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Blogosfera que Pica
Artur de Oliveira 30 Ago 13
Os juízes do tribunal aparentemente estão a seguir a sua agenda que se coaduna com os interesses da oposição. Passos Coelho segue os interesses da Troika acima de tudo, como se sabe. E quem sai prejudicado? Os cidadãos com mais austeridade e o país com os juros da dívida mais altos como consequência dos chumbos do TC. Estaremos num beco sem saída?
Faust Von Goethe 26 Fev 13
Portugal sempre foi um país de treinadores de bancada e de profetas da desgraça. Não era preciso sê-lo para adivinhar o que vinha aí!
O desastre orçamental com que Portugal está actualmente confrontado mostra que as previsões do Banco de Portugal foram as únicas que estiveram sempre em linha com a execução orçamental.
Os posts abaixo foram escrito por mim há um punhado de meses atrás. Só falta mesmo colocar em cima da mesa a questão da renegociação da dívida como forma de evitar um eventual colapso.
(...)No próximo ano será Itália que fará a Europa mexer. Ninguém sabe ainda o que fazer, tendo na mira um eventual regresso de Berlusconi e tendo um Monti que, embora enfraquecido, persiste em levar avante uma agenda austera e reformista. A janela que o liberalismo entreabriu no século XIX para a fomentação da democracia através do exercício parlamentar pode, em pleno século XXI, voltar a fechar-se caso os juízes alinhados politicamente ou dissidentes, usem o tribunal constitucional como panteão da democracia.
(...)
em 2012-O Caleidoscópio da Crise.
(...) é bem provável que a redução no investimento por parte dos privados durante o próximo ano assim como outras componentes da despesa agregada anexadas à flutuação das taxas de juro-consequência directa da dívida pública se situar na casa dos 120%- conduzam ao tsunami que advém do 'credit crunch'-o 'crowding-out'.
em O segredo que não passa de uma mera constatação.
(...)
Por mais que Álvaro Santos Pereira e Assunção Cristas tentem vender que este Orçamento de Estado tem medidas que visam ao potenciar do crescimento económico e ao estimular do empreendedorismo em áreas como a economia e a agricultura, uma coisa ficou clara para aqueles que já tiveram oportunidade de ler as linhas gerais do Orçamento de Estado para 2013. Quem vai pagar os devaneios de Santos Pereira, Cristas e dos restantes ministros [empenhados em fazer obra] não é o investimento replicativo. São os contribuintes.
(...)
(...)
Tal como Portas [e Gaspar], acredito que dentro de um ano teremos a balança comercial equilibrada. No entanto, a tendência de queda acentuada do poder de compra a nível interno, irá fazer disparar as falências e o desemprego. Por conseguinte, a diminuição do número de trabalhadores a descontar irá aumentar as despesas com a segurança social. Logo, a probabilidade de não cumprirmos com as metas do défice em 2013 é bastante elevada. Em termos gerais, esta é uma das conclusões que se pode retirar após ler o Global Outlook para o quarto trimestre do banco [francês] BNP Paribas.(...)
(...)
Houve um deslumbramento inicial da blogosfera pela troika e pelas promessas [incipientes] deste [novo] governo- o governo falava e os bloggers ouviam e reproduziam mimeticamente a mensagam, sem vacilar. Demorou algum tempo até que a blogosfera reagisse, ao questionar a eficiência das medidas de austeridade. No entanto, com o agravar da crise e com a percepção do cenário global da crise do euro, as opiniões mais antagónicas de alguns bloggers começaram a fazer sentido e a passar, opiniões essas que começam a influenciar os restantes bloggers, da esquerda à direita. (...)
Faust Von Goethe 31 Dez 12
Chegados ao final do ano civil, há que fazer um pequeno balanço sobre a crise do euro-só para não lhe chamar algo pior.
Findado que está este ano, penso que estaremos todos de acordo num ponto fulcral. Governantes e políticos, da direita à esquerda, comentadores e até economistas encartados, recorrem às decisões do tribunal constitucional para suportar ou para criticar as decisões fracturantes dos governos em exercício de funções. Foi assim em Portugal, quando o tribunal constitucional chumbou categoricamente a suspensão dos subsídios de férias; foi assim há dias quando o tribunal constitucional chumbou a taxação de impostos aos mais ricos. Na Alemanha, embora Merkel tenha sido no último ano implacável e irredutível na gestão da crise do euro, não ousou em desafiar o tribunal constitucional alemão. Aliás, só avançou para a criação do fundo de resgate a nível europeu a.k.a. FEEF (Fundo Europeu de Estabilidade Financeira) após a aprovação por parte do tribunal constitucional [alemão].
Embora a Europa viva actualmente um clima de aperto, onde os cidadãos europeus começam a reagir aos poucos, como um todo orgânico-ao ponto de se começarem a interessar vivamente pelo que estava a acontecer nos outros seus países-e embora 2012 tenha sido um ano marcado pela governação tecnocrática, as recentes eleições na europa provaram que a democracia, embora debilitada, ainda funciona. Foi assim na França, onde os franceses não perdoaram o facto de Sarko ter cedido aos caprichos de Merkel. Foi assim na Grécia, um país à beira da ingovernabilidade onde coabita um partido nazi em plena ascenção. E foi também assim em Itália, onde Monti-um verdadeiro tecnocrata no verdadeiro sentido da palavra- não conseguindo levar à avante a sua agenda política, acabou por se demitir, após a aprovação do orçamento de estado para 2013.
Deste ano de 2012 que amanhã finda às 12 badaladas, podemos extrair duas lições sucintas:
No próximo ano será Itália que fará a Europa mexer. Ninguém sabe ainda o que fazer, tendo na mira um eventual regresso de Berlusconi e tendo um Monti que, embora enfraquecido, persiste em levar avante uma agenda austera e reformista. A janela que o liberalismo entreabriu no século XIX para a fomentação da democracia através do exercício parlamentar pode, em pleno século XXI, voltar a fechar-se caso os juízes alinhados politicamente ou dissidentes, usem o tribunal constitucional como panteão da democracia.
Para felicidade de alguns mas para a infelicidade de outros, 2013 será seguramente o ano da democracia constitucional. Em Portugal, embora a justiça esteja aparentemente estabilizada, ainda não encontrou as respostas adequadas e céleres para responder à crise da democracia.
Publicado também no blog Caleidoscópio.
Faust Von Goethe 14 Set 12
Por alturas da 3ª avaliação da troika, já por aqui se tinha escrito em jeito de eufemismo o seguinte:
Segundo a capa de hoje do jornal Sol, a fuga de Houdini não se concretizou pois Pedrito de Massamá não nos conseguir libertar [a tempo] da camisa de forças. Pelo contrário, apertou-a ainda mais.
Adenda #1: Como já se tinha aqui anunciado, défice anda na casa dos 6.3%, previsão essa que vai ao encontro dos números de Vítor Gaspar assim como da previsão mais optimista do banco de investimento [francês] BNP Paribas. Se tivesse sido renegociado com a troika 6% como meta de défice para 2012,
a apresentação de um orçamento rectificativo antes da apresentação do orçamento de estado para 2013 resolveria o problema de fundo.
Adenda #2: Se as eleições fossem hoje, "o" MFL, i.e. o partido de Manuela Ferreira Leite, obteria maioria absoluta. Não precisaria portanto de se coligar com os três maiores partidos da oposição-PSD,PS e CDS.
Faust Von Goethe 8 Jul 12
Constatei nos últimos dias nas redes sociais que muitos dos meus colegas ofício-alguns inclusivé que fizeram parte do meu percurso académico enquanto aluno de licenciatura-que não perceberam que o corte nos subsídios na função pública foram delineados para evitar despedimentos neste sector.
Com isto, a decisão do Tribunal Constitucional, conhecida na passada 5ª feira, pode vir a abrir uma caixa de pandora sem precedentes na democracia portuguesa, que o governo até agora evitou tocar pois esta poderá vir a implicar despedimentos colectivos na função pública. Tenho dito.
Jack Soifer 6 Jul 12
Já em 01/03/10 eu disse no Prós e Contras da RTP que Portugal estava não só em crise, mas em depressão, que é uma longa recessão. Disse que os problemas não eram só financeiros, mas sobretudo estruturais. Que os países que enfrentaram problemas similares levaram oito anos ou mais para superá-los. Escrevi pouco depois que precisaríamos uns 160 MM Euros para superá-los, sem criar um abalo social.
No documento entregue ao Sr.Ministro da Economia no debate que tive com ele há umas 4 semanas, mencionei a previsão de 11 experts internacionais, que Portugal em 2014, ceteris paribus, i.e, se continuar as atuais práticas económicas e sobretudo fiscais, terá um desemprego de 26%, uma criminalidade muito elevada, a perda de 100 mil engenheiros e bons técnicos por ano e um aumento da economia paralela de 25% para 55%, o que significa uma enorme perda de competitividade e da receita fiscal.
Em poucas semanas todos os dados publicados e não publicados apontam para tais previsões. Pois o INE não publica as curvas de exportações de longo prazo para mostrar a sazonalidade anual e plurianual das nossas exportações. Nem as correlata com o crescimento actual e futuro da actividade económica dos nossos clientes. O INE ignora as previsões dos operadores de turismo, que apontam para uma ligeira queda do número de turistas, mas uma brutal queda da receita total, ao mesmo tempo que a oferta de camas não-oficiais aumenta e assim a economia paralela neste setor e assim o círculo vicioso de ainda mais descontos.
Não preciso enumerar todos os erros de cálculo deste e dos anteriores governos. Com autoestradas quase não-transitadas; com projectos mirabolantes de aeroportos, sem ouvir as empresas aéreas que apontavam para aeronaves maiores e um mínimo aumento de poisos. E agora a decisão do Tribunal Constitucional. Porque é que não se despedem chefes intermédios, burocratas que só atrapalham?
É pena que estes respeitados economistas só agora, após dois anos, vêm confirmar as minhas previsões. É pena que não mais temos por cá estadistas que possam ter a coragem de fazer o que é necessário. Precisamos de uma Dama de Ferro lusa, uma nova Santa Isabel, uma verdadeira estadista que ponha os interesses do povo acima dos de um restrito grupo que diz sim às ordens do exterior, na esperança de serem Comissários da UE ou e(x)spertos do FMI.
John Wolf 6 Jul 12
Quem meteu o país nesta embrulhada? Todos sem excepção. Os que votaram nos sucessivos governos e a sua brilhante capacidade de gestão. Os que foram eleitos e promovidos ao mais elevado grau de incompetência. Os que trabalham no sector privado e no sector público. E quem vai pagar a factura? O contribuinte Alemão ou Finlandês? A austeridade a que Portugal está obrigada transcende o conceito de subsídio de Natal ou férias. Uma reflexão ética profunda seria o desejado, mas dados os (maus) indícios, vamos assistir a sucessivas passagens de batatas quentes. Uns que afirmam que são os outros. Outros que dizem que aqueles devem pagar a conta. Um arrufo filosófico que acontece num beco sem saída. Uma discussão a solo de um cobrador-devedor. Todos devedores sem excepção. Por vezes dá jeito não saber quem somos. Não saber quem é quem, como se o mundo fosse a preto e branco, pejado de bons e maus, certos e errados. Já não há pachorra.
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