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O Ouriço

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O Cavalo de Troika Tuga

Faust Von Goethe 6 Fev 12

Pedro Santos Guerreiro em Jornal de Negócios (após as eleições) escreveu um artigo de opinião que merece agora uma séria reflexão por minha parte:

 

 

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Cavaco Silva, numa decisão excepcional e correcta, acelerou o processo de constituição do Governo. Fez bem, até porque indicia que não fará de Belém um centro de conspiração contra um Governo PSD que não é o seu PSD. E assim nasce o "Governo na hora" - e começam a tocar os telefones. 
Esta rapidez parte de uma necessidade mas também de uma oportunidade. Porque o PSD tem a possibilidade de fazer tudo o que os próprios desalinhados de Passos defendem. Veja-se a foto de hoje da primeira página, de Passos e Cavaco sorridentes, ontem, em Belém. Agora adicione-se Durão Barroso na Comissão Europeia e António Borges no FMI. É um sonho tornado realidade para aqueles que, no PSD, sempre defenderam a terapia das chamadas "reformas estruturais". Portugal fez-se agora de voluntário à força para essas reformas. A concorrência, o mercado de trabalho, o arrendamento, as privatizações. 

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Sim. PSD e direita em geral estão em estado de graça. Só não percebo porque há cavaquistas anónimos a queixarem-se de Vítor Gaspar assim como não percebo a razão de aparecem constantemente ex-governantes como Manuela Ferreira Leite, Luís Marques Mendes e Miguel Beleza a contestarem medidas deste governo assim como não percebi o Cavaco ter há meses estabelecidos despachos semanais com os ministros Gaspar, Álvaro e Portas. Porque não o fez com Passos?

 

 

 "

Cada membro da troika tem um português por detrás: Durão, Borges e Constâncio. Os três disseram coisas ao longo dos anos sobre Portugal que estão no memorando de entendimento. Estão lá as suas impressões digitais, é quase possível sublinhar o que corresponde a cada um deles (só é pena que nenhum perceba de Justiça, área onde o memorando mais é vago e previsível - uma desilusão). 

" 

Convém recordar que António Borges tem uma ligação próxima a Manuela Ferreira Leite e Cavaco. Percebem por esta e pela razão apresentada pelo Pedro Santos Guerreiro porque Borges foi a escolha? Ou é preciso dizer mais?

 

 

 

"Portugal é hoje um país infinitamente menos poderoso do que há um ano. Depende de crédito paraestatal da troika, tem os "ratings" à beira do lixo, está sem investimento e potencial de crescimento para lá das exportações. Mais: está a vender activos quase à pressão, com um programa de privatizações a preços de liquidação total. Quem os vai comprar? Estrangeiros. Quais? Angolanos, brasileiros, chineses, árabes? 

"

 

Pode-se agora acrescentar que Portugal está à venda e é barato. Os meus colegas de escrita que circulam por Lisboa já devem ter reparado em diversas coisas que já pertencem aos angolanos.

Como disse ironicamente um amigo meu há tempos: "Estamos a pagar o que lhes tirámos ao longo de séculos".

 

 

"Ontem foi o primeiro dia de Portugal sem Sócrates. Notou-se: euforia nuns, depressão noutros. Agora vamos ao PIB: ele ainda não cresceu.

"

 

Sócrates seguiu o conselho de Passos Coelho e compaias e emigrou. Os que ficaram por cá, passaram do estado de euforia por se terem livrado de Sócrates a estado de depressão, muito em grande parte porque este governo, que é às direitas, decidiu aumentar transportes públicos, tirar feriados, pontes e dias de entrudo. 

E agora que os chineses estão a chegar em força, como vamos por o PIB novamente a crescer no caso das medidas às cegas, perdão, às direitas não resultarem?

Continuar a adoptar as curas dos médicos de Luís XIV (neste caso, mais sangria) "custe o que custar" ou vamos aderir finalmente à acupuntura?

 

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