estes anúncios e assim a independência de muitos editoriais. Este debate desvia a atenlção dos media e dos cidadãos dos temas vitais: a corrupção e a democracia. Nalguns países, estes lobbies conseguiram regulamentar as fotos, mas a liberdade de imprensa e de publicidade foi garantida, mantendo-se os textos. Não é preciso debater, é só copiar e atacar aquilo que é vital: a autocensura imposta pelas agências ao comercial da imprensa.

A forte guerra contra a imprensa regional foi perdida quando o porte dos CTT aos semanários foi elevado. Muitos pequenos e antigos semanários são agora quinzenais e a dependência da publicidade das autarquias aumentou de tal forma que é raro haver uma publicação quinzenal que não esteja ligado a um ou outro dos dois grandes partidos já dentro ou a lutar para presidir a câmara.

Quem ganha com tal regulamentação são os lobbies ligados aos que nos levaram a esta recessão, ao calar eventuais denúncias detalhadas. Quem perde como sempre são os que, a duras penas, lutam para sobreviver em profissões onde há cada vez mais concorrência. E perde como sempre, o cidadão com cada vez menos democracia real.

Autoria e outros dados (tags, etc)

 

Do Diretor do Setubalnarede, onde integro a equipa de provedoria do leitor, recebi a seguinte mensagem:

 

«Este assunto já foi tratado pela Provedoria, mas está a atingir níveis que

considero muito preocupantes.

 

Está cada vez mais generalizada a tendência de falarmos para empresas ou

instituições, prestarem-nos declarações e depois exigirem que coloquemos

"fonte oficial" em vez do nome da pessoa.

 

Não vejo justificação nenhuma para que isso aconteça, até porque, na minha

perspectiva as fontes não falam, mas são sim pessoas que falam pelas fontes.

 

A resposta que nos dão é que é política da empresa/instituição e que todos

os jornais estão a fazer assim.

 

O ponto 6 do Código Deontológico dos Jornalistas refere que "O jornalista

deve usar como critério fundamental a identificação das fontes" e que só em

casos excepcionais de justificará a violação deste princípio.

 

 

Este caso, a juntar ao facto de grande parte das fontes se recusar a falar

connosco, remetendo as explicações para comunicados de imprensa ou,

eventualmente, para declarações por escrito, estão a fazer do "Setúbal na

Rede" uma espécie rara no jornalismo português, pois têm-nos explicado que

estes são os procedimentos adoptados com todos jornais.

 

 

Estarei errado ao recusar estes procedimentos no "Setúbal na Rede"?»

 

 

Não me lembro se escrevi ja sobre isto no setubalnarede mas e em jeito de bilhete postal, que esta é uma questao fundamental e central, sobretudo no mundo das redes, mas ainda muito pouco pensada em modelo autonomo, e, sem outra profundidade de analise, o que tenho encontrado em doutrina mais recente é que existirão situações em que a referencia a um orgao de uma entidade - conselho de administração, gabinete de imprensa, secretariado.... - pode ser mais importante e suficiente do que um nome.

 

Esta questão insere se na discussão ainda em curso da protecção dos dados pessoais e acredito que chegaremos a uma definição de que a identificação da pessoa podera ser substituida pela identificação do orgao da entidade.

Em qualquer caso nunca e apenas «fonte oficial» nem a pedido dos proprios pq isso é igual a fonte anonima - sera apenas uma fonte anonima qualificada - e com a excepção do declarante ser uma figura publica cuja notoriedade é indispensavel para dar um sentido proprio ás declarações, e neste caso se nao for o proprio o adequado deveria ser «fulano de tal porta voz de sicrano de tal que é isto ou aquilo ou na qualidade disto ou daquilo».

 

Brevemente este tema vai obrigar a uma reflexao mais profunda dos media....

 

……Ainda que mais não fosse porque no fim deste ano, em Dezembro, as 193 nações membros da União Internacinal das Telecomunicações (UIT) vão reunir se no Dubai para uma vez mais discutir o modelo de gestão internacional da Internet.

Vão estar em confronto projetos que vão desde a criação de uma nova agencia no ambito da ONU (como a UIT) com poderes de efectiva regulação de conteudos e acessos, á manutenção do actual contrato com o ICANN (em Portugal FCT) e que diz respeito apenas a ordenção de nomes de utilizadores.

 

A conferencia da UIT esta em preparação há meses mas a documentação é rara e a dificuldade em se saber o que é que cada pais ou bloco de paises (como a UE) pensam é muito dificil.

A questão é que contrariamente as outras agencias das Nações Unidas as decisões sobre a Internet tem reflexo imediato sobre cidadãos comums e sobre as suas praticas ou habitos de comunicação tornando muito dificil separar o que são atentados a liberdade de expressão e informação, protegidas pelas convenções internacionais, o que é defesa dos direitos da personalidade (entre os quais os direitos de autor), ou dos cidadãos mais desprotegidos (crianças), ou de setores sociais em risco (trafico de seres humanos, racismo), tudo tambem protegido por convenções e tratados internacionais. Veja-se a confusão que o ACTA (acordo de luta contra a contrafação e a pirataria na internet) tem produzido desde o inicio deste ano.

 

È quase certo que a conferencia de Dezembro no Dubai abordará uma serie de questões sobre a segurança das redes nas areas politica, militar, economica, cultural, tecnica educacional, etc. propostos por grupos de paises alinhados com a China, ou de natureza  de genero e religioso propostas por paises alinhados com a Arabia Saudita.

 

Vladimir Putin, então primeiro ministro da Russia, no lançamento dos trabalhos preparatorios da conferencia da UIT pediu « o estabelecimento do controle da internet atraves da utilização das capacidades de monitorização e de supervisão da UIT», baseado na importancia da informação para «a democratização das relações internacionais e da necessidade de um controle global sobre as trocas de informação».

 

As posições mais relaxadas do mundo ocidental tem se baseado na impossibilidade tecnica de aplicar o modelo estatico de controle das telecominucações (transbordamento e distribuição de frequencias e os respectivos standards tecnicos) a um modelo dinamico como é o dos conteudos e acessos á internet e as redes, e pelo facto de as decisões da UIT não serem imperativas ou mandatorias mas apenas de caracter modelar.

 

Qual é a posição de Portugal nesta importante questão?

A Anacom (recem empossada é certo) e a ERC tem alguma visão ou posição sobre este assunto?

Não deveria a sociedade civil em Portugal ser estimulada para participar neste debate e não vir a fomentar, a ultima da hora, atitudes do genero dos ‘partidos piratas’?

 

Na semana passada reuniu seem Estocolmo o EuroDIG(dialogo europeu sobre o governo da internet)  que entre outras questões discutiu a territorialidade da jurisdição das leis sobre a internet e a sua eficacia nas queixas de cidadãos contra sites ou atividades baseadas num terceiro pais.

Será o ‘enforcemente extraterritorial’ (como pensado no Acta, no Sopa, no Pipa, no Hadopi etc, uma resposta eficaz para a internet sem fronteiras?

 

O que pensam, as autoridades portuguesas, Governo, Assembleia da Republica, Presidencia da Republica; a sociedade civil portuguesa sabe, pensou já alguma vez sobre estas questões ou esta a espera de ser empurrada e manipulada a ultima da hora.

 

È tempo do Portugal Digital (pelo menos liderando o debate) se mexer e por uma vez não deixar para um qualquer «25 de Abril» a defesa dos direitos e dos interesses dos cidadãos da cultura e da lingua portuguesa; sem esquecer a nossa posição estrategica e os nossos interesses economicos e comerciais.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

A caçada do rei de Espanha em África motivou hà um mês atrás um correr de tinta em jornais, revistas, rádios e televisões de Espanha e Portugal.

 

 

Lá porque se trata do chefe de Estado. Cá porque não temos Rei.

 

Fui apanhado neste turbilhão para declarações para o Diário de Noticias. Poucos sabem da minha atividade política enquanto apoiante de uma solução realista para a constituição portuguesa. Foi pois por indicação de um amigo que a Fernanda Câncio quis saber a minha visão sobre o pecado de João Carlos.

 

Parece me por isso ajustado voltar ao assunto nesta  minha coluna no Ouriço, porque a parte mais interessante da minha conversa com Fernanda Câncio não teve espaço no artigo que escreveu no Diário de Noticias de Domingo, 22 de Abril. Compreensivelmente pois foi uma análise das responsabilidades dos media e dos limites do publico e do privado. Foi uma tentativa de desenhar a linha que separa a mesma atitude se praticada por um qualquer cidadão da de uma figura pública, e, neste caso tentar saber quando se trata de “boas praticas” e de quando tem significado “politico”.

 

Infelizmente a minha conversa com a Fernanda Câncio foi interrompida pela A 24, estando eu nesses maravilhosos montes e vales vinhateiros do Douro por onde serpenteia a mais bela auto-estrada portuguesa, entre Lamego e Vila Real, a caminho de Paços de Ferreira para uma sessão comemorativa da Tribuna Pacense.

 

Ficamos por isso sem concluir como serpenteia essa linha que tantas dores de cabeça dá a jornalistas, Editores, relações públicas, advogados e juízes e que transforma um caso banal de um dia num caso de estado de uma vida.

 

Na verdade são os media que alargam ou estreitam esses canal de separação com o seu caudal de informação, noticioso primeiro, opinativo depois, agregador e curador.

 

São os media que decidem o que é publico e o que é privado, e a medida que essas esferas, publica e privada se vão sobrepondo por ação das informações publicadas o caso toma forma politica e novos contornos e implicações.

 

Dois casos práticos ajudam a perceber melhor. A recente questão da audimetria da televisão digital em Portugal mostra como uma questão de boas práticas, tratada durante anos como uma questão técnica se transformou numa questão politica por causa do valor da venda de um canal de televisão; um amigo contou me recentemente que no serviço publico que dirige puderam requisitar um carro de entre os apreendidos pelos serviços aduaneiros. Escolheu um antigo Honda em muito bom estado contra um muito mais recente mercedes; achou que seria difícil explicar aos colaboradores como é que num momento de dificuldade e tantas restrições se passa a dispor de um carro simbólico do poder e do bem-estar económico. Foi um ato de boas praticas porque o bom ato de gestão seria ficar com o mercedes.

 

As boas praticas apelam a auto regulação, a responsabilidade politica a regulação; e o regulador primário são os media, só depois os reguladores são os serviços públicos de fiscalização e em ultima analise os cidadãos.

 

Esta pirâmide comunicacional exige uma consciência e um conhecimento muito aturado por parte dos jornalistas das características e limites da sua atuação e do valor da sua visão.

 

É por isso que tem sido muito difícil debater a causa realista em Portugal já que o que é político facilmente é mascarado de boas praticas e vice-versa.

 

Aceitar um rei na república é uma atitude de modernidade, entrincheirar o rei num conto de fadas mais ou menos cor rosa mais ou menos responsável é uma armadilha para a democracia.

 

Por isso o caso de Espanha teria de ser visto nas proporções próprias e comparado a situação existente em Portugal. Apenas.

 

O que aqui queria deixar claro é que para os media as atuações privadas dos atores públicos são casos de boas praticas; passam a casos políticos quando estão investidos de uma representação e função pública. Acreditar que no caso da chefia de estado um presidente tem direito a uma reserva de vida privada e um rei não é como ignorar a revolução francesa, a declaração da independência dos EE UU da América, a declaração universal dos direitos do homem ou a convenção europeia. E é papel dos media estarem esclarecidos sobre estas diferenças e dos jornalistas não fomentarem a confusão.

 

A pessoa do rei de Espanha não esta isente de explicar se a ida a caçada é uma incongruência em relação aos apelos de contenção e de aceitação de restrições que fez. O que defendo é que tal não tem significado ou cariz político e portanto não se refere a instituição da chefia do estado, a realeza no caso espanhol.

 

Os dias que vivemos começam a ficar muito conturbados em relação a liberdade de imprensa e de expressão. Também aqui existem questões que são de boas praticas e questões politicas.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

 

O Google e a Apple (Ipad), não são diferentes na sua relação de apropriação ou comercialização de conteúdos jornalísticos dos media, do Rei de Cochim (segundo Camões), que com os seus Califas (e mais tarde Sandokan, segundo Emílio Salgari), organizava as frotas de barcos chineses, filipinos, indonésios e árabes, para transportar mercadorias de que não era proprietário, assegurando a logística, plataforma ou suporte diremos hoje, e a continuidade do meio quando o mar findava e os camelos e as carroças tomavam o lugar das velas, sempre negociando com os poderes locais - os isps ou websites locais – a protecção da passagem das mercadorias sob sua protecção que fluíam pelos seus canais.

 

 

 

Chegadas à Europa, as mercadorias que restavam eram de novo tomadas por novos sistemas de distribuição (venezianos e genoveses) e chegavam ao consumo dos poucos europeus capazes de pagar todo este sistema logístico.

 

 

 

Assim acontece com os conteúdos dos media quando, depois de passarem pelos canais do Google o do Ipad (loja itunes), o que resta para os editores (e para os jornalistas) são escassas migalhas, comparadas com o valor e o custo da produção da noticia e dos riscos de toda a natureza inerentes à produção de conteúdos jornalísticos editados e responsáveis.

 

 

 

Com a chegada de Vasco da Gama – e dos portugueses – à Índia o Rei/Sultão percebeu que a oferta era outra, directamente do produtor para o consumidor (através de Lisboa ou Antuérpia), com um único risco, a navegação, mesmo assim bem apoiada em portos ao longo da rota, protegidos directamente pelos portugueses. E os locais de embarque passaram a ser operações mistas em que o mercador mantinha uma relação comercial directa com o transportador, podendo até seguir a bordo com os seus produtos (ou serviços quando era o próprio a aplicar os bens transportados). Sim, a verdade é que cada viagem era uma empresa privada organizada por um empreendedor, que arriscava o investimento na armação da esquadra, ficando o rei com os impostos ou o preço da segurança armada e a Igreja com a oportunidade da fé.

 

 

 

O algoritmo desta bem montada excursão ao volta do cabo era assim um misto de ciência, capacidade organizativa, substrato cultural e ideológico e estrategtia de sobrevivência que os anos transformaram também num modelo de administração que Albuquerque desenvolveu, permitindo que o carácter aventureiro se transformasse em acordos respeitados, umas vezes diplomaticamente, outras militarmente e com um aliado sempre presente, a Igreja Católica o maior network da época.

 

 

 

Todos conhecemos que Portugal não conseguiu aguentar a liderança deste modelo quando potências mais ricas, mais estruturadas e mais desenvolvidas entraram na concorrência. Assim nasdeu e se mantém o Império Britânico.

 

 

 

Mas Portugal lucrou com a empresa, toda a organização do comércio da África ao Sul do Equador, o desenvolvimento esplendoroso do comércio, da ciência e das artes no seu rectângulo europeu, o seu lugar à mesa da política da Igreja Católica e dos Impérios Europeus até ser brindado com o ultimato de 1891. E o Brasil, sem Gama e Albuquerque (e o Padre António Vieira, sejamos lúcidos), não poderiamos dizer hoje que somos a 4ª ou 5ª língua mais falada no mundo (com um incalculável valor acrescentado nos seus conteúdos).

 

 

 

Será que a solução para os editores de media nas suas contendas com o Google e a Apple passará por encontrarmos os nossos Gamas e Albuquerques capazes de interpretarem no século XXI uma estratégia semelhante à que criou o conceito em que o Google e a Apple se desenvolveram?

 

 

 

Quase já não tenho dúvidas sobre esta visão da solução, solução indispensável para que os conteúdos jornalísticos editados e reponsaveis, possam manter a sua promessa de sustento da Democracia, confiança dos cidadãos e observadores da vida política, social, económica e cultural, em suma, baluartes do desenvolvimento e da paz, como os portugueses acabaram por ser há 500 anos quando iniciaram a visão global do mundo.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Na Assembleia da Republica foi, atabalhoadamente, aberta a discussão de dois projectos de lei (PS e PEV) e de duas recomendações ao governo (PSD e PS) sobre a publicidade de produtos alimentares e bebidas dirigidas a crianças e jovens, como forma de luta contra a obesidade.

 

No seu discurso de abertura do Congresso do PSD, o Presidente do partido referiu-se à informação do Estado como uma obrigação de todos, tendo em vista a imagem de Portugal no estrangeiro e junto dos mercados.

 

Policias e fotojornalistas mudaram as notícias da greve geral para agressão geral.

 

As três questões têm a mesma matriz: sacodem a «água do capote».

 

Não é proibindo publicidade em publicações infanto juvenis ou em programas de rádio e televisão dirigidas a jovens e crianças, que se consegue lutar contra a obesidade. A luta contra um mal social e de saúde, neste caso, é uma luta dentro do próprio tecido familiar e as suas instituições, a família, a escola, as associações e colectividades. A publicidade, porque é paga por empresas de elevado sentido de responsabilidade social e difundida em suportes de elevada consciência social, acabaria por ser envolvida nesse movimento de interesse e responsabilidade social e, aplicada em todas as plataformas, e ampliaria as informações «noticiosas e informativas» que sustentam os estatutos editoriais dos media.

 

As proibições de informação, mesmo comercial, têm apenas um efeito que é a redução do pluralismo e da diversidade.

 

A mesma visão resulta da responsabilização dos cidadãos e dos agentes de comunicação na difusão de conteúdos cuja produção, antes de mais, compete ao Estado.

 

Desde o 25 de abril o Estado português veio afastando-se de políticas de informação pública, deixando cair numa espécie de domínio de irresponsabilidade pública a apresentação e explicação de grandes dossiés informativos.

 

Os próprios incidentes com fotojornalistas, durante as manifestações no dia da greve geral, são também uma faceta dessa alergia a políticas públicas de informação pública.

Parece que tudo o que está relacionado com o Estado ou passa de forma mais ou menos evidente por agências de comunicação, de serviços secretos, ou não existe, ficando à confabulação de cada um ou dos interesses não explícitos e por isso interpretado de formas muito aleatórias.    

 

A obesidade infantil e juvenil (e a outra), a informação completa e interessante sobre o esforço da sociedade portuguesa em recuperar a economia, as condições de acesso e cobertura de atos públicos tratam-se antes de mais com o Estado a mostrar os caminhos dos conteúdos que a sociedade tem de considerar quando forma opinião e quando assume posições.

 

Só assim a publicidade manterá um papel social relevante e responsável, os cidadãos usarão as suas opiniões para defender o desenvolvimento e recuperação do país sem perderem a sua autonomia e a liberdade e os polícias respeitarão os fotojornalistas (e os outros) na cobertura de acontecimentos, por mais complexos que sejam.

 

É tudo uma questão de visão e de políticas de informação pública, como o site Portugal Economy Probewww.peprobe.com, há semanas lançado por um grupo de entidades portuguesas com elevado sentido de responsabilidade e interesse público mostraram que é possível fazer.

Autoria e outros dados (tags, etc)

A revista Science publicou no ano passado um estudo sobre a atenção e a memorização da informação dos utilizadores do Google.

Deixando para os mais interessados os pormenores, este estudo -www.medcentro.com.br/noticias/noticiasdescricao.asp? ... - realizado a partir da asserção empírica de uma professora que, num impulso, consultou o Google para responder a uma pergunta de um concurso televisivo e deixou cair um comentário ao marido, “como teríamos obtido a informação sem o Google?”.

 

O estudo demonstrou que, em circunstâncias idênticas, a forma como obtemos, procuramos e memorizamos informação quando utilizamos o Google, é totalmente distinta de quando o não fazemos. E pode mesmo tornar a memória mais preguiçosa, pois o Google actua como um poderoso auxiliar de memória.

 

 Mais importante do que ser um predador para o negócio dos media, o Google – e os outros motores de busca – está a modificar a relação entre o leitor/cidadão/consumidor e o órgão de comunicação social responsável pela notícia. E esta relação constitui a base do sistema da liberdade de Imprensa e consubstancia da contrapartida da protecção especial aos jornalistas enquanto acesso às fontes e da responsabilidade dos editores.

 

Um jornal (e tanto faz ser em papel como electrónico, estático ou com imagens em movimento) é uma obra colectiva, um conjunto de informações, que constituem a visão do mundo, próximo ou distante. È o contrário da agregação que se faz por temas, palavras-chave ou interesses. Uma notícia isolada de um jornal nunca é toda a informação que o jornal dá, pois o local de colocação, a dimensão – e até as notícias ao lado, acima e em baixo, podem fazer parte da própria informação, não directamente sobre os factos da notícia mas sobre o ambiente geral ou local em que a notícia se insere.

 

Urge agora procurar compreender os efeitos desta nova forma de obter informação noticiosa em que a edição vem sendo substituída pela agregação ou segregação de conteúdos de informação.

 

A influência do modelo Google se não for compreendida e regulada, criará um modelo paralelo de liberdade de Imprensa, que se tornará concorrente da noção que temos de jornal e, dada a facilidade com que actua nos hábitos de leitura, poderá tornar-se no paradigma da nova comunicação social, agora transmutada em comunicação de dados (agregados).

Autoria e outros dados (tags, etc)

Tags

Pesquisar

Pesquisar no Blog

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

subscrever feeds